Santa Amiga de Cássia

A igreja celebra hoje a memória de Santa Rita de Cássia, conhecida como “a Santa das causas impossíveis”. Margherita Lotti foi uma monja agostiniana da diocese de Espoleto, Itália. Faleceu em 1457, aos 78 anos. Foi beatificada em 1627 e canonizada em 1900. Viveu com amor todos os estados de vida, entregando-se a Deus e O amando com inteireza em um cada deles.

Conforme tradição daquela época, Rita (diminutivo de Margherita) casou-se aos 14 anos com Paolo Mancini, homem de boas intenções, mas de temperamento irascível, de família vingativa e violenta. Com uma vida rica em virtudes e oração, inteiramente dedicada à família, Rita ajudou seu marido a converter-se. Quando já tinham dois filhos, devido a desavenças antigas, seu marido foi assassinado. Coerente com o Evangelho, apesar de toda dor, Rita perdoa os assassinos, gerando a ira da família Mancini, família de seu esposo. Rita passa a dedicar-se integralmente a obras de caridade e à educação dos filhos.

Os Mancini começam a influenciar os filhos para que vinguem a morte do pai, plantando violência e ódio em seus corações. A mãe, desejando o bem humano e espiritual para os filhos, pede a Deus que, se necessário, leve seus filhos, a fim de que não percam a vida eterna. E é atendida: os filhos contraem uma peste; antes de falecer, perdoam o assassino de seu pai. Viúva e sozinha, Rita reconcilia as famílias inimigas através do amor e da oração.

Deseja entrar para o Convento; porém, devido à idade e por ter sido casada, não é aceita. Um dia, acorda no pátio do Convento, sem que ninguém tivesse lhe aberto a porta. Entende-se como um sinal de Deus; e assim ela é aceita no mosteiro.

Santa Rita soube ver o amor de Deus

Quando pensamos em Santa Rita de Cássia, após conhecer sua história, muitas vezes corremos o risco de olhar sua vida sob a ótica de uma sucessão de tragédias e não sob a ótica do amor que deu e dá sentido a toda a sua vida. Rita amou a Deus intensa e profundamente em cada estado de vida, em cada forma de vida. Em tudo buscou conformar seu coração ao de Cristo. Esse amor foi incessantemente derramado na vida de todos com quem ela conviveu. Ela sabia que o amor era a chave que conectava os corações entre si, para ligá-los diretamente a Deus.

Rita não calculava medidas para amar nem para dispor de si mesma, pois contava com Deus em tudo, inclusive para ter equilíbrio na forma de amar. Amou a todos com um amor decidido, firme, concreto, forte, doce, afetuoso. Não foi omissa em nenhum chamado que Deus lhe fez. Rita alcançou a conversão do marido, através do amor, da oração, do exemplo, da persistência. Alcançou a graça de os filhos não cometerem nenhum pecado mortal; alcançou a paz entre as famílias que promoviam as mortes e conflitos naquela região.

Rita ingressou na vida religiosa contrariando as possibilidades da época. Sua mensagem é clara: nunca se desespere com as evidências que indicam fracasso, ou um sofrimento eminente! Rita não anunciava a si mesma, mas a Cristo Jesus em Sua Paixão, Morte e Ressurreição. Isso se concretizou visualmente nos últimos 15 anos de vida, quando carregou sobre a testa o estigma de um dos espinhos da Coroa de Cristo, completando, assim, na sua carne, os sofrimentos do seu Amado até sua morte, excetuando-se apenas no período do ano Santo para ir a Roma, padecendo, porém, das mesmas dores. Esse estigma era fétido e exigia que a santa ficasse isolada das demais monjas.

Amar, amar e amar

Santa Rita é a prova de que um santo é feito de amor, vive por amor e para amar. Rita nunca pediu para ver suas preces atendidas, mas Deus claramente lhe responde e permite que ela contemple suas preces realizadas. Rita se coloca a caminho e Deus Se abaixa para atendê-la. Ela desejava amar Jesus com todo seu ser, e Ele a amava de forma a conceder-lhe tudo que Lhe pedia, até mesmo pequenos pedidos particulares, como um feito à sua prima: uma rosa e dois figos do jardim de sua antiga casa. Sua prima pensou que Rita estava delirando por conta da doença, visto que estavam em pleno inverno. Retornando à sua casa, ao passar em frente ao jardim, a prima se depara exatamente com o que Rita havia pedido: uma rosa e dois figos.

Mas, por qual motivo Santa Rita não pediu a Deus uma vida isenta de sofrimentos? Rita amava Jesus profundamente e desejava unir-se a Ele por toda eternidade, participar de Sua vida intensamente. Aí está nossa verdadeira alegria! Não fomos criados para alegrias momentâneas, mas para uma alegria eterna! Ao participarmos de Sua Paixão e Morte nesta vida, já aqui começamos a gozar, ainda que de forma imperfeita, a alegria eterna; iniciamos nossa união com Cristo! Num exemplo um pouco distante, é como uma mãe que deseja ficar doente no lugar de seu filho para amenizar seu sofrimento. Rita desejava amenizar as dores da Paixão de Cristo, querendo sofrer com Ele!

Crer no amor de Deus

Santa Rita de Cássia anuncia com a própria vida a fortaleza da fé inabalável, que é pronunciada em seu leito de morte: “Para Deus, nada é impossível!” Ela professa com sua vida a importância da oração para ouvir a Deus e conformar nosso coração ao d’Ele, a liberdade interior vivida em cada chamado, comprovando que Cristo ensina o caminho, dá a medida da exigência e a graça para viver com integridade e dignidade cada chamado, devendo cada qual ocupar-se de suas exigências. É caminho do serviço vivido com amor na disposição da própria vida, a fim de encontrar a verdadeira vida; é a alegria de se reconhecer amada e habitada por Deus a tal ponto de não reter nada.

Que no dia de hoje nosso coração se inunde de alegria e esperança; através da intercessão de Santa Rita de Cássia, peçamos a Deus a graça dessa fé inabalável, que nos leve a amá-Lo profundamente nas situações em que nos parece impossível fazê-lo!

Que Deus nos abençoe!

 

Larissa Machado
Postulante da Comunidade Católica Pantokrator

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