Qual é a terra do seu coração?

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 “Estou há muito tempo buscando a vontade de Deus, mas parece que não saio do lugar…”

Você já chegou a se perguntar como está a terra do seu coração? Será que ela está adequada para que a Palavra de Deus floresça e dê frutos? Se não aprendermos a cuidar desta terra, de nada adiantará todo o nosso esforço. Poderemos até mesmo transformar um caminho de conversão em um pesado fardo, o que nos tornará ainda mais insensíveis à vontade de Deus. Aquilo que deveria ser o caminho de sua salvação se tornará algo que poderá lhe trazer más lembranças e até mesmo repúdio. Dessa forma, é necessário levar muito a sério este tema que iremos abordar.

A parábola do semeador

“Um semeador saiu a semear. E, semeando, parte da semente caiu ao longo do caminho; os pássaros vieram e a comeram. Outra parte caiu em solo pedregoso, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque a terra era pouco profunda. Logo, porém, que o sol nasceu, queimou-se, por falta de raízes. Outras sementes caíram entre os espinhos; os espinhos cresceram e as sufocaram. Outras, enfim, caíram em terra boa, deram frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um. Aquele que tem ouvidos, ouça” (Mt 13, 4-9).

O orgulhoso

“…quando um homem ouve a palavra do Reino e não a entende, o maligno vem e arranca o que foi semeado no seu coração. Este é aquele que recebeu a semente à beira do caminho” (Mt 13, 19).

Você é uma pessoa que não se esforça para compreender os outros? Que tem dificuldade de escutar? Apegado às suas interpretações? Ao seu modo de agir? Que gosta de responder as perguntas para as pessoas antes mesmo de elas responderem? É inclinado ao julgamento? Pois bem, talvez você esteja escravo do seu orgulho. Mesmo depois de convertido, você corre o risco de estar deixando a Palavra de Deus cair pelo caminho e por isso não frutifica.

Nós não temos o domínio da Verdade! Por mais inteligentes que sejamos. A sabedoria de Deus é infinitamente maior que a nossa. Nós não podemos nos inclinar a querer ditar as regras, a querer controlar as coisas. É necessário dar um passo atrás, ouvir o que o Mestre tem a falar. Isso deve ser aprimorado na relação com o nosso próximo. Pare e observe os seus irmãos, seus colegas de trabalho, seus familiares; procure entendê-los, entrar no mundo deles, ouvi-los, e assim você conseguirá de forma mais serena, colocar-se diante de Deus e ouvi-l’O, e dobrar o seu orgulho diante da verdade de Deus. A Palavra de Deus é uma fonte inesgotável de ensinamentos. Falha aquele que se sente conhecedor das leis e que, portanto, não precisa mais estudar e dedicar tempo ao conhecimento.

O sentimentalista

“O solo pedregoso em que ela caiu é aquele que acolhe com alegria a palavra ouvida, mas não tem raízes, é inconstante; sobrevindo uma tribulação ou uma perseguição por causa da palavra, logo encontra uma ocasião de queda” (Mt 13, 20-21).

Você é uma pessoa que busca encontrar flores onde não tem? Que, preocupado com a sua “experiência com Deus”, deixa de lado de amar seus familiares? Tem experiências arrebatadoras com Deus, mas não sabe descer da montanha para servir? Procrastina muito no trabalho e, quando tem conflitos, logo pensa que é “batalha”, que o inimigo está te atacando por causa “daquela” experiência que você teve no final de semana?

Enfim, você pode estar tornando o seu solo pedregoso e, o pior, está criando uma profundidade ilusória no seu relacionamento com Deus. Deus quer nos encontrar nos vales das tarefas quotidianas, realizadas com amor. Se você é casado(a), Deus quer ser amado no seu sacrifício para agradar seu cônjuge. Deus quer ser amado no seu trabalho, quando você faz bem feito, no prazo, com fidelidade. Se você está escravo dos seus sentimentos, de apegos a experiências profundas com Deus, está na hora de fazer a experiência da Cruz, na realidade da sua vida quotidiana e assim permitir que Deus retire as pedras do seu solo e torne seu solo fértil.

O convertido

“O terreno que recebeu a semente entre os espinhos representa aquele que ouviu bem a palavra, mas nele os cuidados do mundo e a sedução das riquezas a sufocam e a tornam infrutuosa” (Mt 13, 22).

Você é uma pessoa que sabe muito da Palavra de Deus e da doutrina? Que sabe julgar muito bem as coisas? Discernir o certo e o errado? Mas, muitas vezes, se dá o luxo de pequenas permissões, pois, afinal, “eu sou fiel a Deus”. Que diz: “posso escutar essa música que tem um pouco de apelo sexual; não irá me fazer nenhum mal, eu conheço a verdade”; “posso ter estes amigos, não vou me deixar levar por eles, sou determinado”; “posso tomar decisões sem entrar em oração, pois, afinal, fará bem pra minha saúde, minha carreira, meu dinheiro, meu lazer, meu conforto…” E veja… vamos incluindo coisas lícitas e boas em nossas vidas, mas vamos sufocando a vontade de Deus, que muitas vezes nos pede o sacrifício de não escutar determinadas músicas, de se afastar de tais amigos, de não fazer uma viagem, de não gastar dinheiro com tal coisa, não fazer tal curso, não aceitar tal emprego, enfim, com a desculpa de estar tomando boas decisões, vamos deixando a vontade de Deus de lado e, é obvio, os frutos não virão! Pois quem semeia é Deus e precisamos cuidar da terra conforme as instruções que Ele der.

Ser amor

“A terra boa semeada é aquele que ouve a palavra e a compreende, e produz fruto, cem por um, sessenta por um, trinta por um” (Mt 13, 23).

Sabe qual é a semelhança do orgulhoso, do sentimentalista e do “convertido”? É a falta de experiência com o Amor.

É preciso reconhecer nossas incapacidades, limitações, fragilidades e dependência de Deus. Buscar a Deus todas as manhãs, desesperado pelo alimento espiritual da vida de oração, do encontro com o Verdadeiro Deus, aquele que nos ama e dá sentido a todas as coisas.

Que nós possamos nos dedicar ao encontro com este Deus, que nos ama incondicionalmente, todos os dias, com toda a nossa força, com todo o nosso entendimento, e, assim poderemos combater o orgulho que está em nós, o desejo de ser servido e o fechamento nos nossos egoísmos.

É assim que trabalharemos a terra do nosso coração, é assim que Deus irá nos instruir de como cuidar da plantação, é assim que daremos muitos frutos!

Lucas Sturion
Consagrado da Comunidade Católica Pantokrator 

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