Quem de nós não experimentou uma “frustração” ao constatar que Deus não atendeu alguma oração que fizemos? Mas será que é válido constatarmos fatos espirituais com base em nossa visão humana limitada? Existe um mundo espiritual, que somos incapazes de ver concretamente. O fato de não enxergarmos algo, não significa que este algo não existe. Entenda este “algo” como o objeto de nossas orações.
Contemplemos a vida de nosso Mestre, e encontremos nela a referência para lidarmos com as situações que são um mistério para nós.
A oração de Jesus no horto das Oliveiras
“Nos dias de sua vida mortal, (Jesus) dirigiu preces e súplicas, entre clamores e lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, e foi atendido pela sua piedade”. (Heb 5, 7)
Você reparou nas últimas palavras? Sim, está escrito que Ele foi atendido!
No entanto, o que nossa visão humana nos aponta? Segundo as testemunhas oculares da época, Jesus foi cruelmente morto na Cruz. Portanto, tendo como base a visão concreta, a conclusão seria oposta: “Ele não foi atendido”!
Voltemos, então, ao momento de Sua Agonia. Como foi Sua Oração?
“Adiantou-se um pouco e, prostrando-se com a face por terra, assim rezou: “Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice! Todavia, não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres”. (Mt 26,39)
Em primeiro lugar, devemos aprender a orar como Jesus. Vivendo o abandono na Vontade do Pai, deixando em Suas Mãos o governo de todas as coisas, confiando em Sua Bondade infinita, e em Seus desígnios insondáveis: “(…) Não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres”.
Voltemos ao foco de nossa meditação: o que Jesus pediu em Sua Oração? Ele suplicou duas coisas. A primeira: que fosse afastado o cálice da morte, e a segunda: que a Vontade do Pai se cumprisse. Com nossos olhos, vemos claramente que a segunda súplica foi atendida. Mas sobre a primeira, está difícil de concordar com São Paulo.
Jesus Ressuscitado
Quando recitamos a Oração do Creio, afirmamos que Jesus está sentado à Direita do Pai, em Sua Glória, na Vida Eterna. Na cruz mesmo, Ele disse ao bom ladrão: “Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso”. (Lc 23, 43)
Portanto, a primeira súplica de Cristo no Horto das Oliveiras também foi atendida, mas de maneira diferente e bem melhor do que Jesus pediu. Ele, que Se confiou aos desígnios do Pai, passou sim pelo Cálice da Cruz. Mas a Vontade do Pai era tão maior, que o fato de passar pela Cruz transformou a vida humana finita em vida eterna! Não somente para o próprio Cristo, mas para toda a humanidade!
“Embora fosse Filho de Deus, aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos que teve. E uma vez chegado ao seu termo, tornou-se autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem”. (Heb 5, 7-9)
Imitar o Cristo: é o que devemos fazer
Diante das orações “não atendidas”, nem sempre conseguiremos descobrir os “porquês” de Deus. Mas, de uma coisa tenhamos certeza: bebendo os pequenos “cálices de cruz” que nos são oferecidos diariamente, se com amor dividirmos estes momentos com Cristo, nos tornaremos colaboradores da salvação, e participantes de Sua Glória.
Respondendo, então, de maneira mais precisa, a pergunta que motivou este texto: “O que fazer quando Deus não atende nossa oração?” O resumo de tudo é confiar “de maneira abandonada” na Vontade do Pai!
Luiza Torres
Postulante da Comunidade Católica Pantokrator
Uma resposta
Mesmos nos momentos rm que tive frustsdos os meus pedidos, depois eu pude ver a presenca amorosa de Deus na minha vida. Aprendi a entregar a ele, que sempre, escolhe o que é melhor para nos. Por mais que nosso julgamento humano pense wue nao. Nossa alma nao pertence a esse mundo de dor e sofrimento.