Santo Agostinho

Dia 28 de agosto, dia de Santo Agostinho. Com essa data se aproximando, seria de grande valia recordarmos alguns dos pensamentos e ideias desse grande santo e doutor da igreja.

Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho

Primeiramente, eu gostaria de começar esse texto falando um pouco a respeito da mãe de Santo Agostinho, pois ela pode servir de apoio para diversas mães hoje.

Pois bem, além de toda a vida de Santo Agostinho que é, por si só, um grande testemunho de fé e contém uma bela história de conversão, a história de sua mãe Santa Mônica é muito tocante e com certeza pode ajudar muitas mães que sofrem pela espera da conversão de seus filhos.

Isso porque Mônica era uma mulher cristã muito piedosa que educou seus filhos na fé e, principalmente por conta de Santo Agostinho, sofreu muito pela conversão de seus filhos.

Mônica foi um exemplo de esposa e mãe, se dedicando sempre ao serviço do Senhor e desejando aos seus filhos mais do que status social e material, mas uma vida voltada para Deus e para a igreja. 

Para mães que sofrem com filhos desviados pelo pecado eu recomendo a aproximação espiritual dessa Santa que sofreu tanto pelo seu filho e, no fim, tanto ele quanto ela foram declarados santos da igreja. Que a vida e testemunho de Santa Mônica sirvam de consolo para você, para que você saiba que suas lágrimas derramadas pela conversão de seus filhos não são em vão, elas são contadas e recolhidas em louvor ao Deus Poderoso que tudo pode converter.

Vida e conversão

Aurélio Agostinho de Hipona nasceu em 13 de novembro de 354 na cidade de Hipona que hoje é situada na Argélia. Logo jovem, começou a se interessar pela filosofia e com a ajuda de um amigo foi estudar retórica em Cartago. No entanto, Agostinho começou a se aproximar da filosofia Maniqueísta e a viver uma vida hedonista. Isto é, pela influência de amigos e colegas, viveu uma vida de prazeres descompromissada e com isso se afastou muito da doutrina da igreja que sua mãe, tão piedosamente, seguia. 

Cercado pelos prazeres e pelas falácias de falsos deuses, Agostinho começou a perceber que algo não estava correto e as respostas dadas pelas filosofias que ele conhecia não satisfaziam seu desejo por completude. Foi aí que Agostinho começou a se aproximar da igreja e muito através de Santo  Ambrósio, bispo de Mediolano, homem que Agostinho admirava muito, e como ele descreveu em “confissões” tirava muito de suas dúvidas. Daí veio sua conversão e batismo.

Algo interessante a respeito da conversão de Agostinho é que a sua conversão pareceu muito mais um convencimento racional de uma verdade do que um choque emocional.

De forma especial, eu gostaria de citar aqui dois pontos a respeito da conversão de Santo Agostinho. O primeiro deles é a sua sinceridade. Em suas obras, nós percebemos que Santo Agostinho sempre foi sincero consigo mesmo a respeito de seus desejos e pensamentos. No meio católico, principalmente no ocidente, existe uma ideia muito forte, e muitas vezes herética, de que nós devemos suprimir nossos desejos, eliminá-los e esconder os nossos sentimentos e pensamentos. Pois bem, essa ideia não faz mais do que só negar a verdade, pois ela continuará lá sem nunca ser tocada por Cristo. Somente reconhecendo para si mesmo quem você é, é que você pode mostrar todo o seu ser para Cristo para que ele o lave e converta. A solução não é se esconder de Deus como fez Adão após seu pecado, mas se mostrar inteiro, nu. Foi exatamente isso que Santo Agostinho fez, sendo muito sincero consigo mesmo, reconhecendo seus desejos e suas dúvidas. Sendo assim, uma grande virtude de Santo Agostinho na sua conversão foi se abrir totalmente ao Senhor e se deixar ser tocado pelo Amor. 

O segundo ponto a respeito da conversão de Santo Agostinho é o de que ele percebe que Deus está dentro e não fora. Muito provavelmente você conhece a frase de Santo Agostinho “Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu te amei! Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava fora!”. Quão poderoso e profundo é esse texto! Eu proponho para você, leitor, uma reflexão a respeito desse texto. Pare alguns minutos do seu dia e reflita. Ele sintetiza uma verdade essencial para a vida de todo cristão: Deus está dentro e não fora. Outra ideia falsa e também muitas vezes herética que muitos cristãos têm é que Deus habita fora dos seus corações. Muitas vezes, até movidos por sentimentos bons, nós pensamos que nós não somos dignos que Deus habite em nós e portanto ele não habita. Talvez você seja indigno, de fato, que Deus habite em você, mas Deus habita! Esta é a Verdade! A partir do batismo Deus habita de verdade nas nossas almas. Santo Agostinho sofreu muito durante a sua conversão para compreender essa Verdade, mas a partir do momento que a descobriu, se destrinchou sobre ela e a abraçou de forma muito parecida com Santa Teresa de Jesus com a sua ideia do castelo interior, em que Deus habita no centro da nossa alma. Parece até que os dois santos estavam em uma conversa quando desenvolveram seus pensamentos.

Por fim, que a vida de Santo Agostinho e Santa Mônica sirvam de exemplo e de motivação para você buscar maior intimidade com o Senhor, revelando para ele tudo o que você é, como uma esposa se revela ao esposo.

José Henrique Hissung Botelho de Andrade
Postulante da Comunidade Católica Pantokrator

 

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