Que alegria quando me disseram: vamos à casa do Senhor

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Nesse salmo, o Rei Davi exulta de alegria ao saber que irá até a cidade santa, a casa do Senhor. E, logo em seguida, manifesta sua admiração, conforto e esperança por estar diante das portas de Jerusalém. Refletir sobre essa experiência, vivida pelo Rei Davi, de ir ao encontro do Senhor, me levou a fazer memória do momento em que meu coração se encheu de alegria por saber que o Senhor me chamava a ir à sua casa, ao Seu encontro.

Nasci em uma família que professava a fé católica. Fui batizada, fiz primeira comunhão e crisma. Ia à missa nas festas mais importantes e confessava ao menos uma vez ao ano. Por volta dos 18 anos, com o coração ferido e marcado por muitas experiências negativas, por fracassar em buscar no mundo algo que me completasse, que desse sentido a minha vida e que saciasse essa sede do meu coração, me senti cansada. Sabia que buscava algo, mas me dei conta de que estava buscando no lugar errado.

Sentia um profundo vazio no coração, que não era preenchido por festas, bebedeiras, relacionamentos. Tinha certeza de que não era isso que queria para mim, mas então o que era? Qual era o meu lugar? O que saciaria a sede do meu coração?

Voltar à Casa do Senhor

Nessa época, cheguei a procurar outras religiões ou outras denominações cristãs. Frequentei alguns lugares, mas ainda assim não “me encontrei”. Sentia que ainda não era isso. Então passei a ir à missa todos os domingos. Mesmo sozinha, mesmo diante de olhares tortos, julgamentos ou falta de acolhimento, eu estava lá. Mas ainda existia uma inquietação, um desejo de “quero mais”.

Nessa época, eu era uma analfabeta com relação ao Catecismo da Igreja Católica. Trazia comigo muitas mentiras e ideias erradas a respeito da doutrina e dos ensinamentos da Igreja. Enfim, não sabia direito o que estava fazendo ali. Só sabia que era ali que eu deveria estar.

Aprofundar a caminhada

Cerca de 1 ano depois, comecei a namorar o Bruno (hoje meu esposo!). Ele me apresentou a renovação carismática através dos grupos de oração. E um desses grupos que conheci foi o da Comunidade Católica Pantokrator. Fomos algumas vezes, mas pouco tempo depois mudei da cidade, por causa dos estudos. No entanto, com o coração borbulhando de curiosidade e já sentindo algumas fagulhas do Espirito Santo, passei a frequentar um grupo de oração da Universidade e lá fui convidada a participar de um retiro. Foi um retiro de primeiro anúncio e foi fantástico, especial e transformador.

As experiências que vivi nesse retiro foram marcantes e decisivas no meu processo de conversão. Tive ainda mais certeza de que era ali, dentro da Igreja Católica, é que encontraria meu caminho.

Chegam as distrações

Mas com as exigências dos estudos, as distrações do mundo e o tempo, deixei o fogo do Espirito esfriar. Por diversos motivos (sempre encontramos um!), deixei de ir aos grupos de oração, me afastei e esmoreci. Por alguns momentos, esqueci até mesmo que buscava algo. Mas o buraco fica lá e uma hora a gente percebe que ainda não é o lugar.

Seis anos depois, já de volta a Campinas e por alguns problemas pessoais, resolvemos ir até a Comunidade Pantokrator para rezar na Capela. Havia um panfleto a respeito de um retiro que teriam alguns meses depois. Decidimos fazer o retiro e foi lá que me disseram “vamos à casa do Senhor”, foi neste retiro que a alegria em saber que o Senhor me chamava, que existia “um lugar” que poderia ser o “meu lugar”, tomou conta de mim. Meu coração exultou e se encheu de esperança.

O Senhor sempre nos chama

No ano seguinte, em 2010, fizemos (o Bruno e eu) o retiro vocacional da Comunidade Pantokrator. Nesse retiro, me senti como o Rei Davi nas portas da casa do Senhor. O lugar escolhido e preparado para que eu pudesse encontrá-Lo. Senti que era por esse caminho que deveria trilhar a minha busca pela santidade, era através dessas portas que poderia encontrar a fonte que saciaria a minha sede. Seria através desse lugar que meu coração encontraria pouso. O que senti nesse retiro foi a paz de estar em casa. Pensava comigo “busquei por tantos caminhos e, enfim, encontrei o meu lugar”.

Em 2019, completo meu primeiro ano como Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator. Nesses 9 anos de caminhada, muita coisa já se passou, como momentos de alegria, tristeza, vitórias e derrotas. E em muitos desses momentos, principalmente os mais difíceis, procuro me lembrar dessa alegria que senti quando “me disseram: vamos à casa do Senhor”. E busco o júbilo, a esperança e a confiança que conduziram meus primeiros passos.

Peço a Deus que continue me guiando nesta jornada e que mande cada vez mais peregrinos a encontrar nesta vocação o caminho que nos levará à “casa do Senhor”.

Vanessa Cícera
Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator

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