Você se reconhece como um pecador?

VOCÊ SE RECONHECE COMO UM PECADOR

Você se reconhece como um pecador? Podemos reconhecer-nos como politizados, ecléticos, espiritualizados; no entanto, quando a palavra pecador surge, fingimos que não nos aplica.  O fato é que vivemos num tempo em que o pecado virou algo normal. Sempre temos justificativa para tudo. No entanto, “Não há homem que não peque” (Ecl 7,20). “O pecado é, portanto «o amor de si mesmo até ao desprezo de Deus».”(1) 

Geralmente, não paramos para refletir sobre nossas ações, muito menos para elevar aos céus nosso ato de contrição. A exemplo do filho pródigo: “Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados” (Lc 15,18-19).

Muitas vezes, nossa oração está cheia de pedidos e vazia de reconhecimento dos nossos pecados e arrependimento. A Sagrada Escritura nos recorda que “o justo cai sete vezes por dia” (Prov.24,16). E quanto mais vamos acumulando, mais esse pecado vai ferindo, ofendendo e destruindo a caridade em nós, nos afastando da vontade de Deus.

Proliferação do mal

O Catecismo da Igreja Católica vai nos alertar sobre a proliferação do mal. “O pecado cria uma propensão ao pecado; gera o vício, pela repetição dos mesmos atos. Disso resultam inclinações perversas que obscurecem a consciência e corrompem a avaliação concreta do bem e do mal. Assim, o pecado tende a reproduzir-se e reforçar-se, mas não consegue destruir o senso moral até a raiz”. (2)

Diante dessa realidade, precisamos examinar nossa consciência à luz do Espírito Santo. “É a voz do Espírito o arrependimento que provém do coração do pecador” (Santo Antônio de Pádua). Portanto, esse exame de consciência se faz necessário todos os dias, ao acordar e ao finalizarmos o nosso dia. A partir desse exame, devemos buscar o sacramento da confissão, que é o caminho de reconciliação com Deus, além de ser um processo de cura e conversão.

Apelo à contrição

A Palavra de Deus nos guia, e é o itinerário de contrição para o pecador. “Ora, se interrogarmos os livros do Antigo e do Novo Testamento, vemos que todo gesto de mais solene encontro entre Deus e a humanidade – para nos exprimirmos em linguagem humana – sempre foi precedido de um mais persuasivo apelo à oração e à penitência. Com efeito, Moisés não entrega ao povo hebreu as tábuas da lei divina senão depois de haver ele próprio feito penitência pelos seus pecados de idolatria e ingratidão.

(cf. Ex 32, 6-35; l Cor 10, 7). (3)

Jesus iniciou seu ministério exortando ao arrependimento.  “Arrependei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus” (Mt. 4, 17). Ainda mais do que os profetas, o Salvador exige dos seus ouvintes à mudança total do espírito, no reconhecimento sincero e integral dos direitos de Deus: “Eis que o Reino de Deus está no meio de vós” (Lc 17, 21); a penitência é força contra as forças do mal; ensina-nos o próprio Jesus Cristo: “O Reino dos Céus sofre violência, e os violentos se apoderam dele” (Mt 11, 12).(4)

Precisamos ter esse coração humilde e obediente. Um coração que reconhece seu pecado, mas ainda assim está disposto a se aproximar do trono da misericórdia de Deus. Um Deus Poderoso, que nos ama infinitamente, e nos dá a vida plena e a força necessária para vencer o mal. Coragem!

Referências

  1. Catecismo da Igreja Católica,1850
  2. Idem ibidem,1865
  3. Carta Encíclica Paenitentiam Agere, do Sumo Pontífice João XXIII, 5
  4. Idem ibidem,6

Andressa Aparecida da Silva
Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator

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