Quer ser feliz e já não sabe mais o fazer? Podemos refletir algo sobre esse assunto e encontrar um caminho por onde a felicidade te espera.
Muitas pessoas já buscaram ou buscam ansiosamente a felicidade em muitos lugares, coisas, pessoas e em outras situações diversas e quando parece ter encontrado, como que em um piscar de olhos, ela desaparece. O carro do ano já está ficando velho, perdeu-se o emprego da segurança e estabilidade financeira, o corpo de modelo já está encurvando e engordando, os cabelos estão caindo ou ficando brancos, as fotos postadas nas redes sociais não são visualizadas, curtidas ou comentadas como se esperava, a pessoa amada já não está mais por perto e etc. Então chega a decepção, infelicidade e os questionamentos: Por que não posso ou não consigo ser feliz? Por que me abandonaram? Por que nada dá certo na minha vida?
Para tudo isso existe uma resposta e a oportunidade de encontrar o que todo ser humano anseia.
Alegria e Felicidade
A verdade é que ainda confundimos as alegrias momentâneas e os prazeres, com a felicidade, podemos estar alegres, porém não ser felizes, enquanto deveríamos ser felizes mesmos que em muitos momentos não nos sentimos alegres.
Usufruir de momentos de alegria é muito bom e positivo para nutrir a felicidade, porém para alcançá-la de verdade, devemos deixar de depender de momentos e situações de euforia e encarar a vida com realismo, responsabilidade e constância. Assumir nossa vida em nossas próprias mãos, ter coragem de enfrentar os desafios e conflitos cotidianos como oportunidades de crescimento e amadurecimento humano e espiritual sem ficar mudando de opiniões e decisões impulsivas o tempo todo.
Acredito que para alcançar a felicidade não é tão difícil e muito menos complicado quando tomamos consciência de quem somos e para que fomos criados. Então, se queremos ser felizes, é essencial “nos perguntarmos e refletir” sobre: Quem sou, de onde vim e para que existo? Só com essas respostas seremos capazes de encontrar o caminho da felicidade.
Deus te quer feliz
Então Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os répteis que se arrastam sobre a terra” (Gen 1, 26). Deus que é plenamente feliz nos criou à sua imagem e semelhança para que, em comunhão com Ele, sejamos felizes e cuidemos de sua criação. Nesta passagem, podemos perceber a comunhão e partilha que Deus fez conosco e que podemos encontrar a felicidade quando nossa vida encontra um sentido em nosso criador, que se doou e se doa todos os dias sustentando nossa existência. Portanto, encontraremos o sentido da nossa vida quando os nossos desejos estiverem focados na doação, em desejos de fazer algo de bom para alguém, fazer outros felizes com nossa existência, com nossa profissão, com nossa natureza sexual como homem e mulher e etc.
Viktor E. Frankl, em seu livro “Em Busca de Sentido”, nos mostra, com sua experiência no campo de concentração, que as pessoas que mais lutavam para sobreviver eram aquelas que se agarravam no amor pelos filhos e familiares, aqueles que reconheciam ter um talento a ser compartilhado e recordações que valiam a pena preservar. Elas encontravam forças, esperanças e sentido em suas vidas em meio a tantos tormentos e sofrimentos.
Realidade e realização
A felicidade está dentro de nós, em nossa identidade de filhos de Deus e, como filhos, temos a capacidade de “decidir” por ser feliz. Essa é a realidade, é nossa responsabilidade, ninguém fora de nós poderá fazer por mim e nem por você. Quando tomamos essa decisão, entendemos que precisamos sair de nossos egoísmos, individualismos, comodismos, egocentrismos e etc. Precisamos nos convencer de que a felicidade não está em satisfazer nossas carências e sim no transcender a capacidade de amar que portamos, ir ao encontro do outro, ofertar nossa vida ao amor e bem do próximo, desde nossa família particular até toda a sociedade que podemos alcançar.
Um dia perguntaram à Santa Teresa de Calcutá, quando era seu descanso, e ela, com expressão de realização e felicidade, respondeu: “descanso no amor”. Que possamos seguir seu exemplo, descentralizar nosso olhar de nossa autorealização e nos dar em amor na realidade atual que vivemos, seja ela qual for, pois “Um coração feliz é o resultado inevitável de um coração ardente de amor” (Santa Teresa de Calcutá).
Creivânia Soares da Silva
Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator
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