Sempre ouvimos que precisamos ser humildes e que é necessário buscarmos essa virtude. Pesquisando mais a respeito, percebi que a humildade exerce grande fascínio e é fonte de busca incessante dos nossos grandes Santos. Isso me levou a refletir sobre o que realmente significa ser humilde. Será que tenho “perseguido” essa virtude como realmente deveria?
Através de Santa Teresa aprendemos que a humildade é uma das vias que nos leva à Verdade que é Cristo. Ela incansavelmente proclama a virtude da humildade como particularmente necessária. Outra doutora da Igreja, Santa Teresinha do Menino Jesus, descobriu na humildade e na pequenez sua “pequena via”. A Santa encontrava aí uma fonte da graça abundante de Deus.
São João da Cruz, por meio de sua doutrina, afirma que o reconhecimento do “nada” equivale à obtenção do tudo que é Deus. Ou seja, quando nos reconciliamos e assumimos a nossa verdade, de que nada sou, deixo que, Aquele que É governe toda a minha vida. O humilde tem esse coração reconciliado.
Sou humilde?
A humildade pressupõe um total desapego. Não somente de bens materiais e exteriores, mas ainda mais importante, um desapego da vontade, da inteligência e da justiça.
Santa Maria de Jesus Crucificado nos ensina: “Com a humildade, a alma caminha tanto de noite quanto de dia. O orgulhoso é como um grão de trigo deitado na água: incha e cresce. Expõe esse grão ao sol, ao fogo: seca e fica queimado. A humildade é como o grão de trigo lançado à terra: desce, esconde-se, desaparece e morre, mas é para renascer no céu.”
Ela continua: “O ‘eu’ é aquele que perde o mundo. Os que têm o “eu” carregam a tristeza e a angústia com eles. Não se pode ter Deus e o mundo ao mesmo tempo. Aquele que não tem o “eu” tem todas as virtudes, a paz e a alegria”.
Amar a humilhação
Nosso Fundador, André Luís, nos adverte: “o termômetro da sua humildade é como você lida com a humilhação. Porque a humilhação é uma condição de humildade.”
Parece um absurdo imenso dizer que alguém deseja ser humilhado ou mesmo que se alegra com “as oportunidades de humilhação”. No entanto, Santa Teresinha do Menino Jesus, descobre nisso algo tão precioso: “Deveríamos nos alegrar muito quando o próximo nos deprecia algumas vezes, pois se ninguém tivesse esse ofício, o que seria de nós? É o nosso lucrozinho…”
Santa Teresa D’Ávila afirma: “Verdadeiramente é sinal de grande humildade deixar-se condenar injustamente e não se defender, pois é imitação perfeita do Senhor que assumiu todos os nossos pecados”.
Você pode estar pensando que para essas pessoas foi fácil trilhar esse caminho, afinal, são Santos. No entanto, estudando um pouco mais suas vidas, vemos que assim como para nós, essa foi uma virtude a ser conquistada. Através da súplica por meio da oração, de um coração dócil ao Espírito Santo, e tendo como meta a imitação do Nosso Cristo. “Sede discípulos meus, porque sou manso e humilde de coração.” (Mt 11, 29)
Vanessa Cícera
Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator