Assunção de Nossa Senhora: Um grande sinal no céu

“Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas” (Ap 12,1).

Apocalipse 12,1-6

Quem é este grande sinal que apareceu no céu?

É Maria, a Santíssima Virgem, elevada aos céus de corpo e alma, como podemos ler na Constituição sobre o dogma da Assunção de Nossa Senhora:

“A Imaculada sempre Virgem Maria, Mãe de Deus, ao terminar o curso da sua vida terrena, foi assunta de alma e corpo à Glória Celeste” (Constituição Apostólica Munificentissimus Deus 44).

Contemplar a Virgem Maria elevada aos céus diz muito sobre nossas vidas, porque nós, assim como Ela, não fomos criados para viver eternamente nesta terra, ou para que nossa vida termine com a morte. Esta é a fé da Igreja.

Olhar para Nossa Senhora deve gerar em nós questionamentos sobre como temos vivido o tempo que Deus nos concedeu aqui. Isto, contudo, não deve causar desesperança em nós, mas a esperança de que a vida não acabará, de que tudo o que nós sofremos tem um sentido maior, de que há uma morada para nós na eternidade: “Na casa de meu Pai há muitas moradas” (João 14,2).

Seria para nós uma lástima, se nossas vidas tivessem fim aqui mesmo, se nossos sofrimentos e provações fossem em vão. Não! Existe uma vida eterna que nos espera. Porém, nós temos que escolher de que forma vivermos a eternidade: no céu ou no inferno.

A Assunção de Maria nos revela de forma muito clara que Nossa Senhora escolheu viver a eternidade no céu, junto ao Seu Filho, vivendo já aqui na terra com o coração ancorado em Deus.

“Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Colossenses 3,1-3).

Nossa Senhora sabia que sua vida estava escondida em Cristo e podemos imaginar que deve ser este um dos motivos pelos quais as Sagradas Escrituras falem tão pouco dela, porque ela mesma se escondeu dos homens, para que fosse vista e exaltada por Deus. Maria, mais que todas as criaturas juntas, proclamou com sua vida aquilo que disse São João Batista: “Importa que ele cresça e que eu diminua” (João 3,30).

Nós, ao contrário, tantas vezes, queremos ser vistos pelos homens, reconhecidos, e nos chateamos quando fazemos algo e não somos notados, queremos os lugares de honra, ser vistos como grandes. Quem muito quer ser visto pelos homens, acaba por se esconder de Deus.

O trecho do Apocalipse que lemos, faz referência a Maria como um grande sinal aparecido no céu. Isto é muito interessante, porque um sinal existe para revelar algo e não a si mesmo.

Quando a Virgem é chamada de sinal, compreendemos que toda a sua vida revelou Deus, nunca a si mesma. Suas vestes são o sol; e quem é este sol, senão o próprio Cristo, chamado por Malaquias de Sol da Justiça (cf. Ml 4)? A lua que se encontra sob seus pés, representa a figura deste mundo que é instável e passará.

A vida neste mundo instável é marcada pelo sofrimento. Quanta ilusão temos quando não aceitamos o sofrimento que nos são impostos pela vida, como se fosse possível passar por este vale de lágrimas, como rezamos na Salve Rainha, sem sermos atingidos pelos males que existem na terra. A própria Mãe de Deus não foi poupada das dores desta vida, quem dirá nós, pobres pecadores.

Se é inevitável o sofrimento para nós, podemos, sim, sofrer com nossos corações cheios de esperança, porque na glória do céu, onde Maria Santíssima foi coroada como Rainha, o Senhor “enxugará toda lágrima de [nossos] olhos e já não haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor, porque passou a primeira condição” (Ap 21,4).

“Assim, pois, deixou Maria a terra e está no céu. De lá a piedosa Mãe olha para nós, que ainda estamos neste vale de lágrimas. De nós se compadece e nos promete o seu auxílio, se o queremos” (Santo Afonso de Ligório, Glórias de Maria, 338).

Todos temos vivido uma grande batalha nestes tempos, sejam batalhas pessoais, sejam as grandes batalhas que têm cada vez mais se levantado contra nossa fé e contra os valores da família. Diante de tanto mal, pecados, corrupção, somos tentados a nos render ao “espírito do mundo”, a nos dobrar diante das mentiras que nos são impostas como se fossem verdades.

O Dragão, que outrora quis devorar o Filho da Mulher vestida de sol (cf. Ap 12,4), quer nos devorar também. Não brinquemos, pois em uma batalha qualquer descuido pode ser fatal e não há, na maior parte das vezes, uma segunda chance.

“O Dragão se irritou contra a Mulher e foi fazer guerra ao resto de sua descendência, aos que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Ap 12,17).

Maria Santíssima é a mulher que esmaga a cabeça da serpente (cf. Gn 3,15). É a Ela que devemos recorrer nestes tempos tão difíceis que temos enfrentado, conscientes de que somente unidos a Ela resistiremos até o fim.

Contemplamos com devoção a Rainha que se encontra assentada à direita de Seu Filho no céu, este grande sinal que nos revela a glória de Deus. Aprendamos com ela a nos desapegarmos dos bens deste mundo, em vista do prêmio que nos aguarda no céu, a união eterna com Cristo.

Edvandro Pinto
Discipulo da Comunidade Católica Pantokrator 

 

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