O que a primeira comunhão de Santa Teresinha nos ensina

Recentemente, ao participar de um retiro de formação permanente para consagrados e discípulos da comunidade, descobri algumas semelhanças entre a primeira comunhão de Santa Teresinha do Menino Jesus e a minha própria experiência. Durante a formação, que foi ministrada pelo Bispo de Barretos, Dom Milton Kenan Júnior, ele destacou as três resoluções que a santa tomou durante o retiro preparatório para sua primeira comunhão: “Não desanimar; não se deixar vencer pelo orgulho; e, além disso, todos os dias, rezar o “lembrai-vos” à Santíssima Virgem’.”

Dou-me a vós para sempre

Santa Teresinha conhecia a sua humanidade, mas entregou-se ao amor misericordioso de Deus, como uma criancinha que espera tudo de seu Pai. A sua primeira comunhão foi um desses momentos da vitória de Deus e como ela mesma disse: “O belo dia entre os belos dias chegou afinal… Foi um beijo de amor, sentia-me amada e dizia também: “Amo-vos, dou-me a vós para sempre”. Não houve  pedidos, lutas, sacrifícios; havia muito que Jesus e a Teresinha se haviam olhado e compreendido… “Naquele dia, não era mais um olhar, mas sim uma fusão; não eram mais dois, pois, de repente, Teresa havia sumido como a gota d’água que se perde no oceano.” Só ficava Jesus”.¹

Como Santa Teresinha, fiz também uma grande experiência com Jesus no dia da minha primeira comunhão. Após um ano de preparação, tinha chegado o grande dia. Lembro-me que minha mãe mandou fazer um vestido. Ele tinha mangas de princesa, detalhes em relevo de florzinhas e cobria os joelhos. Como fiquei feliz ao experimentá-lo. Era a roupa mais bonita que já tinha vestido.

A igreja em que fiz a minha primeira comunhão era dedicada à Santa Rosa Lima, padroeira do Peru e da América Latina. Estavam todos felizes em receber Jesus pela primeira vez. Mesmo não tendo a consciência plena daquela grande Graça.

Beijo de Jesus à minha alma

Recebemos a primeira comunhão no presbitério, local onde fica o altar. Um a um, íamos nos aproximando do nosso Bem Amado. Todos nós segurávamos um terço nas mãos, como se Nossa Senhora nos levasse até o Seu Filho. Além disso, recordo-me vivamente do coração acelerado, da ansiedade, das palavras do padre e, então, da boca tocando o corpo e o sangue de Jesus, o “ beijo à minha alma”.

O Senhor sempre falou comigo por meio da música e, naquele dia, não foi diferente. Assim, ao voltar para o meu lugar, senti o Senhor falar comigo por meio da música de comunhão: “O corpo que era Dele eu comerei agora, o sangue que era Dele meu será. A vida que era Dele eu viverei agora, o sonho que era Dele meu será’.”

Viver os sonhos de Deus

Senti o Senhor me convidando a assumir a Sua vida e a viver os Seus sonhos. Embora eu fosse muito nova para entender tudo o que significava aquela mensagem, meu coração ardia; além disso, as lágrimas rolavam pela minha face, pois queria corresponder a aquele amor inexplicável que senti naquele instante. Como não recordar, então, as palavras de Teresinha em sua comunhão: Naquele dia, só alegria enchia meu coração, unia-me a ela que se dava irrevogavelmente Àquele que se dava a mim tão amorosamente!…”²

Foi a partir da minha primeira comunhão que a minha família começou a participar mais ativamente da Igreja. Conhecemos a Renovação Carismática e dali em diante fomos abraçando os sonhos de Deus. Na época da minha crisma e da entrada na faculdade, o Senhor me pediu um passo maior, que foi viver a vocação na Comunidade Católica Pantokrator, consagrando a minha vida a ele. Quero crescer a cada dia mais nessa adesão à vontade de Deus. E que Santa Teresinha nos ajude a trilhar esse caminho de abandono e confiança.

E você, como foi sua primeira comunhão? O que Santa Teresinha te ensina?

Referências

  1. História de Uma Alma, 109
  2. Idem, ibidem

 

Andressa Silva
Consagrada da Comunidade Pantokrator

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