Todos já ouvimos falar de José do Egito, sabemos que ele era justo, sábio e que seus atos eram guiados por Deus.
José era um filho muito querido por seu pai Jacó, fazendo com que os seus irmãos desejassem a sua morte (cf. Gên. 37,18-24), embora não tenham tirado a sua vida, o venderam para comerciantes Ismaelitas, que o levaram para o Egito.
Agora, nos coloquemos no lugar de José: como você ficaria ao se deparar com esse tipo de situação? Aqueles, a qual você tanto ama, simplesmente tratassem a sua vida como um mero negócio?
Não ficaria o seu coração, manchado pelo ódio, pelo rancor deixando a ira e a tristeza tomar conta do seu ser? De fato, as nossas justiças e medidas podem querer gritar com tamanha barbaridade, mas José nos ensina a dar outra resposta diante dos desafios da vida, ele nos ensina a sermos misericordiosos, ele nos educa na fidelidade.
Deus demonstra a sua fidelidade.
A palavra nos diz que o Senhor estava com José e em tudo ele prosperava, procurando ser justo e fiel naquilo que lhe era confiado, fazendo com que ganhasse a simpatia do seu superior que o dava a administração de seus bens, mesmo que tentassem contra ele, como no caso da esposa de seu senhor que pedia insistentemente para que José se rendesse aos seus desejos, ele manteve-se firme e isso lhe custou a prisão.
José mais uma vez havia sido traído, no entanto nada temia, pois ele sabia que o Senhor estava com ele e esse era o seu sustento, era nisso que este servo de Deus se apoiava: “o Senhor está comigo, a quem eu temerei?”.
Graças ao seu abandono em Deus, José ganhava a confiança de todos, inclusive do Faraó, ao qual pôde ajudar interpretando seus sonhos, com a luz do Espirito Santo, transmitindo a mensagem de Deus para o Egito, falando sobre a grande fome a qual aquela região viria passar.
A sabedoria de José conquistou o coração do Faraó, tornando-o governador do seu País, confiando-lhe a administração de seus bens, era tão nítida a confiança dele, que quando a fome assolou o Egito, só poderia dizer uma coisa: “Ide a José, e fazei o que ele vos disser”.
José e a misericórdia
A fome se alastrava por todas as regiões, e algo inesperado aconteceu: os irmãos de José vieram pedir socorro ao Egito. Ora, a miséria estava por todo lugar e o Egito era o único país que havia se preparado para tal circunstância, no entanto seus parentes não o reconheceram, mas José sim, viu que era a sua família.
Pare por um momento e pense: o que você faria ao se deparar com aqueles que em algum momento te fizeram sofrer?
Certamente, se nosso coração não está profundamente seguro em Deus, agiríamos segundo as nossas emoções e seria impossível nos abrir a graça da misericórdia e é justamente isso que José nos ensina: a sermos misericordiosos.
Seus irmãos vieram pedir trigo, José deu mais que isso: além de provisões necessárias para o sustento deles, ele deu seu amor. Só podemos dar aquilo que temos em nosso coração e este servo do Senhor deu a misericórdia.
Aliás, tenho para mim que ele apenas reproduziu a bondade que o Senhor realizou na sua vida, visto que ele havia sido vendido e poderia ser tratado como escravo, ter sido entregue a morte, mas em todos os momentos Deus estava com ele, o livrou de tantos perigos. José foi misericordioso porque Deus usou de misericórdia para com ele.
José e o perdão
Existe algo muito belo na história de José, mesmo com todas as dificuldades seu coração não foi corrompido pelo desânimo, pela tristeza ou a cólera. Ele reconhecia que todas as adversidades que o sobrevieram, estava nos planos de Deus.
Podendo assim assumir a sua missão de ser o governador de todo o Egito, fazendo com que o povo não viesse a perecer, dando-lhes o sustento necessário. Compreendendo isso, seu coração estava livre para perdoar.
Os irmãos de José tinham noção do pecado que haviam cometido contra ele e suas consciências eram constantemente atacadas pelo remorso. O que surpreende nessa história é que José ao ver seus irmãos, mesmo com eles não o reconhecendo, apenas se preocupa em saber como estão todos, sobretudo seu pai Jacó, é tudo que ele precisava saber.
Ao se apresentar aos seus irmãos como o filho mais novo, em nenhum momento os acusou, somente disse-lhes: “Eu sou José, vosso irmão, que vendestes para o Egito. 5Mas agora não vos entristeçais, nem tenhais remorsos de me terdes vendido para ser conduzido aqui. É para vos conservar a vida que Deus me enviou adiante de vós.”
A santidade vivida no simples.
Que resposta de santidade! José, embora tenha sido um personagem da Antiga Aliança, certamente vivia as palavras de Jesus, no sermão da montanha: Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos [maltratam e] perseguem.
45Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos.
46Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos?
47Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isso também os pagãos?
48Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai Celeste é perfeito.”
José nos ensina que a fidelidade, a misericórdia e o perdão, são as nossas melhores armas para termos uma vida reta, digna e acima de tudo, santa.
Além do que, o reto coração, atrai bençãos e graças do Amor Poderoso de Deus! É necessário apostar que ao cumprir e assumir os desafios que a vida nos impõe, seremos plenamente felizes!
Joana Darck
Postulante da Comunidade Católica Pantokrator