Ao mesmo tempo em que negocia libertação de reféns, Colômbia aperta o cerco contra as Farc

No mesmo momento em que faz um acordo para a liberação de cinco reféns mantidos sob o poder das Forças Armadas Revolucionárias (Farc), o governo do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anuncia que 2 mil militares ficarão de prontidão nas regiões dos departamentos de Huila e Caquetá. A ideia é pôr em prática uma ofensiva contra os guerrilheiros. As informações são da Presidência da República da Colômbia e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

Paralelamente, hoje (10) os dois helicópteros brasileiros partiram de Villavicencio (na Colômbia) para Florencia, também no país, para amanhã (11) resgatar mais dois sequestrados. Para as autoridades colombianas, são operações distintas. No grupo dos 2 mil militares há atiradores de elite e peritos na manipulação de explosivos.

Amanhã a equipe de resgate – formada por 22 militares, representantes da Cruz Vermelha, a ex-senadora Piedad Córdoba, integrantes do governo da Colômbia e dois representantes da organização não governamental Colombianos e Colombianas pela Paz, Hernando Gómez e Danilo Rueda, – estará no departamento de Caquetá, na cidade de Florencia. É a terceira ação que conta com o apoio do Brasil.

O objetivo é sair de Florencia em direção ao local definido pelos guerrilheiros para libertar o vereador Armando Acuña e o militar Henrique Marinho López Martínez. No domingo (13), que será o último dia das operações, serão resgatados, no departamento de Tolima, na cidade colombiana de Ibagué, os militares Guillermo Solórzano e Salim Sanmiguel.

O representante do governo colombiano nas operações, Eduardo Pizarro Leongómez, elogiou a ação que permitiu a libertação ontem (9) do vereador Marcos Baquero. “Agradecemos ao governo, às Forças Armadas, a Piedad Córdoba, à Cruz Vermelha Internacional e ao governo do Brasil pelos bons ofícios. Acho que todos nós podemos ser muito otimistas com as próximas negociações”, disse.

O governo da Colômbia negocia a libertação de mais 16 reféns das Farc. Mas não há data para a operação ocorrer. Segundo Leongómez, os esforços são para que mais libertações ocorram no menor tempo o possível.

Para as etapas de libertação dos reféns, foram negociados protocolos de segurança – entre as Farc e o governo Santos sob mediação dos demais negociações. Os protocolos consistem em suspender voos militares nas áreas onde ocorrem os resgates.

Para os comerciais, devem ser informados com antecedência os planos de sobrevoo. Também ficam suspensas por 24 horas operações terrestres nas regiões onde serão feitos os resgates.

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