Ao longo de toda a sua existência, Newman foi alguém que sempre se foi convertendo, transformando; e foi assim que ele permaneceu ele próprio, tornando-se cada vez mais ele próprio. – Observações de Bento XVI, numa mensagem pessoal ao Simpósio Internacional que decorre hoje e amanhã em Roma tendo como tema “O primado de Deus, na vida e nos escritos do Beato John Henry Newman, promovido pela Universidade Gregoriana e pelo Centro Internacional dos Amigos de Newman.
Referindo a “conversão” juvenil referida nos escritos autobiográficos do Beato, o Santo Padre considerou que tal experiência constituiu a base para o primado de Deus na vida de Newman. A partir daí, ele deixou-se guiar por “dois critérios fundamentais… que manifestam plenamente” esse primado de Deus”.
Antes de mais, “a santidade, acima da paz”. Um ideal que comportou para ele “um grande preço a pagar”. De facto, Newman – observou o Papa – “como anglicano mas também como católico, teve que suportar muitas provações, desilusões e incompreensões. Contudo nunca se abaixou a falsos compromissos ou se contentou com fáceis consensos. Permaneceu sempre honesto na busca da verdade, fiel aos apelos da sua própria consciência e visando o ideal da santidade”.
O segundo princípio escolhido por Newman – “o crescimento é a única expressão da vida” –exprime perfeitamente (segundo o Papa) a disposição de Newman “a uma contínua conversão, transformação e crescimento interior, apoiando-se sempre confiadamente em Deus”. Esta sua experiência de crescimento, na fidelidade a si mesmo e à vontade do Senhor, exprimiu-a ele nas conhecidas palavras: “Aqui na terra, viver é transformar-se. A perfeição é o resultado de muitas transformações”.
“Ao longo de toda a sua vida, Newman foi alguém que se converteu, que se transformou, e foi desse modo que permaneceu ele próprio, se tornou cada vez mais ele próprio”. “O primado de Deus traduz-se, portanto, para Newman, no primado da verdade, uma verdade que há que procurar antes de mais dispondo ao acolhimento a sua própria interioridade, num confronto aberto e sincero com todos, culminando no encontro com Cristo, Caminho, Verdade e Vida” – conclui o Papa.
Radio Vaticano