Faz o que deves e está no que fazes

Recentemente, voltando para casa em um transporte por aplicativo, chamou-me a atenção o carro e o motorista do serviço. O veículo estava muito limpo, organizado e bem cuidado, e era possível perceber o zelo do proprietário. Todos esses detalhes fizeram com que eu me sentisse muito bem durante todo o trajeto. Percebi que aquele trabalho era realizado com dignidade e, mesmo que ele não soubesse, havia santidade em suas ações.

Poderia ser algo comum, considerando que devemos exercer nossas funções de forma digna, mas o que vi foi um motorista que trabalhava com dedicação, proporcionando condições dignas aos seus passageiros.

Ele era um senhor de 74 anos, que poderia estar descansando ou até mesmo reclamando por ainda ter que trabalhar nessa idade, ou devido ao trânsito. No entanto, ele se dedicava a prestar um bom serviço, com simpatia e qualidade.

Por que a surpresa com uma situação que deveria ser comum? Porque, em outra ocasião, usei o mesmo tipo de transporte e as condições oferecidas foram completamente opostas às do último motorista, e isso me marcou a ponto de, no dia anterior, ter notado a diferença.

Faz o que deves e estás no que fazes” – São Josemaría Escrivá

O que essa frase de São Josemaría Escrivá tem a ver com os fatos descritos acima?

Ela está relacionada à santidade do nosso dia a dia, que consiste em proporcionar dignidade às pessoas que vivem ao nosso redor. É o cumprimento de nossos deveres ordinários nas pequenas coisas, com amor, como uma oferta a Deus.

Aquele motorista cumpria seu dever de forma tão dedicada que chamou a atenção. Ele realizava com amor o trabalho do cotidiano. Isso nos leva a refletir se estamos nos doando com amor nas pequenas coisas: no trabalho, nos estudos, no serviço à família, no cuidado com aqueles que Deus nos confiou.

Posso citar o meu exemplo como esposa e mãe. Será que estou cuidando bem do meu marido e dos meus filhos? Afinal, eles são os primeiros a quem Deus me escolheu para servir e para os quais devo me doar, cumprindo, assim, a Sua vontade em minha vida e honrando a promessa que, livremente, fiz no altar.

Mas o que significa estar inteiro no que faz?

Estar inteiro no que fazemos é cumprir o dever de cada momento e de cada atividade. E isso não se refere apenas às tarefas, mas também aos momentos de descontração e lazer, aos momentos em família. Por exemplo, estar inteiro durante uma refeição em família, ouvindo o esposo, a esposa, os filhos. Para quem é filho, estar atento aos pais e aos irmãos.

Estar inteiro na vida de oração, nos momentos de intimidade com Deus. Será que estamos, de fato, nos entregando a Deus, confiando a Ele tudo o que somos e temos? Não se trata apenas de falar com Deus em um longo monólogo, mas também de ouvir o que Ele tem a nos dizer.

Assim, ao estarmos inteiros em nossos deveres, em cada tempo, fazendo tudo com amor e por amor a Deus, viveremos a santidade no ordinário, nas pequenas coisas, buscando alcançar o Céu.

São Josemaría Escrivá, rogai por nós!

Taciane Oliveira Fardin
Postulante da Comunidade Católica Pantokrator

 

 

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