Bem-aventurada Virgem Maria, mãe da igreja

BEM AVENTURADA VIRGEM MARIA

Em 3 de março de 2018, o Papa Francisco instituiu a celebração da memória da Virgem Maria, Mãe da Igreja. A celebração, que deve ocorrer sempre na primeira segunda feira logo após Pentecostes, vem para selar um título que foi utilizado ´pela primeira vez por Santo Ambrósio de Milão (338 – 397) e proclamado pelo Papa Paulo VI em 1964 na Constituição Dogmática, Lumen Gentium.

Muito além de celebrar a memória da maternidade da Virgem Santíssima, este momento deve ser para nós uma oportunidade de nos aprofundarmos nesse mistério de redenção para todo o corpo da Igreja. Assim como nos ensina o Cardeal Sarah: “Se queremos crescer e enchermo-nos do amor de Deus, é preciso enraizar a nossa vida sobre três realidades: na Cruz, na Hóstia e na Virgem – Crux, Hostia et Virgo. Estes são os três mistérios que Deus deu ao mundo para estruturar, fecundar, santificar a nossa vida interior e para nos conduzir a Jesus Cristo”.

Mulher, eis aí teu filho”

Do alto da cruz: “Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis aí teu filho”. Depois disse ao discípulo: “Eis aí tua mãe”. E dessa hora em diante o discípulo a recebeu como sua mãe” (João 19, 26-27). É neste momento que o Senhor nos presenteia com a maternidade da Virgem Santíssima, e ela nos acolhe como mãe amorosa.

Assim como a humanidade se perdeu por meio de uma mulher, Deus em Seu perfeito plano de amor nos concede a Virgem Maria, A Mulher. Foi por meio dessa Mulher, predestinada pelo Pai que o mistério da encarnação se fez para nós. Toda a vida da Virgem Santíssima teve e tem até hoje um único objetivo, nos levar para Cristo. Desde o momento do seu Sim ao anjo até o seu sim diante da cruz de Cristo, a Virgem Santíssima nos acolheu e nos amou como filhos seus.

São João Paulo II já nos advertia que “A função maternal de Maria em relação aos homens de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo; antes, manifesta a sua eficácia… e de nenhum modo impede o contato imediato dos fiéis com Cristo, antes o favorece”. Sendo assim, ao tomar posse dessa filiação, estamos permitindo que Jesus esteja mais próximo a nós. Pois a Virgem nos ensina a sermos dóceis a vontade de Deus, a silenciar quando não compreendemos a Sua vontade e a permanecermos de pé mesmo diante das nossas cruzes. A todo momento, Maria sendo mãe nos ensina a sermos filhos.

Eis aí a tua mãe”

Após Jesus Cristo ser arrebatado ao céu, os apóstolos aguardavam a vinda do Paraclito, O Espírito Santo que os fortaleceria para que cumprissem sua missão. Neste momento, estando no cenáculo onde “perseveravam unanimemente na oração” (Atos 1, 14), quis o Senhor que a Virgem Santíssima estivesse com eles. E assim, a mãe do redentor participava do nascimento da Santa Igreja. Deus, não precisaria de Maria Santíssima para que a redenção fosse consumada, mas Ele quis! E em todos os momentos, da encarnação, passando pelo calvário até a vinda do Espirito Santo, a Bem aventurada Virgem Maria estava ali, presente. Deus quis que Maria fosse a mãe de Seu Filho, Deus quis que Maria fosse mãe da Igreja e Deus quis que Maria fosse nossa mãe. Que possamos, com o coração repleto de alegria acolher e usufruir deste amor maternal.

Vanessa Cícera dos Santos Ramos
Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator

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