“Estais dispostos a receber os filhos que Deus vos confiar, educando-os na lei de Cristo e da Igreja?”
-“Sim!”
Responder a este “Sim!” no altar significa estar disposto a receber quantos filhos Deus lhe enviar e estar disposto a confiar e se abandonar Nele e em Sua providência.
Parece fácil, mas o medo e as inseguranças aparecem juntos. O papel do homem é estar disposto a enfrentar todos esses medos e viver essa aventura maravilhosa carregando sua esposa e filhos para o Céu.
Ao descobrir que minha esposa estava grávida, minha primeira reação foi chorar de emoção e, em seguida, rezar um Te Deum, um hino de louvor e ação de graças a Deus. Com o coração transbordando de alegria e gratidão, louvei a Deus pela imensa graça que Ele nos concedeu, reconhecendo naquele momento o início de uma missão sagrada: ser pai e cooperar com Ele no dom da vida.
A emoção de ouvir o primeiro choro da minha filha foi indescritível. Desde então, cada sorriso, cada novo gesto e cada pequeno desenvolvimento dela é um presente que me emociona, muitas vezes me arrancando lágrimas de gratidão. Compartilhar essa jornada com minha esposa torna tudo ainda mais especial. A alegria de sermos parceiros nessa aventura, de nos apoiarmos e celebrarmos juntos cada conquista da nossa filha, é um reflexo do amor de Deus por nós, renovando diariamente o sentido da nossa família e do nosso matrimônio.
Liberdade na paternidade
A paternidade tem me libertado da ditadura de viver para mim mesmo. Esse chamado de Deus transforma a vida por completo, exigindo uma mudança radical de perspectiva. De um dia para o outro, passo a ser responsável por alimentar, trocar, cuidar e dedicar tudo de mim a um pequeno ser que, por enquanto, só retribui com choros, fraldas sujas e alguns reflexos de sorriso. E, ainda assim, essa entrega revela a verdadeira essência do amor: um amor que não espera algo em troca, mas se dá totalmente. Que grande graça é viver essa experiência, aprender a amar como Deus nos ama.
Minha grande referência de paternidade é São José, modelo de humildade, silêncio e dedicação à sua família. Inspirado por ele, tenho aprendido que o sacrifício diário, quando vivido com amor e ação de graças a Deus, não é um peso, mas uma alegria transformadora. Para buscar essa missão, busco me abandonar em Cristo Pantokrator, confiando que Sua força me sustenta e me guia.
É fundamental viver intensamente cada momento com minha filha, saboreando os instantes simples e únicos que constroem nossa relação. Esses momentos me temperam como pai, moldando-me com paciência, amor e gratidão. Sempre terá muito a ser feito e que grande Graça é isso! Um eterno começar e recomeçar, um eterno melhorar a cada dia e buscar cada vez mais a Santidade para que nossos filhos nos tenham como exemplo e queiram também trilhar o caminho do Céu.
Lucas Lago
Postulante da Comunidade Católica Pantokrator