Você já refletiu sobre como suas amizades podem influenciar sua jornada rumo ao céu? A Bíblia nos oferece diversos insights sobre como as amizades podem ser cruciais em nossas decisões. Por exemplo, no livro de I Coríntios, o apóstolo Paulo adverte: “Não se deixem enganar: ‘As más companhias corrompem os bons costumes'” (I Coríntios 15,33).
A influência das amizades é profundamente significativa e muitas vezes não é totalmente reconhecida em nossas vidas. Desde os primeiros anos, os amigos exercem um impacto notável em nossos comportamentos, escolhas e até mesmo em nossos valores. Eles nos moldam de maneiras sutis e poderosas, auxiliando na definição da nossa identidade e na forma como nos relacionamos com o mundo ao nosso redor.
Provavelmente você já deve ter escutado o provérbio popular: “diga–me com quem andas e eu te direi quem tu és” ou a clássica frase de Jim Rohn: “você é a média das cinco pessoas com quem convive”.
Essas reflexões são amplamente reconhecidas e evidenciam o impacto profundo que as amizades exercem em nossas vidas. Através dessas ponderações, é possível avaliar o padrão de nossas escolhas no que tange às amizades. Elas nos convidam a considerar se as pessoas que escolhemos como amigos estão nos influenciando positivamente e se nossas decisões refletem a qualidade e a profundidade desses relacionamentos.
A influência das amizades na vida de Roboão
Na narrativa bíblica do livro de I Reis, capítulo 12, é contada a história de Roboão, filho de Salomão e neto de Davi. Ascendendo ao trono de Judá após a morte de Salomão, Roboão enfrentou um reino à beira da ruptura. Seu reinado ficou marcado por uma decisão crucial que precipitou a divisão do Reino Unido de Israel: o estabelecimento do Reino do Norte (Israel) e o Reino do Sul (Judá).
Diante de um dilema significativo, Roboão optou por seguir os conselhos imprudentes de seus amigos de juventude, rejeitando a sabedoria dos anciãos experientes que haviam servido a seu pai. Essa escolha, impulsionada pela inexperiência e uma busca equivocada pelo poder, desencadeou consequências desastrosas para o reino.
Ao longo de nossa jornada, somos frequentemente confrontados com encruzilhadas de escolhas semelhantes as que Roboão enfrentou. Em momentos críticos, podemos ser influenciados por amigos cujos conselhos, embora bem-intencionados, podem não ser os mais sábios ou adequados para a situação, repercutindo de forma profunda e duradoura.
Mas, a boa notícia é que todos nós conhecemos ou temos amigos que foram fundamentais em nosso processo de transformação espiritual. São aqueles que nos encorajaram a buscar uma conexão profunda com o amor divino, que nos incentivaram a perseverar mesmo diante dos desafios.
A influência das amizades na vida do paralítico
A Bíblia relata em Marcos 2, 1-12 um tocante episódio: um homem paralítico foi levado por quatro amigos até Jesus. Diante da imensa multidão, eles encontraram uma solução criativa e determinada abrindo um buraco no teto para baixar o leito do homem necessitado de cura. Jesus, vendo a fé deles, não só curou o homem fisicamente, mas também lhe ofereceu perdão e restauração espiritual.
Esse episódio bíblico ressalta a preciosidade de ter amigos verdadeiros, pessoas que desejam sinceramente o nosso bem e que nos incentivam na busca pela santidade. A dedicação e o esforço daqueles homens foram cruciais para que o paralítico tivesse seu encontro transformador com Jesus. É uma bênção encontrar tais almas generosas em nossa jornada, perceber que não estamos isolados e reconhecer a importância da colaboração mútua. Amigos são dádivas valiosas, verdadeiros tesouros que devem ser zelosamente preservados.
Amigos são benção, presentes e manifestação do amor zeloso de Des por cada um de nós. Se você reconhece essas amizades em sua vida, louve a Deus por elas. Reze por aqueles que fazem parte da sua história e deseja te encontrar no céu: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos”. João 15, 13.
Erika Tartari
Discípula da Comunidade Católica Pantokrator