Maioria dos deputados brasileiros rechaça o aborto

BRASILIA, 07 Fev. 11 / 04:40 pm (ACI)

A maioria dos deputados federais do Brasil, que farão parte da câmara de representantes a partir deste 1 de fevereiro, rejeitam a despenalização do aborto segundo uma pesquisa realizada pela rede de notícias G1 (Globo).

No sábado 29 de janeiro o G1 deu a conhecer os resultados de uma pesquisa feita aos deputados na qual se perguntou, entre outras coisas, “Você está de acordo com a despenalização do aborto?”. 267 responderam que não, 78 disseram sim, 37 disseram que “em alguns casos” outros 32 disseram que não tinham uma opinião definida.

414 deputados, do total de 513, que farão parte da nova legislatura, responderam à pergunta sobre o aborto. Para obter os resultados,o G1 se comunicou com todos os legisladores e pôde obter respostas de 446.

Os 267 deputados que expressaram seu rechaço ao aborto constituem 52,4 por cento do total dos deputados; e 64,4 por cento dos que responderam à pergunta do G1 sobre o aborto.

Dos 414 que responderam, 74,6 por cento se declara católico; dos quais 10,2 por cento -52 deputados-, declaram-se católicos partidários do aborto, transgredindo os ensinamentos da Igreja.

A pesquisa do G1 se teve inicio no dia 29 de novembro e finalizou no 27 de janeiro deste ano. A maioria dos legisladores respondeu às perguntas por telefone enquanto que uma parte preferiu receber o questionário por correio eletrônico para devolvê-lo depois impresso.

G1 assinala além que na década de 90 apresentaram-se mais de 50 projetos sobre o aborto na Câmara de Deputados. A maior parte propõe mudanças no Código Penal, para diminuir ou aumentar as penas aos que praticam ou se submetem a esta prática.

A nova presidente do Brasil, Dilma Rousseff, expressou em diversas ocasiões seu apoio a descriminalização do aborto no país; uma postura que custou cerca de seis milhões de votos no primeiro turno das eleições presidenciais de 3 de outubro de 2010, data em que também foram escolhidos os 513 deputados federais.

Entretanto, durante sua campanha no segundo turno eleitoral no dia 31 de outubro, ela se declarou “pessoalmente contrária o aborto” e prometeu não enviar ao Congresso projetos para sua despenalização. Ativistas pró-vida no Brasil advertiram que poderia tratar-se de uma promessa eleitoral que seu partido político, o Partido dos Trabalhadores (PT) poderia não honrar.

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