“A fé é a resposta do homem a Deus, que a ele Se revela e Se oferece, resposta que, ao mesmo tempo, traz uma luz superabundante ao homem que busca o sentido último da sua vida”. (1)
Como você tem vivido a sua fé? Assim como em muitos outros momentos na história da Igreja, nós, cristãos inseridos no século XXI, somos chamados a viver a nossa fé com fidelidade a Deus e aos ensinamentos da Igreja Católica frente aos desafios específicos do nosso tempo.
No que cremos?
“Creio em Deus, Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra. E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos Céus; está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo; na santa Igreja Católica; na comunhão dos Santos; na remissão dos pecados; na ressurreição da carne e na vida eterna. Amém”. (2)
A Tradição e o Magistério da Igreja, bem como a graça da infalibilidade papal (3) no que diz respeito à fé e à moral, garantem a autenticidade dessa profissão de Fé.
A Fé e o relativismo
Atualmente, tudo é entendido como sendo relativo. Nada mais pode ser considerado absoluto ou verdade.
Até mesmo dentro da Igreja, há quem duvide da Fé em Deus Pai, o Ser supremo e criador, bem como no Verbo Eterno, que existe antes de tudo e em quem tudo subsiste (4) ou no Espírito Santo, que pairava sobre as águas já no início da criação, conforme o relato de Gênesis. (5)
Em que direção caminhamos, quando não há mais setas que indiquem algo verdadeiro ou confiável? Isso se torna ainda mais confuso e perigoso, quando nós, cristãos, perdemos o rumo de nossa Fé! Ela não é uma questão de mera opinião, embora as conversas e debates sejam saudáveis e edificantes. Também não significa que não possa haver questionamentos. Afinal, a busca sincera do conhecimento e da experiência de Deus nos conduz a Ele. “É, antes de mais, a Igreja que crê, e que assim suporta, nutre e sustenta a minha fé. É primeiro a Igreja que, por toda a parte, confessa o Senhor”. (6)
Hoje em dia, para que haja algum crédito, tudo precisa ser comprovado cientificamente. E a Igreja Católica dialoga com a ciência: “Assim, os milagres de Cristo e dos santos, as profecias, a propagação e a santidade da Igreja, a sua fecundidade e estabilidade são sinais certos da Revelação, adaptados à inteligência de todos, motivos de credibilidade, mostrando que o assentimento da fé não é, de modo algum, um movimento cego do espírito”. (7)
A Fé e as ideias atuais
Ainda que sejamos pessoas de Fé, não estamos imunes às ideias mundanas. Vivemos em um mundo permeado pelo egocentrismo, hedonismo, erotismo, individualismo e por tantos pensamentos que vão na contramão dos valores cristãos. Senão permanecermos iluminados pela sabedoria do Espírito Santo e não recorrermos ao Seu discernimento nas inúmeras decisões e situações cotidianas, correremos o risco de sermos sutilmente atraídos por tais pensamentos e acabarmos submetidos a eles.
Dentro da Igreja Católica, também se levantam ideologias e modismos. Assim como em tantos outros momentos de sua história, “falsos profetas” (8) propagam verdadeiros pensamentos hereges nos nossos dias. É preciso estarmos atentos e nos aprofundarmos na Sã Doutrina. (https://luzdafe.eadplataforma.app/curso/curso-luz-da-fe)
“A Igreja, que é «coluna e apoio da verdade» (1 Tm 3, 15), guarda fielmente a fé transmitida aos santos de uma vez por todas. É ela que guarda a memória das palavras de Cristo. É ela que transmite, de geração em geração, a confissão de fé dos Apóstolos. Tal como uma mãe ensina os seus filhos a falar e, dessa forma, a compreender e a comunicar, a Igreja, nossa Mãe, ensina-nos a linguagem da fé, para nos introduzir na inteligência e na vida da fé”. (9)
Semeadores da Fé
E, enfim, alimentados pela Sã Doutrina e pela nossa intimidade com Deus, cultivada através da vida de oração diária, seremos capazes, pela graça do Espírito Santo, de semear a Fé onde quer que estivermos.
Mais do que com palavras, somos chamados a profetizar a Fé com o nosso modo de ser e de viver! Que nós sejamos, verdadeiramente, sal e luz no mundo! (10)
Que Deus nos abençoe e que o Espírito Santo nos conduza!
Adriane Luz
Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator
- Catecismo da Igreja Católica – parágrafo 26
- Oração do Credo – Símbolo dos Apóstolos
- A infalibilidade do Papa foi definida no Concílio Vaticano I, em 1870, embora a Igreja, desde os seus primórdios, já acreditasse nisso: “Aderindo fielmente à tradição recebida desde o princípio da fé cristã(…), declaramos e definimos, como dogma de fé divinamente revelado, que o Pontífice Romano, quando fala ‘ex-cathedra’, isto é, quando no desempenho do seu múnus de pastor e doutor de todos os cristãos, define, com a sua suprema autoridade apostólica, doutrina respeitante à fé e à moral, que deva ser crida pela Igreja universal, pois possui, em virtude da assistência divina, que lhe foi prometida na pessoa do Bem-aventurado Pedro, a infalibilidade de que o Divino Redentor revestiu a Sua Igreja, ao definir doutrina atinente à fé e à moral; e que, portanto, as definições do Romano Pontífice são irrefragáveis por si mesmas, e não em virtude do consenso da Igreja” De Ecclesia Christi, c.IV
- Cf. Cl 1,16-17.
- Cf. Gen 1,2
- Catecismo da Igreja Católica – parágrafo 168
- Catecismo da Igreja Católica – parágrafo 156
- Cf. Mt 7,15
- Catecismo da Igreja Católica – parágrafo 171
- Cf. Mt 5,13-14