A crença na Assunção da Virgem Maria é um pilar fundamental da nossa fé católica, profundamente enraizada na Tradição e na teologia da Igreja. Este dogma, que proclama que Maria foi elevada ao céu em corpo e alma, oferece uma visão rica e inspiradora da fé cristã. Para compreender por que todos deveriam considerar esta doutrina, é essencial explorar tanto a base teológica quanto a relevância espiritual dessa crença linda no seu entendimento correto.
Como defender a Assunção de Nossa Senhora através da base teológica?
A Assunção da bem-aventurada Virgem Maria está intimamente ligada ao dogma da Imaculada Conceição, que declara que ela foi concebida sem pecado original. Este privilégio, concedido por Deus unicamente a ela, preservou-a de toda corrupção do pecado e, consequentemente, é teologicamente coerente que, ao fim de sua vida terrena, Maria fosse elevada ao céu em corpo e alma.
Infelizmente, muitos de nossos irmãos católicos não sabem defender a Assunção de Maria dos ataques vorazes de nossos irmãos separados. Contudo, existem duas situações que eles aceitam com tranquilidade: os precedentes em que Enoque (Gênesis 5:24) e Elias (2 Reis 2:11) foram ambos levados ao céu sem experimentar a morte da maneira comum. A Assunção de Maria pode, portanto, ser vista como um desenvolvimento lógico e espiritual dessa tradição bíblica.
São João Damasceno, um dos grandes Padres da Igreja, escreveu sobre a Assunção, afirmando: “Era necessário que aquela que carregou em seu ventre o Criador feito criança morasse nos tabernáculos divinos”. Esta citação sublinha a lógica espiritual e teológica por trás da Assunção, considerando a dignidade única de Maria como a Mãe de Deus. Além disso, a Assunção de Maria é um sinal escatológico que aponta para o destino de todos os cristãos. Acreditar na Assunção é acreditar na promessa de ressurreição e vida eterna. Maria, sendo a primeira e mais perfeita discípula de Cristo, é o primeiro ser humano a experimentar plenamente a ressurreição prometida. Sua Assunção oferece a cada um de nós uma visão concreta da glória futura que espera todos os que permanecem fiéis a Deus.
Qual a relevância espiritual da Assunção?
A Assunção de Maria fortalece a compreensão da dignidade humana e do valor do corpo. Em um mundo que frequentemente desvaloriza a corporalidade e separa corpo e espírito, é triste ver que homens e mulheres dão tanto valor ao corpo e, ao mesmo tempo, não se valorizam. A elevação de Maria em corpo e alma sublinha a integridade e a bondade da criação de Deus. Maria, em sua Assunção, reafirma que a redenção de Cristo abrange a todos nós humanos, e não apenas a alma.
Scott Hahn, um ex-pastor presbiteriano que se converteu ao catolicismo, oferece uma perspectiva única e poderosa sobre Maria e sua Assunção. Em seu livro “Hail Holy Queen” (Salve Santa Rainha), Hahn explora a importância de Maria no plano de salvação de Deus e destaca a Assunção como um evento que confirma a dignidade e a santidade de Maria. Ele escreve: “A Assunção de Maria é uma antecipação da nossa própria ressurreição e glorificação no fim dos tempos. Ela foi a primeira a receber a plenitude da graça redentora de Cristo e, por isso, foi a primeira a participar da glória celestial de corpo e alma”.
São Gregório de Tours, outro Padre da Igreja, destacou essa verdade quando escreveu: “O Senhor comandou que o corpo sagrado e imaculado de Maria fosse levado por anjos ao paraíso”. Este argumento ilustra a crença antiga e universal na Assunção e sua relevância contínua para a fé cristã.
A Assunção de Maria também serve como um poderoso sinal de esperança para todos nós, cristãos católicos. Ela reafirma a promessa de Cristo de que, onde Ele está, também estarão Seus seguidores. Maria, como a primeira e mais perfeita discípula, é a primeira a participar plenamente desta promessa. Sua elevação ao céu é um sinal seguro da vitória de Cristo sobre a morte e um testemunho do destino glorioso que aguarda todos aqueles que permanecem n’Ele.
O que a Assunção de Maria implica para a fé cristã?
A crença na Assunção de Maria não é apenas uma questão de devoção mariana, mas uma profunda afirmação teológica sobre a redenção, a ressurreição e a dignidade humana. Santo Agostinho, um dos maiores teólogos da Igreja, afirmou que “a honra de Maria reflete a dignidade da Igreja”. É triste ver que nossos irmãos separados, que admiram tanto os escritos de Santo Agostinho, ignoram tal afirmação. Este argumento realça como a glória de Maria está intimamente ligada à missão e ao destino de toda a Santa Igreja.
Scott Hahn, em seus escritos, também enfatiza a conexão entre Maria e a Santa Igreja. Ele argumenta que, ao honrar Maria, os cristãos não apenas reconhecem sua singularidade, mas também celebram a obra redentora de Cristo que se manifesta de maneira plena nela. Ele destaca que a Assunção de Maria é um evento que nos lembra da nossa própria vocação à santidade e à vida eterna.
Em última análise, a Assunção da Virgem Maria é um mistério de fé que nos chama a uma compreensão mais profunda do plano de Deus para nós. Ela nos convida a olhar para além das limitações da vida terrena e a vislumbrar a glória celestial que nos espera. Ao meditar sobre a Assunção, somos encorajados a viver com a mesma fé, humildade e obediência que caracterizaram a vida de Maria, confiando na intercessão da Mãe de Deus e na promessa de nossa própria ressurreição e glorificação.
Portanto, a Assunção de Maria é uma celebração da vitória do amor divino, um testemunho da fidelidade de Deus às suas promessas e um lembrete da dignidade e do valor do corpo humano. É um convite a todos os cristãos a abraçar a plenitude da fé e a esperança na vida eterna, seguindo o exemplo de Maria, a Mãe de Deus. Que sua Assunção inspire em nós um amor mais profundo por Deus e um compromisso renovado de seguir Seu plano em nossas vidas.
Reflexão Final
Para melhor meditar sobre a importância do tempo de nossa Mãezinha na Terra, uma canção linda apresentada pelo Padre Zezinho, de forma tão singela, nos ensina o quão extraordinário esta Mulher fez para toda a humanidade:
Maria de Nazaré
Maria de Nazaré, maria me cativou
Fez mais forte a minha fé
E por filho me adotou
Ás vezes eu paro e fico a pensar
E sem perceber, me vejo a rezar
E meu coração se põe a cantar
Pra vigem de Nazaré
Menina que Deus amou e escolheu
Pra mãe de Jesus, o filho de Deus
Maria que o povo inteiro elegeu
Senhora e mãe do céu
Maria que eu quero bem, Maria do puro amor
Igual a você, ninguém
Mãe pura do meu senhor
Em cada mulher que a terra criou
Um traço de Deus maria deixou
Um sonho de mãe Maria plantou
Pro mundo encontrar a paz
Maria que fez o Cristo falar
Maria que fez Jesus caminhar
Maria que só viveu pra seu Deus
Maria do povo meu
Maria Santíssima, aquela que fez Cristo falar, ensinou Jesus a caminhar, guia-me ao coração de Jesus. Santa Mãe de Deus, rogai por nós.
Referências
- Salve Santa Rainha – Scott Hahn, 1ª edição, título original “Hail Holy Queen”.
- Música “Maria de Nazaré” – Padre Zezinho.
Leandro Ruyz
Postulante da Comunidade Pantokrator