Segundo o dicionário, empreender significa: decidir, realizar (tarefa difícil e trabalhosa); tentar; pôr em execução; realizar. É a atitude de quem busca de maneira muito intensa algo importante para uma satisfação pessoal, profissional, familiar e entre tantas coisas.
Mas o que é ser empreendedor do céu? É ter a coragem de buscar e ir além do imaginável; é apostar alto em algo que é a garantia para todos os seres humanos que foram bons amigos de Jesus nesta terra.
Para isso, é necessária uma vida virtuosa, na busca do autoconhecimento e da transformação interior, a fim de aprender a trabalhar e superar as fraquezas, os egoísmos e os apegos mundanos, crescendo na fé, na humildade, no desapego e no amor incondicional.
É um processo pessoal de intimidade com Deus, com crescimento espiritual que envolve amadurecimento e muita disposição para aceitar as mudanças e a obediência à vontade de Deus. Penso que o autoconhecimento está diretamente ligado à arte de lapidar o nosso “poder” de conhecimento, achismo e amor-próprio, porque Deus tem seu jeito próprio de ensinar e educar seus filhos.
A parábola dos talentos
No Evangelho de Matheus 25 – 14,15, ouvimos a parábola dos Talentos:
“Será também como um homem que, tendo de viajar, reuniu seus servos e lhes confiou seus bens. A um deu cinco talentos; a outro, dois; e a outro, um, segundo a capacidade de cada um. Depois partiu”.
Nesta parábola vemos dois contextos: um relacionado ao talento de administrar os bens recebidos e prosperar diante do que é dado, porque as moedas antigas eram de grande valor, por isso existia uma expectativa de lucratividade e rendimentos que as moedas poderiam trazer; e o outro nos dons que recebemos de Jesus e como utilizá-los para o reino do céu.
Todo ser humano já nasce com capacidades e talentos naturais, desenvolvidos no decorrer da vida. Normalmente, essas habilidades levam as pessoas a se destacarem no que fazem; no trabalho, trabalhos manuais ou artesanal, no talento musical, no raciocínio lógico, dentre muitos outros.
Mas, existe também a realidade sobrenatural dos dons do Espírito Santo, que está acima de qualquer realidade terrena; esses são os dons que Deus nos dá de presente! Vemos na carta de São Paulo aos Gálatas – Capítulo 5, 22-26
“Ao contrário, o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança. Contra estas coisas não há Lei. Pois os que são de Jesus Cristo crucificaram a carne, com as paixões e concupiscências. 25Se vivemos pelo Espírito, andemos também de acordo com o Espírito. Não sejamos ávidos da vanglória. Nada de provocações, nada de invejas entre nós”.
A parábola dos talentos nos ensina que não devemos guardar ou esconder nossos dons, porque quando usados com discernimento, eles nos aproximam de Cristo, nos tornam pertença do Reino de Deus e nos ensinam a ouvir e a seguir as Escrituras, a nos reconciliarmos de maneira sincera e profunda com Deus.
Nossa missão é fazer com que estes talentos, estes presentes, estes dons que o Senhor nos deu, sejam usados para nosso crescimento, frutifiquem e se tornem testemunhos no dia a dia para outras pessoas. Por isso, é um grande desperdício quando se guarda ou esconde os desígnios de Deus para nossa vida. E, para darmos frutos de santidade para Deus, é preciso retirar da nossa vida o pecado.
Peçamos a Deus que nos ajude a valorizar as pequenas coisas que nos ensinam a crescer e a amadurecer na vida espiritual; que Ele nos dê a capacidade de entendermos que o empreendedor do céu busca a amizade com o Espírito Santo e constantemente a eternidade.
Tatiane Sales Ruyz
Postulante da Comunidade Católica Pantokrator