Esta é uma carta aberta para todas as pessoas que eu magoei e também para aquelas que me magoaram, pois a partilha de hoje será sobre perdão. Vamos lá!
“Queridos amigos e irmãos,
A palavra vai nos dizer em Mt 5, 23-24: “se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta“. Por isso, gostaria de pedir perdão por algum dia ter sido motivo de você ter tido um dia triste. Perdão por ter falhado na missão de ser amável e caridosa.
Seja por imaturidade, por insensatez ou até mesmo intencionalmente, com muitos de vocês eu perdi a chance de chamá-los de amigos ou, pior ainda, os feri de tal maneira que os elevei ao status de ex-amigos.
Na minha jornada com destino ao céu, pulsa dentro de mim intensos sentimentos, bons e ruins, com a intensidade de um rio caudaloso atravessando muitos lugares, com destino ao mar. E apesar de cair muitas vezes e perder muitas companhias no caminho, assim como o rio continua seu curso, vou continuando o meu.
Hoje quero dizer que faço minhas as palavras de Paulo quando diz que não faz o bem que quer, mas o mal que não quer. Perdoe-me pelas tensões e conflitos desnecessários que causei e pelo bem que deixei de fazer.
“Não faço o bem que quereria, mas o mal que não quero.”Rm 7, 19
Arrependo-me dos meus pecados, mas não amaldiçoo a minha história. Foi ela que me trouxe até aqui com todas as mágoas e alegrias causadas e recebidas. Sou grata por ter essa oportunidade de escrever e pedir perdão a todos vocês que magoei. E também para todos que não perdoei.
Agradeço a vocês que acolhem minha insensatez e permanecem comigo, tiveram e ainda têm paciência em me ajudar a recalcular a rota rumo ao céu. Obrigada por me ensinarem que o perdão é o caminho da verdadeira liberdade interior, sem vocês eu jamais perceberia a importância da famigerada fórmula 70×7.
Por fim, peço que continuem a interceder por mim e por essa jornada rumo ao céu que trilhamos juntos todos os dias. Que o Bom Deus nos abençoe e a Virgem Santíssima nos guie no caminho de mansidão, misericórdia e perdão.
Com carinho, de sua irmã em Cristo, Fernanda”.
A cura que você precisa está no perdão que você não libera ou no perdão que você não pede.
Hoje nossa partilha foi um pouco diferente. De coração para coração, gostaria que você refletisse sobre esta carta. Talvez você precise perdoar, não sei. Mas não deixe de ser tocado pelo amor misericordioso que o Senhor derrama sobre nós e que nos convida a viver plenamente. Talvez, a cura que você precisa está no perdão que você não libera ou no perdão que você não pede.
Deixe que o Espírito Santo te revele aquele espaço ainda não evangelizado do seu coração e não tenha medo de abraçar a liberdade que Ele te dá.
Fernanda Guardia
Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator