Segunda feira, perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque a Santa Sé pediu o fim da discriminação contra os cristãos no mundo. Na esteira do brutal atentado ocorrido na catedral siríaca católica de Bagdade
O observador permanente da Santa Sé na ONU, Dom Francis Chullikatt, proferiu um discurso no Terceiro Comité da Assembleia Geral abordando os temas da discriminação racial e da intolerância religiosa.
Dom Francis conhecia pessoalmente algumas das vítimas, pois foi núncio apostólico no Iraque e Jordânia desde 2006 até recentemente.
Na sua intervenção em nome Santa Sé, “lamentou que muitas pessoas no mundo tenham perdido, até mesmo, a liberdade para rezar em comunidade”. “Trata-se de homens, mulheres e crianças cuja busca de Deus é considerada uma actividade proibida e muitos deles enfrentam serias consequências físicas e legais para poderem satisfazer essa necessidade humana fundamental”, lamentou.
Recordando que nenhum país ou cultura está livre da xenofobia e da perseguição religiosa – apesar dos esforços para as combater – a delegação da Santa Sé apontou uma falha no Relatório Especial da ONU sobre o assunto.
A falha ressaltada foi a de o Relatório não ter assinalado o facto de que, em várias partes do mundo, cristãos são levados à força das suas casas, torturados, aprisionados, assassinados ou forçados a converterem-se ou a negarem a sua fé.
O arcebispo Francis Chullikatt pediu à comunidade internacional que não ignore essa situação, que exige atenção urgente de lideres internacionais e nacionais para tutelar o direito á liberdade religiosa daqueles indivíduos e comunidades. E afirmou que “a esperança de progresso para a humanidade não se concretizará enquanto existirem esses abusos”.
O representante da Santa Sé nas Nações Unidas em Nova Iorque falou ainda do perigo de fazer a correlação exagerada entre raça e religião, chamando a atenção para os migrantes que sofrem injusta discriminação.
Radio Vaticano