Quando tive meu primeiro filho há 17 anos, ouvi de uma pessoa que veio nos visitar: “filho é como fase de vídeo game, é um mais difícil que o outro”. Aqui caberia aquele emoji de espanto do Whatsapp, né? É, eu sei…rs…
Para quem estava decidida a ter uma família numerosa, senti naquele momento um misto de sensações que não eram boas. Quando nasce um filho, nasce também uma mãe e não tem jeito. A gente aprende a ser mãe, “sendo”! Cada dia é um aprendizado. Muitas vezes em meio as lágrimas de ambas as partes. Quem é mãe sabe o que estou dizendo!
Os desafios da maternidade começam assim que nossos filhos nascem
Modificando um pouco a frase que ouvi da minha visita, as fases dos nossos filhos vão “mudando”, nada muito diferente do que acontece em nossas próprias vidas: umas mais tranquilas, outras mais difíceis. Isso acontece com todos indistintamente. Nada de novo!
Tive mais dois filhos, todos meninos, hoje com 15 e 12 anos. Hoje, vivendo com três adolescentes, posso dizer com toda convicção que dá para passar por essa fase de forma mais leve, mas, me entendam, leve não quer dizer fácil, ok? Partindo das lembranças da minha adolescência, fui fazendo uma análise do que deu certo e do que não gostaria de reproduzir com meus filhos, do que sinto que faltou, do que poderia ter sido diferente e para além de tudo isso, que lembranças eu gostaria que meus filhos tivessem da casa paterna. Assim, fui me construindo como mãe de adolescente. Como disse acima, não é fácil, mas sim desafiador. É exigente!
Não tenho receita pronta, mas, posso te dizer com certeza que o amor é o ponto de partida.
Santa Teresinha me ensinou a máxima para isso: só tenho hoje para amar! E amar não é fácil. Pode parecer estranho pois estamos falando de filhos, sabendo que filhos a gente ama sem precisar fazer esforço, não é verdade? Não! Esse amor é o amor nato, o amor implícito de quem é mãe/pai, mas aqui estou falando de outro amor, do AMOR DOAÇÃO, do amor que sai da superficialidade e encarna, o amor que transforma e transborda. Esse amor é exigente porque nos faz sair de nós mesmos, dos nossos egoísmos e isso custa…
Nossos filhos precisam encontrar dentro de nossas casas todas as expressões de amor…
…que eles necessitam… e como eles necessitam ser amados! Eles necessitam do nosso beijo diário, do nosso abraço, do nosso colo, do nosso cafuné, do nosso toque, de ouvir todos os dias “eu te amo filho”! Não é porque eles cresceram que deixaram de ter necessidade de afeto!
Muito pelo contrário! Estou para conhecer um adolescente que não seja “carente”! Eu era! Será que você não era também? Pensa aí…
Nossos filhos precisam ter a certeza de que estamos presentes em suas vidas e isso é bem diferente de coabitar.
Muitas vezes estamos debaixo do mesmo teto, mas em universos distantes, cada um no seu mundo, no seu celular, no seu egoísmo. É um movimento instintivo. Parece que o celular se tornou um outro membro do nosso corpo, que tem nos separado dos nossos filhos. Que desafio temos nesse contexto em sermos uma família de verdade, onde um olha nos olhos do outro, que ouve sem pressa o que o outro tem a dizer, que se importa em querer saber como foi o dia, em partilhar a vida, em estreitar laços! Parece impossível, não é mesmo? Isso acontece na minha casa também. Não pense que não! E é aqui que eu preciso te lembrar do amor exigente que falei anteriormente, aquele amor que dói. Dói deixar o celular para amar.
Muitas vezes, nos parece mais interessante depois de um dia de trabalho, ficar nas redes sociais para “espairecer”, do que ir para a cozinha fazer aquele bolo que nosso filho nos pediu há dias, como dói sair de si mesmo para nos doar ao outro. Mas, que sensação maravilhosa ver aqueles olhos brilhando: “mãe, você lembrou!”. Aqui cabe aquele emoji de coraçõezinhos…rs.
É sobre isso! Sobre o amor ordinário do dia a dia na simplicidade, pois, o amor é simples!
É o Espírito Santo que vai nos iluminando e nos dando a criatividade necessária para atingirmos nossos filhos no amor! Não sei o que vai funcionar com seus filhos, mas, tenha certeza, que o Espírito Santo vai te ajudar nas ideias! Peça!
Peça também que Deus te dê a graça de ser a mãe que seus filhos precisam que você seja, que você seja a mãe segundo o coração Dele! Se nos meus acertos com meus filhos existe um segredo, acabei de dividir ele com você! Outro emoji de coraçãozinho! Talvez eu seja uma mãe como você, que trabalha fora e dentro, rs, que tem seus problemas e dificuldades, mas eu quero te desafiar a ousar no amor! O amor ecoa e reverbera – é inevitável que todo amor que você canalizar aos seus filhos, volte para você de um jeito ou de outro, mas seja como for, é maravilhoso!
Peça a graça de amar, de amar sem medidas! Tenha a certeza de que Deus atenderá sua oração!
Existem orações impossíveis de Deus não atender!
Sua irmã em Cristo,
Ana Marta Fonseca
Postulante da Comunidade Católica Pantokrator