Natal, um convite à uma vida de graça

No Natal, o Divino nasce na manjedoura da humanidade, para que a humanidade possa nascer na mansão da graça de Deus.

Celebrar o Natal significa celebrar essa “injusta” e amorosa troca de Deus: Deus mora na maldade humana, para que o homem possa morar na bondade da Trindade.

Natal, um convite à uma vida de graça

A manjedoura vazia é então esse símbolo da humanidade ferida pelo pecado, vazia de Deus. Porém, na manjedoura está a vida do menino, foi feita para Ele. Os salmos cantam os tempos de espera da manjedoura, a ansiedade e o desejo de ver o menino deitar-se em seus braços:

Salmo 62

Sois vós, ó Senhor, o meu Deus!
Desde a aurora ansioso Vos busco!
A minh’alma tem sede de Vós,
Minha carne também Vos deseja,
Como terra sedenta e sem água!

Venho, assim, contemplar-Vos no templo,
para ver Vossa glória e poder.
Vosso amor vale mais do que a vida:
E por isso meus lábios Vos louvam.

Quero, pois, Vos louvar pela vida,
e elevar para Vós minhas mãos!
A minh’alma será saciada,
como em grande banquete de festa;
cantará a alegria em meus lábios,
ao cantar para Vós o meu louvor!

Penso em Vós no meu leito, de noite,
nas vigílias suspiro por Vós!
Para mim fostes sempre um socorro;
de Vossas asas à sombra eu exulto!
Minha alma se agarra em Vós;
Com poder vossa mão me sustenta.

No Advento, temos o privilégio de contemplar a manjedoura vazia do presépio. A manjedoura, hoje, é sua humanidade ferida pelo pecado. O ambiente rústico do presépio é toda rispidez de sua alma orgulhosa, sensual, egoísta, invejosa. Porém, é nesse ambiente rústico, rude e grosseiro que vai se deitar a criança divina que é bela, singela e pura. Um contraste que diz a alma que agora ela é transformada.

No céu de trevas e tempestades agora brilha uma estrela de esperança. Os animais que outrora eram selvagens e perigosos no campo, singelamente adoram a criança. Os reis que tantas vezes tiranizaram os fracos se curvam diante do recém-nascido. A manjedoura que servia alimento a animais, agora serve Deus aos homens. Com o menino tudo se transforma e a noite incrivelmente irradia luz para todos os dias.

Que na noite do Natal você apresente ao menino Deus seu presépio de trevas, tempestades, selvageria, tirania. Apresente a sua gruta rude e grosseira de pecados e maldades. Se nela realmente houver uma pequena manjedoura que diz com o salmista: “A minh’alma tem sede de Vós, minha carne também Vos deseja como terra sedenta e sem água!”, nela o menino se deitará, fará do seu natal uma noite que irradiará luz nas trevas, como foi aquela noite de 24 de dezembro de 1886 – noite em que se acendeu a Luz de Teresa de Lisieux, Santa Teresinha do Menino Jesus, para toda a humanidade.

André Luis Botelho de Andrade
Fundador e Moderador Comunidade Pantokrator

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