Alimento e vida espiritual

Qual a importância do alimento em minha vida? Consigo entender que preciso estar fortalecido na vida espiritual para vencer as batalhas cotidianas? Percebo que o alimento da minha alma é mais importante que o alimento para o meu corpo?

Um corpo, para ser bem nutrido, para sobreviver fisicamente, necessita de alimentos bons e saudáveis. O mesmo acontece com a alma; para que ela seja fortalecida espiritualmente é necessário ser constantemente nutrida com alimentos espirituais.

Assim como o vazio do corpo é suprido pela comida, o vazio da alma é suprido pela presença de Deus. O quanto procuro estar na presença de Deus, o quanto busco as coisas do alto?

Cada coisa em seu devido lugar

É necessário ter um equilíbrio na relação com a comida que nutre meu corpo como forma de fortalecimento físico, como com o alimento que nutre minha alma. A falta desse controle afetará a vida de oração, a vida espiritual e a intimidade com Deus.

Somos privilegiados por poder contar com a força do Espírito Santo que nos anima, nos encoraja e nos ensina o caminho para encontrar esse alimento espiritual.

Quando entendo a necessidade da vida de oração, da intimidade com Deus, percebo que esse é o meu principal alimento e que sem ele não posso viver. Ao contrário, se não ordeno minha relação com a comida, se não me esforço para haver o equilíbrio, isso afetará minha vida de oração e intimidade com Deus.

No Evangelho de São João 6, 27, Jesus disse a seus discípulos “trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até a vida eterna”. 

Jesus ensinava em parábolas para os que ali estavam e se fartavam com os pães multiplicados, mas o Senhor queria muito mais que isso; Ele desejava, com Seus ensinamentos, que todos entendessem que a maior fome e sede que sentiam era da palavra de Deus, era de buscar verdadeiramente a Deus.

A relação desordenada com o alimento e o pecado da gula – como combater 

Se não tenho um relacionamento ordenado com o alimento, caio no pecado da gula, que é uma relação desordenada, a busca pelo prazer que é a satisfação pela comida. 

Dessa forma, deixo de “fazer tudo para a glória de Deus” e faço unicamente para minha satisfação pessoal. 

O ser humano enquanto corpo, alma e espírito, deve buscar se fortalecer em Deus, buscar a força do alto para que o todo do conjunto humano esteja sadio. 

O Senhor, em Sua infinita misericórdia, nos deixou armas para o combater os desejos da carne. São eles a Eucaristia, o jejum, a Palavra de Deus, a confissão e o terço.

Quando sei que sofro com o pecado da gula, sou impelido pela Palavra de Deus a buscar conversão, uma nova postura. Devo fortalecer o meu espírito pela busca de Jesus na Eucaristia e na prática do jejum, busco na confissão o perdão por Deus tantas vezes não ser o centro da minha vida e, com a oração do terço, peço a intercessão da Virgem Maria para não cair mais. 

A Eucaristia nosso alimento 

Além de ser nosso principal alimento, a presença viva de Jesus na Eucaristia é o remédio para nossa alma, para todas as nossas necessidades espirituais.  A presença real de Cristo, Seu corpo e sangue, alma e divindade em forma de pão e vinho, é o ápice da fé católica. Ao me encontrar com Jesus na Eucaristia, me torno um com Ele. 

Um Deus tão grande que se torna tão pequenino num pedaço de pão, que em Sua grandeza se abaixa até alcançar minha miséria humana. Não existe palavras para descrever tamanho amor, o amor de Deus que é perfeito, que está sempre a me esperar, e, na Eucaristia, Se faz um comigo. 

A Eucaristia me dá forças para seguir no caminho do Senhor; se eu cair, me ajuda a levantar e a buscar ser fiel a Ele que me ama tanto, me quer tanto e me aceita do jeito que sou – mas, que espera de mim uma conversão verdadeira.

Sobre a Eucaristia, São João Paulo II nos diz: “Eis aqui o tesouro da igreja, o coração do mundo, o penhor da meta pela qual, inconscientemente, suspira todo homem”. 

Que nosso esforço seja buscar o alimento verdadeiro que nos dará e nos conduzirá à vida eterna. 

Taciane Fardin de Oliveira
Postulante da Comunidade Católica Pantokrator