Muitos jovens distantes da Igreja podem pensar que um papa é apenas alguém mais velho que “dita” regras sobre a Igreja e que não se importa nem um pouco com a juventude e seus anseios. Muito pelo contrário, a Igreja Católica possui muitos papas que já fizeram muito pelos jovens, e um deles é São João Paulo II.
“Ele vivia e respirava o amor daqueles jovens”
Muito antes de se tornar papa, o padre Karol Wojtyla levava grupos de jovens para andar de caiaque, acampar e caminhar. Os passeios eram proibidos pelos comunistas, que governavam a Polônia no momento, e, para esconder que era sacerdote, Karol se vestia como leigo e os jovens o chamavam de “wujek”, que significa “tio” em polonês. Nesses momentos, ele celebrava a Missa com eles na beira do lago ou no mato; e muitas vezes usava uma canoa virada como altar, com dois remos colocados em forma de cruz. Organizando essas excursões, o padre colocava em risco sua própria vida, considerando que ele era perseguido e espionado pelos comunistas, que o julgavam como um risco à ideologia marxista.
Em seu primeiro trabalho como padre, quando começou a levar os jovens para acampar, eles costumavam se juntar em volta de uma fogueira à noite, cantando canções populares e lendo livros. Esses acampamentos foram uma semente plantada no coração de São João Paulo II para que, futuramente, surgisse a Jornada Mundial da Juventude, que acabou por se tornar festival de oração ao ar livre que converte milhões de jovens almas até hoje.
Em certo momento, ainda como padre, foi enviado para a paróquia de São Floriano, na Cracóvia, onde passava muito tempo com os universitários, que o chamavam de “eterno adolescente”. Ele preparava retiros para os estudantes, que sempre o procuravam para ajudá-los em suas dificuldades de relacionamento ou pessoais. Os alunos relembram que ele não dava broncas, mas os ouvia atentamente e os aconselhava, de tal modo que os próprios estudantes chegavam à resposta. Isso reflete o amor que São João Paulo II tem pelos jovens. Um instrutor universitário, que passou um tempo com o santo, afirmou: “ele vivia e respirava esses problemas. E, como os jovens vivem e respiram amor, ele vivia e respirava o amor daqueles jovens”.
“Vocês são a esperança da Igreja e do mundo”
No dia 22 de outubro de 1978, dia de sua inauguração papal, ele fala para a juventude presente na Praça São Pedro: “Vocês são a esperança da Igreja e do mundo. Vocês são a minha esperança”. E este era só o começo de um amor imenso pelos jovens, que começou com os jovens poloneses e seria transmitido para os jovens do mundo inteiro. No ano de 1984, João Paulo II quis encontrar-se com os jovens no Domingo de Ramos e era esperado um público de cerca de 60 mil pessoas; porém, mais de 250 mil presenciaram o momento festivo. E o mesmo aconteceu no ano seguinte, em que 300 mil jovens marcaram presença, levando o Santo Padre a instituir a Jornada Mundial da Juventude, ou JMJ.
As Jornadas Mundiais da Juventude sempre eram cheias de declarações amorosas pelo papa.
No México, os jovens gritavam: “João Paulo II, todo o mundo te ama”. E nas Filipinas, no ano de 1995, entre cinco e sete milhões de pessoas se reuniram para celebrar a Missa de encerramento da JMJ, o que talvez tenha sido a maior reunião da história humana. Mas, na oitava Jornada, que seria em Denver, muitos até mesmo dentro da hierarquia da Igreja se questionavam se os adolescentes americanos realmente gostariam de ouvir um papa de 73 anos. Esperava-se, pelos mais pessimistas, que 20 mil pessoas compareceriam no evento; porém, mais de meio milhão de jovens foram para “ouvir um papa de 73 anos”. Quando seu helicóptero estava pousando, os adolescentes começaram a gritar e o barulho de suas vozes foi suficiente para causar uma turbulência na aeronave.
Mesmo com o seu falecimento em 2005, as Jornadas Mundiais da Juventude continuam acontecendo até hoje, com 15 edições em 14 países, incluindo o Brasil em 2013, que foi a segunda maior, com mais de 3 milhões de jovens. A 16ª acontecerá este ano em Lisboa. Dessa forma, São João Paulo II acendeu no coração de milhões de pessoas um amor por Cristo e pela Igreja.
“Jovens, não tenhais medo de ser santos!”
São João Paulo II, rogai por nós!
Catarina Moreira
Vocacionada da Comunidade Pantokrator