A “consagração de Bispas” na Igreja da Inglaterra está em perigo depois das últimas eleições do Sínodo Geral, que mostraram avanços dos evangélicos e anglocatólicos tradicionalistas, contrários a essa abertura.
A reportagem é da agência Efe
A informação é do jornal The Times desta terça-feira, segundo o qual mais de 32% dos clérigos e 35% dos leigos votarão contra a legislação pertinente, a menos que se dê satisfação àqueles que por motivos de consciência ou relacionados com as Escrituras resistem a aceitar mulheres nesse cargo.
São necessários apenas 34% dos votos quando o assunto volta a ser votado nas respectivas dioceses, com o que basta que uma pessoa a mais se oponha à consagração de mulheres para derrotar os progressistas, assinalaram ao jornal fontes do setor conservador do anglicanismo.
O Sínodo Geral da Igreja da Inglaterra, cujo modelo é inspirado no Parlamento britânico, é eleito a cada cinco anos e consiste em três câmaras: os leigos, o clero e os bispos.
O próximo será aberto em novembro pela rainha Isabel II, que é sua Governadora Suprema, na abadia londrinense de Westminster.
O Sínodo já está há três décadas discutindo a ordenação de mulheres, algo que foi aprovado por estreita margem em 1992, o que possibilitou a ordenação das primeiras sacerdotisas na catedral de Bristol, na Páscoa de 1994.
A legislação que permitiria dar o passo seguinte com a consagração de bispas está sendo discutida atualmente pelas 44 dioceses do país e voltará ao sínodo de 2012, quando necessitará de maioria de dois terços das três câmaras.
O movimento evangélico Reforma debate hoje a proposta de criar uma nova sociedade que seria como” uma igreja dentro da igreja” destinada aos evangélicos conservadores, que são contrários à elevação de mulheres ao cargo de bispas.
Enquanto muitas mulheres resistem às medidas em discussão tendentes a diminuir o status das bispas frente a seus colegas masculinos, os tradicionalistas consideram insuficiente a proposta de um código de prática destinado a salvaguardar seus interesses.
A decisão do Vaticano de criar um ordinariato católico que acolheria os anglicanos que se negam a aceitar mulheres como bispas está contribuindo para a sensação de crise.
O ordinariato, que será lançado no próximo ano na Grã-Bretanha, permitirá tanto aos leigos como ao clero e aos bispos converterem-se à Igreja de Roma sem renunciar a determinados aspectos do legado anglicano.
Ao menos três bispos anglicanos já manifestaram sua decisão de dar esse passo: todos eles têm atualmente a função de “bispos volantes”, encarregados do cuidado pastoral dos pastores e leigos contrários à ordenação de mulheres tanto como sacerdotes como sua elevação ao bispado.
Segundo o The Times, espera-se que os três bispos anunciem sua saída do anglicanismo no próximo Natal: trata-se de John Broadhurst, bispo de Fulham, e os bispos de Ebbsfleet e Richborough, Andrew Burnham e Keith Newson, respectivamente.
Fonte:
Blog Shalom – Carmadélio