Roma, 17 Nov. 10 / 12:36 pm (ACI).- O Cardeal Giacomo Biffi, Arcebispo Emérito de Milão (Itália), criticou duramente a ideologia homossexual a partir de uma entrevista de São Paulo no primeiro capítulo da Carta aos Romanos, e precisou que a “aberração cultural” e a libertinagem sexual atual têm sua origem na exclusão de Deus da vida das pessoas.
Em sua coluna desta terça-feira 16 de novembro titulada “as memórias incômodas do Cardeal Biffi”, o vaticanista italiano Sandro Magister divulgou a publicação da autobiografia do Cardeal que na parte da crítica à ideologia homossexual explica a situação atual a partir da passagem bíblica da Carta aos Romanos 1, 21-32.
O Arcebispo Biffi explica que os católicos devem respeitar os homossexuais e rejeitar toda marginalização, exceto quando se trata da natureza irrevogável da realidade matrimonial e familiar, constituída pela união entre um homem e uma mulher. Do mesmo modo, recorda que os fiéis devem rejeitar “toda ‘ideologia da homossexualidade’ exaltada, um rechaço que é obrigatório”.
O Cardeal Biffi adverte que “a aberração cultural” que se vive atualmente é produto da exclusão de Deus da vida das pessoas, o que além disso “determina um descarrilamento universal da razão”.
“A partir desta obcecação intelectual –prossegue– se produz a queda condutual e teórica na mais completa libertinagem: ‘Por isso Deus os abandonou à impureza dos desejos de seu coração, até chegar a desonrar entre eles os seus próprios corpos’ (Rm 1, 24)”.
Depois de explicar que o que São Paulo descreve sobre as relações sexuais ‘contra natura’ e as desordens que geram “é uma página do livro inspirado, que nenhuma autoridade terrestre pode nos obrigar a censurar”, o Cardeal alerta que “nem sequer nos é permitido, se queremos ser fiéis à palavra de Deus, a atitude pusilânime de ignorá-la, por causa da preocupação de parecer que não somos ‘politicamente corretos’”.
O Arcebispo Emérito alerta logo que quem não compartilha a ideologia homossexual atual corre o risco da “condenação em uma espécie de marginalização cultural e social” e explica que os atentados à liberdade de julgamento começam pela linguagem.
“Quem não se resigna a aceitar a ‘homofilia’ (quer dizer, a avaliação teórica das relações homossexuais), é acusado de ‘homofobia’ (etimologicamente “medo à homossexualidade)”, denunciou.
Seguidamente o Cardeal recorda que “deve ficar bem em claro: quem se manteve forte, iluminado pela luz da palavra inspirada e vive no ‘temor de Deus’, não tem medo de nada, exceto da estupidez frente à qual, como dizia Bonhoeffer, estamos indefesos”.
Para o Arcebispo Emérito de Milão o problema fundamental que aparece é o de ser coerentes com o ensinamento de Cristo, ante o qual aparece uma interrogante: “devemos prepararmo-nos para uma nova forma de perseguição, promovida pelos homossexuais facciosos, por seus cúmplices ideológicos e também por aqueles que teriam o dever de defender a liberdade intelectual de todos, inclusive dos cristãos?”
Finalmente ele pergunta aos teólogos, biblistas e pastoralistas: “por que neste clima de exaltação quase obsessiva da Sagrada Escritura não há ninguém que cite a passagem de Rm 1, 21-32? Como não há ninguém que se preocupe um pouco de dá-lo a conhecer aos crentes e não crentes, não obstante sua evidente atualidade?”
Para ler a coluna completa de Sandro Magister em italiano ingresse em: https://chiesa.espresso.repubblica.it/articolo/1345582?sp=e