O que São João Batista tem para nos ensinar?

Nós, católicos, deveríamos ter uma veneração toda especial ante a figura de São João Batista. Afinal, trata-se do maior de todos os profetas! Isso não é exagero. O próprio Cristo, falando com os seus apóstolos, declarou sobre o seu primo: “Em verdade vos digo: entre os filhos das mulheres, não surgiu outro maior que João Batista” (Mt 11, 11). Mas, afinal, o que este homem sério e fervoroso tem de tão especial?

Não há dúvida alguma de que João Batista possuía uma imensa intimidade com Deus. Aliás, o próprio nascimento de João foi um milagre, fruto de muita oração. Seus pais (Zacarias e Isabel) possuíam uma idade já avançada, e sua mãe era estéril. Isso não os impediu de orar confiantemente, de modo que foram escutados. Certo dia, enquanto oferecia o sacrifício no Santuário, Zacarias foi visitado por um anjo, que lhe disse: “Não temas, Zacarias, porque foi ouvida a tua oração: Isabel, tua mulher, dar-te-á um filho, e chama-lo-ás João (…) Ele será grande diante do Senhor” (Lc 1, 13-15). É de João Batista que Isabel fala, quando vê Nossa Senhora: “Assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio!” (Lc 1, 44).

João Batista cresceu e fortaleceu o seu espírito. A Escritura diz que ele vivia nos desertos – ou seja, buscava sempre uma solidão das pessoas, para estar na presença de Deus. De fato, com toda a inteligência e os dons que possuía, o jovem poderia buscar um grande “futuro profissional”, adquirir muitos bens materiais e ser uma pessoa cheia de glórias. No entanto, o grande profeta optou por ter uma realidade simples e voltada para a pregação da palavra. Além de viver nos mais árduos desertos, “João se vestia de pêlos de camelo, usava um cinto de couro à cintura e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre” (Mc 1, 6).

O DEDO QUE APONTA PARA O CÉU

Após adquirir a maturidade necessária, João passou a pregar ao povo. Sua mensagem era voltada sempre à realidade da conversão: chamava as pessoas a mudarem de vida, a abandonarem o pecado, voltando-se para a face de Deus. Para simbolizar estas conversões, João batizava o povo com água. Sua fama foi aumentando, a ponto de muitas pessoas se questionarem se ele não seria o “Enviado” (Messias), prometido no Antigo Testamento.

Mas aqui entra a principal qualidade deste grande santo, e que deveríamos imitar todos os dias de nossas vidas: João sempre reconheceu que era apenas um servo, um ninguém, comparado ao Altíssimo. Certa vez, quando lhe perguntaram se ele não era o Cristo, João respondeu enfaticamente: “Eu vos batizo na água, mas eis que vem outro mais poderoso do que eu, a quem não sou digno de lhe desatar a correia das sandálias; ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo!” (Lc 3, 16).

Em outra ocasião, alguns discípulos de João vieram lhe contar que Jesus estava batizando as pessoas no outro lado do rio, e que estava atraindo mais pessoas do que o próprio João. Surpreendendo os próprios discípulos, João se mostrou imensamente alegre e exclamou: “Importa que ele cresça e eu diminua!” (Jo 3, 30). De fato, João Batista jamais quis a atenção e os louvores para si próprio; ao contrário, procurava ser o dedo que apontava para o céu. Quando alguns sacerdotes e levitas vieram lhe perguntar o que ele era (se era o novo Elias, se era um profeta ou o próprio Cristo), João se limitou a dizer que era “a voz que clama no deserto: endireitai o caminho para o Senhor!” (Jo 1, 23).

DEVO SER UM “JOÃO BATISTA” NO MUNDO MODERNO!

Este exemplo tão grandioso de João Batista deve nos impulsionar a sermos cristãos autênticos e fervorosos. Não somente porque ele era um profeta que vivia em oração. Não somente porque ele foi fiel à Verdade até o martírio (conforme narrado em Mc 6, 14-29). Mas, principalmente, porque o mundo atual precisa redescobrir a pessoa de Jesus! Cristo é o nosso salvador e é através Dele que alcançaremos a eternidade! Da mesma forma que João indicava o Cristo dois mil anos atrás, nós somos chamados a apontar para o Rei dos Reis nesses nossos dias tão difíceis.

Da mesma maneira como o Santo Precursor desprezou todos os bens deste mundo para agradar somente a Deus, nós também precisamos buscar esta graça, através da qual Cristo se mostrará como o único Senhor, digno de todos os sacrifícios.

João possuía muitos dons: era extremamente inteligente; possuía uma vontade de ferro; pregava de maneira extraordinária; atraía multidões pela sua enorme piedade. Porém, o que é mais lindo: ele utilizava tudo isso para a honra e glória do Cristo! Nada era para o seu ganho pessoal ou para a sua grandeza. E nós? Quais são os nossos dons ou as nossas capacidades? Temos utilizado as nossas melhores qualidades para levar as pessoas ao Cordeiro de Deus (como fez o profeta em Jo 1, 35-39)?

Que a Virgem Santíssima, nossa mãe e mestra, possa interceder e derramar incontáveis bênçãos do céu, a fim de que possamos seguir o exemplo e a fidelidade deste grandioso profeta e santo!

Rafael Aguilar Libório
Discípulo da Comunidade Católica Pantokrator

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