Associações Médicas Católicas e Vaticano manifestam “desapontamento” por escolha do Nobel de Medicina

A Federação Internacional de Associações Médicas Católicas (FIAMC) e o Vaticano manifestaram descontentamento pela escolha da Academia Sueca de premiar o geneticista e biologista reprodutivo Robert Edwards, de Cambridge, “pai” da fertilização in vitro e assistida e do primeiro “bebê de proveta”, com o Prêmio nobel de Medicina deste ano. O anúncio do Nobel de Medicina foi feito nesta segunda-feira.

Dr. José María Simón Castellví, presidente da Federação Internacional de Associações Médicas Católicas (FIAMC), expressou ontem em uma declaração: “Nós apenas podemos ser plenamente humanos quando nós vivermos de acordo com a vontade de Deus respeitando a dignidade especial que concerne a todos os seres humanos”. Médicos católicos reafirmaram seu descontentamento com o processo de fertilização in vitro, que criou e descartou muitos milhões de embriões. Este processo trata os seres humanos como “animais experimentais destinados para a destruição” e os trata considera “mercadorias” e não como “indivíduos humanos preciosos”, diz a FIAMC.

Ainda segundo a entidade, métodos de resolução do problema de fertilidade deveriam ser éticos e respeitar a dignidade especial do embrião humano, “que não é diferente daquela de um adulto maduro com uma mente brilhante”. “A humanidade sofre quando se esquece ou ignora o fato de que Deus é nosso criador e nós somos suas criaturas”, declararam os médicos católicos associados à FIAMC.

O descontentamento pelo prêmio Nobel a Edwards foi manifesto também pelo Vaticano. Monsenhor Carrasco de Paula, presidente da Pontifícia Academia para a Vida, disse que é uma “condecoração que desconsidera todas as problemáticas de ordem ética e que ressalta que o homem pode ser reduzido de sujeito a objeto”.

Ainda segundo o presidente da Pontifícia Academia para a Vida, o Nobel da Medicina nomeado ontem é responsável pelo “atual estado de confusão da procriação assistida com situações incompreensíveis como filhos nascidos por avós ou mães de aluguel”.

Com a técnica que passou a ser usada em 1978, “diria que Edwards não resolveu no fundo o problema da infertilidade, que é um problema sério, nem do ponto de vista patológico nem epidemiológico”, enfatizou Msr. Carrasco de Paula.

Ele acredita que outros candidatos ao prêmio, como Ernest McCulloch e James Till, do Instituto do Câncer de Ontario, no Canadá, que descobriram as células-tronco da medula óssea no começo da década de 1960, e Shinya Yamanaka, da Universidade de Quioto (Japão), que em 2006 descobriu como produzir células-tronco pluripotentes a partir de células cutâneas comuns, seriam mais indicados a levar o Nobel de Medicina.

Gaudium Press

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