O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, confirmou hoje (24) que não continuará à frente da instituição no governo da presidenta eleita, Dilma Rousseff. Segundo Meirelles, ela anuncia na tarde de hoje (25) três nomes que irão compor a equipe econômica.
O presidente do BC falou sobre o assunto em entrevista coletiva antes de participar de audiência pública no Senado. Ele destacou que a saída do cargo é uma decisão pessoal e que se sente “feliz e gratificado”. Meirelles afirmou que continuará na função até 31 de dezembro, último dia de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“A minha intenção e objetivo eram e são concluir o meu trabalho junto com o presidente Lula”, disse. “Regras de boas práticas de governança de bancos centrais aconselham que os presidentes dos BCs não fiquem mais de dois mandatos [no cargo]. O momento é adequado para encerrar a missão.”
Meirelles fez um balanço positivo sobre os oito anos à frente do Banco Central. “Foi um governo de sucesso. Assumi com média de crescimento [da economia], em 2003, de 2% ao ano, a inflação atingia patamar elevado, chegou a 17% em 12 meses encerrados em maio de 2003. A inflação está na meta durante todo esse período. A taxa de juros real caiu”, destacou.
O presidente do BC também afirmou que, neste período, o país alcançou uma posição de destaque no cenário externo. “O Brasil está enfrentando crises econômicas com sucesso, tem reservas internacionais elevadas, investment grade [grau de investimento], é credor do FMI [Fundo Monetário Internacional], é um país que tem respeitabilidade internacional.”
Henrique Meirelles não quis comentar a possibilidade de o diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro do BC, Alexandre Antonio Tombini, ser indicado para ocupar a presidência da instituição na gestão de Dilma Rousseff.
Agência Brasil