Somos responsáveis pela nossa vida

Estamos vivendo um tempo em que as pessoas não são responsáveis por mais nada, muito menos pelos seus atos e pela sua vida. No mundo onde o novo “normal” se adaptou, está escassa a essência, a verdade e a radicalidade, pela fidelidade, de tudo o que é justo, saudável, tem princípio e é duradouro. 

As culturas querem instalar nos nossos dias ideias e ações pejorativas, de gêneros, aborto, sensualidades, falas e atos que desfiguram quem nós somos e para quê viemos a esse mundo. Pais trocando de papel com filhos, filhos desrespeitando seus pais, mais velhos sendo jogados de lado, como se não fossem ninguém, famílias separadas; corações desfigurados, simplesmente pelo fato de que ninguém quer assumir a culpa, ser responsável pelos seus atos, pela sua vida, pelas suas escolhas… 

Mas não é essa a verdade do Evangelho! Não é esse o papel para o qual fomos criados! Precisamos urgentemente tomar o nosso lugar de filhos amados de Deus, de responsabilidade pelas nossas vidas, pela nossa conversão, pela verdade e nos tornarmos testemunhas de Cristo. 

Cada um examine os próprios atos, e então poderá orgulhar-se de si mesmo, sem se comparar com ninguém, pois cada um deverá levar a própria carga. (Gálatas 6-4,5)

Nos tornando responsáveis pelos nossos Atos. 

Assim como a passagem de Gálatas nos relata, precisamos fazer um exame de consciência diário, ver se estamos cumprindo o lugar correto a que fomos chamados nos nossos dias. Se estou sendo um bom pai, uma boa mãe, um bom filho, um bom esposo, esposa, se sou responsável pelo meu trabalho, se estou sendo fiel com os meus amigos, as pessoas que Deus me confia, e se estou sendo testemunha de Cristo onde Ele me envia a ser. 

Não é fácil fazer esse exame e, sim, o processo é doloroso, mas mais difícil ainda é continuar no lugar errado que não é nosso. Cada escolha que fazemos tem uma consequência; se eu escolho o pecado ao invés de Deus, colho a ausência da minha alma de sofrimento e dor, se eu, ao contrário, escolho passar os momentos difíceis com Deus, então sim, a minha alma tem consolo e força para suportar o que vier. 

Se por acaso eu não assumo meu lugar correto na minha família, pessoas vão colher as consequências das minhas más escolhas; haverá um cansaço em mim tremendo por não estar ocupando o meu lugar, trazendo estresse, ansiedade e muitas vezes problemas psicológicos por estar assumindo o papel que é do outro na minha casa. 

Quando nos deparamos entrando e saindo de relacionamentos, tratando as pessoas e o amor com escassez, não tardará a colheita da consequência dos relacionamentos abusivos, pejorativos, escolhas impulsivas e dores duradouras; relacionamentos onde há falta de amor verdadeiro, de auto estima, sendo objetos de prazeres momentâneos. Tudo em nome de um amor que nós mesmos criamos e que não condiz com o Amor verdadeiro; amor esse em que me coloco no lugar do outro, onde sofro por Cristo, pelo outro, onde eu vou ao encontro do outro e olho para os sofrimentos dele, antes dos meus. Onde usar o outro não é uma opção e sim uma escolha de respeitá-lo, amá-lo como ele verdadeiramente é!

Assim também acontece na nossa vida com Deus. Se não somos responsáveis pelos pequenos atos diários que nos envolvem, como seremos responsáveis em buscar a nossa conversão? Como seremos responsáveis em assumir Cristo como Senhor de nossas vidas se não assumimos quem somos, e nos portamos diferentes do que fomos chamados a ser?

A conversão é urgente! É para agora!

O caminho estreito chamado “escolha” 

Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês. (Tiago 4: 7) 

Deus nos convida a tudo submetermos a Ele, até as nossas escolhas, os nossos atos. Que tudo esteja sob o olhar Dele e as decisões a que Ele nos conduzirá. 

Se eu ajo por impulso, se eu não O deixo tomar conta da minha vida, sofrerei incansavelmente pelas minhas más escolhas, e meus caminhos perversos. Mas, se ao contrário, eu escolho ter uma vida com Ele e submissa a Ele, então colherei frutos imensos de uma vida que passa sim pela cruz, porque não somos chamados a um caminho que nós não passemos por ela, mas uma cruz onde Cristo sustenta quem eu sou, os meus e minhas escolhas. 

A mudança dói, mas é necessária! Faça uma experiência de, a partir de agora, se questionar sobre as suas responsabilidades como cidadão, Cristão, e tudo o que engloba a sua vida. Realize a fundo a sua consciência e seus atos. Feito isso, entregue então sua vida a Ele, e O deixe colocar em ordem aquilo que está em desordem; deixe Ele te mostrar onde quer te usar, as exigências e decisões certeiras a serem tomadas. Ele te conduzirá. Tenha coragem. 

Quero terminar trazendo mais uma passagem para que possa rezar com ela, e pedir para que Deus te faça renascer para tudo aquilo que é verdade, e que condiz com um homem e uma mulher nova. 

Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do espírito é espírito. (João3, 16) 

Deus te abençoe. 

Carla Gaspar
Discípula da Comunidade Católica Pantokrator