Roma (Quinta-feira, 25-11-2010, Gaudium Press) A associação de Direito Pontifício “Ajuda à Igreja que Sofre” apresentou ontem em Roma seu informativo 2010 sobre liberdade religiosa no mundo. A publicação de mais de 500 páginas avalia a situação de liberdade de prática de religião em todos os países.
Apresentando o informe esteve Renè Guitton, membro da rede de especialistas das Nações Unidas na Aliança de Civilizações e autor do livro “Cristianofobia”, que tratou da situação dos cristãos da Ásia e no Oriente Médio, assinalando que de acordo com os boletins internacionais seriam mais de 50 milhões os “cristãos vítimas de perseguições, desprezo, discriminações”.
Citando especificamente o Iraque, e referindo-se também à situação de países asiáticos de maioria muçulmana, Guitton afirmou que depois de 2001, em várias zonas foi se identificando as minorias cristãs com o “Ocidente” – inclusive onde essas comunidades representavam uma parte integrante do tecido social do país desde séculos – expondo-os a ataques crescentes.
De sua parte, Dom Joseph Courts, bispo de Faisalabad, no Paquistão, e vice-presidente da Conferência Episcopal Paquistanesa, disse que apesar de gozar de uma boa dose de liberdade, no Paquistão a situação das minorias, cristãs ou não, foi piorando nos últimos anos. “Episódios de discriminação, intolerância e até de violência jamais registrados antes começaram a se produzir com preocupante frequência”, expressou o prelado, recordando que os primeiros registros deste tipo de violência remontam a 2001, logo após a invasão do vizinho Afeganistão.
A ameaça vem principalmente de “pequenos grupos” minoritários de fundamentalistas, afirmou Dom Coutts, criando um clima de “constante tensão” e crescente extremismo.