Quero um amor livre, total, fiel e fecundo

Você já percebeu que durante toda a história, sempre estivemos marcados pela busca de um amor? Desde a nossa criação, em que Adão exclamou ao ver Eva: “Eis agora o osso de meus ossos e a carne de minha carne; ela se chamará mulher, porque foi tomada do homem.” (Gênesis 2,23), até os dias atuais, em que estamos cercados por canções, poemas e filmes sobre amor. Porém, também há uma marca no amor que podemos observar em todas as eras da humanidade: um amor frágil, muitas vezes desrespeitoso e que objetifica o amado, e até mesmo uma idealização quanto ao próximo, que nos faz desapontar-se por pequenas coisas.

 Atualmente perdemos o sentido do amor, principalmente por causa da Revolução Sexual dos anos 60/70, que defendia o sexo livre, desafiando a moral tradicional. Foi um momento que acabou com o matrimônio e com o amor verdadeiro, e se propagou o uso do próximo para o próprio prazer, como algo normal. Porém, São João Paulo II, em contraste com este modo insatisfatório de viver e amar, nos reapresentou o amor maior, d’Aquele que se entregou por nós na cruz, e nos mostrou as características do Seu amor, em que nos devemos espelhar. Essas características são: um amor livre, total, fiel e fecundo.

Quero um amor livre!

Ao contrário da liberdade que nos foi apresentada durante a revolução sexual: a liberdade de fazer o que quiser, mesmo que isso signifique infringir leis, usar o próximo e até mesmo adquirir doenças a fim do prazer próprio, São João Paulo II nos apresenta a liberdade do amor de Deus: Ele nos ama de forma livre, livre do pecado, do egoísmo e da indignidade.

Cristo nos fez livres para amar a partir do momento em que Ele carregou nossos pecados na cruz e nos libertou das amarras do pecado. Dessa forma, o amor necessita da liberdade, e essa liberdade significa ser capaz de escolher o bem. Portanto, assim como Cristo escolheu nos amar e nos salvar, devemos livremente escolher amar o nosso cônjuge.

Quero um amor total!

Jesus nos ama incondicionalmente, em sua totalidade: “como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou.” (João 13,1). Seu amor O levou à crucifixão, e assim nos deu até Sua última gota de sangue. Quem ama, ama sem reservas e se doa totalmente ao outro.

Quero um amor fiel!

Deus não trai Seus filhos, Suas promessas são eternas: “Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca.” (Isaías 49,15). Aquele que promete que nunca abandonaria e nunca esqueceria de ti, é, portanto, fiel eternamente.

Assim devemos amar: de forma fiel, que está junto mesmo nas fases mais difíceis e sofridas da vida, que não abandonaria apesar de nossas fraquezas e misérias.

Quero um amor fecundo!

O Senhor é o Deus da vida: “Os abastados se assalariam para ganhar o que comer, enquanto os famintos são saciados. Sete vezes dá à luz a estéril, enquanto a mãe de numerosos filhos definha. O Senhor dá a morte e a vida, faz descer à habitação dos mortos e de lá voltar.” (I Samuel 2,5-6). E assim nos é dado o dom da vida, e a maior expressão disso é a formação de famílias. O casal que ama a Cristo deve ser fecundo, tanto na geração de filhos, quanto na geração de dons em sua vida cotidiana.

Em resumo, uma reflexão sobre um amor livre, total, fiel e fecundo nos conduz a contemplar o modelo supremo de amor apresentado por Cristo. Ao abraçar essas características, buscamos restaurar o significado genuíno do amor, afastando-nos das distorções do pecado e aproximando-nos da plenitude que o amor divino oferece.

Deus lhe abençoe!

Catarina Moreira
Postulante da Comunidade Católica Pantokrator