Paris (Terça-feira, 21-06-2011, Gaudium Press) Segundo o cotidiano católico francês “La Croix” (Edição de 17 de junho; artigo de Sébastien Maillard), o conhecido livro “História de uma Alma”, relato autobiográfico de Santa Teresa do Menino Jesus, adaptado à cena teatral em Paris, está recebendo uma aprovação por parte do público além das expectativas.
Segundo o jornal, a jovem Eva Hernandez, a quem toca o papel da santa de Lisieux, não esconde sua alegria e satisfação em representar seu papel. Por sua vez, à medida que chegam, os espectadores tomam lugar ao som de canto gregoriano como fundo musical. O espetáculo inicia com uma acolhedora declaração da atriz: “Estava à sua espera”.
A curiosidade despertada pelo monólogo da peça, ressalta o jornal, executada num teatro que habitualmente visa mais à diversão, “bem demonstra que ‘História de uma Alma’ corresponde a um anseio do público”, contrariamente ao que se poderia pensar.
Três quartos da sala do Théatre des Mathurins (que deve seu nome a uma dependência de um convento dos monges Mathurins, no século XII) ficam tomados a cada apresentação. O diretor do teatro, Stéphane Engelberg, não hesita em declarar que “a peça rende bem, apesar de ser atípica e contracorrente em nossa sociedade, e também de tocar um público que vai além dos que são crentes”.
Declara ainda o diretor, “ateu”, ter ficado transtornado pelo que têm sentido os espectadores ao descobrirem a peça. “Após a apresentação, as pessoas se aproximam da atriz com distância e doçura como se ela fosse a própria santa”.
Michel Pascal, cenarista, estima ao periódico que “não se assiste a uma peça de teatro, mas, sim, compartilha-se uma experiência de vida”. Ainda conforme o jornal, Para ele, além do mais, teatro e teologia estão fadados “a bem conviverem”.
O jornal diz ainda que, entre o público, não faltam elogios à representação “sutil e extraordinária” da atriz, bem como pelo fato de acharem reconfortante ter sido levado adiante tal empreendimento.
Yves Darondeau, um dos produtores da obra, disse ao “La Croix” que estima que “o personagem de Santa Teresinha emana uma força de vida que ultrapassa os que creem”. Ele diz que pretende ampliar o público, encenando a peça “fora das igrejas”.
Um giro internacional está previsto, com 300 apresentações programadas.
Quanto à atriz, ela confessa ao jornal que a representação constitui para ela um “retorno à fé”, que não praticava desde seu batismo, aos 13 anos. “Quando represento, deixo-me penetrar por um poder, uma força, que me suplanta”, testemunha Eva, quem, ao retirar o traje de carmelita, ao final da peça, para saudar o público, mantém o mesmo sorriso daquela que encarnou.
Guy de Ridder