“’Os cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade’. Todos são chamados à santidade: ‘Sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito’ (Mt 5, 48)” (CIC 2013).
O chamado à santidade é universal!
Somos todos chamados à santidade é o que nos ensina a Santa Igreja por meio de Seu Catecismo (CIC), de Sua tradição e da vida de tantos santos e santas que trilharam o caminho da santidade por todo o período da Sua história.
“Para alcançar esta perfeição, empreguem os fiéis as forças recebidas segundo a medida em que Cristo as dá, a fim de que […] obedecendo em tudo à vontade do Pai, se consagrem com toda a alma à glória do Senhor e ao serviço do próximo. Assim crescerá em frutos abundantes a santidade do povo de Deus, como patentemente se manifesta na história da Igreja, com a vida de tantos santos” (CIC 2013).
Há santos de todas as épocas, raças, idades, cores, casados, solteiros, viúvos, religiosos ou leigos, de diferentes classes sociais, profissões e condições de vida… que tiveram algo em comum: amaram a Deus acima de tudo, abriram-se à graça divina, tiveram a coragem de submeter suas vidas à vontade de Deus e foram heroicamente bons.
Só Deus é Santo e nos tornamos santos à medida que nos aproximamos d’Ele. “O progresso espiritual tende para a união cada vez mais íntima com Cristo. Esta união chama-se “mística”, porque participa no mistério de Cristo pelos sacramentos – “os santos mistérios” – e, n’Ele, no mistério da Santíssima Trindade. Deus chama-nos todos a esta íntima união com Ele, mesmo que graças especiais ou sinais extraordinários desta vida mística somente a alguns sejam concedidos, para manifestar o dom gratuito feito a todos” (CIC 2014).
Não nos tornaremos santos por mero esforço humano, mas por graça divina! Porém, não sem ele! É necessário abrir-se à graça divina e colaborar com ela! “O caminho desta perfeição passa pela cruz. Não há santidade sem renúncia e combate espiritual. O progresso espiritual implica a ascese e a mortificação, que conduzem gradualmente a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças” (CIC 2015).
Os santos alcançaram a “visão beatífica”: desejo maior de nossas almas! Isso significa que contemplam a Deus face a face. Prova de tal proximidade com a Glória de Deus, são os milagres reconhecidos por sua intercessão e operados por obra divina, que tornaram suas beatificações e canonizações reconhecidas. “Os filhos da santa Igreja, nossa Mãe, esperam justamente a graça da perseverança final e a recompensa de Deus seu Pai pelas boas obras realizadas com a sua graça, em comunhão com Jesus. Guardando a mesma regra de vida, os crentes partilham a “bem-aventurada esperança” dos que a misericórdia divina reúne na “Cidade santa, a nova Jerusalém, que desce do céu, como noiva adornada para o seu Esposo” (Ap 21, 2)”. (CIC 2016)
Seguindo as pegadas dos santos
Os santos foram pessoas como nós, também pecadores, mas que descobriram o amor e a graça de Deus e se decidiram por amá-lO acima de tudo e heroicamente. “Santo é um pecador que nunca desiste”, disse São João Paulo II. Submetendo suas vidas inteiramente à vontade de Deus, foram capazes de dar uma resposta de santidade às necessidades e aos desafios específicos de seu tempo. Cada santo que pisou nessa terra trouxe uma singularidade consigo e deixou um ensinamento, uma pegada própria para que a humanidade pudesse segui-la em sua caminhada rumo ao Céu.
Santa Teresa de Jesus, também conhecida como Santa Teresa de Ávila, com sua “determinação determinada”, deixou-nos pegadas de uma vivência de ascese e recolhimento na busca de intimidade com Jesus Cristo através da vida de oração. “A meu ver a oração não é outra coisa senão tratar intimamente com aquele que sabemos que nos ama, e estar muitas vezes conversando a sós com ele.”
Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, ou Santa Teresinha de Lisieux, ensina-nos a pequena via descoberta por ela. Não precisamos ser grandes para ser santos, basta que saibamos ser pequenos, confiemos na misericórdia divina e a graça de Deus será grande em nós – “Deus não poderia me inspirar desejos irrealizáveis, portanto, posso, apesar da minha pequenez, aspirar à santidade”. Ela também nos mostra que devemos fazer todas as coisas pequenas e cotidianas com grande amor. Através de cada gesto de amor, em mistério, é possível salvar almas. “Apanhar um alfinete por amor pode converter uma alma. Que grande mistério!”, descobriu Teresinha.
São João Paulo II, o Papa da Esperança, contemporâneo de muitos de nós, soube acolher o amor de Deus – “O amor me explicou tudo” – e dar respostas de amor aos desafios de seu tempo, fossem eles de ordem pessoal, cultural, social, política, ideológica, etc. Durante seu longo pontificado, visitou mais de uma centena de países e deixou inúmeros escritos, ensinando-nos, através de suas palavras e de seu testemunho, sobre a Fé, a Esperança e o Amor. “Não tenhais medo! Abri, ou melhor, escancarai as portas a Cristo!”, disse ele em seu primeiro discurso como Papa, em 1978, da janela da Basílica de São Pedro em Roma.
O jovem Beato Carlo Acutis, que em breve será o primeiro santo “millenial”, padroeiro da internet, principal meio pelo qual evangelizava, ensina-nos a amar apaixonadamente a Eucaristia. Dizia ele: “A Eucaristia é a minha autoestrada para o céu”.
Caminhemos nas trilhas desses santos, e de tantos outros, rumo à santidade e nos apropriemos da potência da graça divina operante em nossas almas para que um dia também sejamos dignos de ocupar a morada eterna preparada por Cristo para cada um de nós! (Cf. Jo 14-2).
Que o Bom Deus nos abençoe!
Adriane Luz
Consagrada Comunidade Católica Pantokrator