Milagres Eucarísticos – Corpus Christi

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Naquele tempo, os judeus discutiam entre si, dizendo: “Como é que ele pode dar a sua carne a comer?” Então Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim o que me come viverá por causa de mim. Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que vossos pais comeram. Eles morreram. Aquele que come este pão viverá para sempre.” Assim falou Jesus, ensinando na sinagoga em Cafarnaum. – Palavra da Salvação. (Jo 6, 52 – 59)

Este foi o evangelho do dia dezenove de abril de 2024. Mas antes desta passagem ocorreu o milagre da multiplicação dos pães e o povo queria fazê-lo Rei por conta de algo tão extraordinário, mas na verdade, com os ensinamentos seguintes, nosso Senhor coloca algo tão importante que é a Santa Eucaristia. E isto significa que ao comermos e bebermos teremos a vida eterna, e para nós, católicos, é o ápice de nossa fé.

Então fica uma breve reflexão: com qual qualidade estamos comungando nosso Senhor? Com qual entrega de nós mesmos? Qual o fruto que temos permitido acontecer em nós? Hoje nos falta uma profunda devoção e adoração a Jesus Eucarístico, mas não podemos nos confundir que o ponto alto da Santa Eucaristia é a adoração, pois nosso Senhor não disse “tomai e adorai”, e sim “tomai e comei”. No entanto, a adoração é necessária, por isso que o sacerdote levanta a Hóstia para adorarmos durante a Santa Missa, já dizia Santo Agostinho, “Se você quer comungar, você, antes, deve adorar”.

O que a Santa Igreja nos ensina sobre a Eucaristia? 

No Catecismo da Igreja Católica, somos ensinados que a Eucaristia é a “fonte e cume de toda a vida cristã” (146). “Os restantes sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e obras de apostolado, estão vinculados com a sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Com efeito, na santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa Páscoa” (147).

O que o alimento material produz na nossa vida corporal, a Comunhão realiza de modo admirável na nossa vida espiritual. A comunhão da carne de Cristo Ressuscitado, “vivificada pelo Espírito Santo e vivificante” (230), conserva, aumenta e renova a vida da graça recebida no Batismo. Este crescimento da vida cristã precisa ser alimentado pela Comunhão eucarística, pão da nossa peregrinação, até à hora da morte, em que nos será dado como viático.

O catecismo nos ensina tudo o que precisamos saber para aprofundarmos no mistério da Santíssima Eucaristia. Um dos parágrafos mais belos, ao meu entendimento, é o parágrafo 1393, que diz: “A Comunhão afasta-nos do pecado. O corpo de Cristo que recebemos na Comunhão é ‘entregue por nós’ e o sangue que bebemos é ‘derramado pela multidão, para remissão dos pecados'”.

Mas se a Igreja tem a certeza de que a Eucaristia é o próprio Jesus em corpo, sangue, alma e divindade, por que Deus fez ocorrer os milagres Eucarísticos?

Durante o primeiro milênio do cristianismo, todos aceitavam e acreditavam que Jesus estava presente na Eucaristia; era uma fé inabalável, não havia nenhuma heresia que negasse a presença de Jesus. Porém, no segundo milênio, surgiram inúmeras heresias que negavam a presença de nosso Senhor. Em 1517, Martinho Lutero, com suas ideias, negou radicalmente a presença de Jesus na Eucaristia. Segundo ele, na Eucaristia há uma consubstanciação, isto é, Jesus está presente na imensidade de nosso espaço, e quando se come o pão, só é necessário tomar consciência de que Jesus está presente. Infelizmente, nossos irmãos protestantes não acreditam na presença real de Jesus na Eucaristia. Além disso, nosso Senhor foi muito claro ao dizer na passagem da Santa Ceia: Ele não disse: “tomai todos e comei, este pão simboliza meu corpo”, mas disse: “tomai todos e comei, ISTO É meu corpo, tomai todos e bebei ISTO É meu sangue”. Nós sabemos que Ele está presente na Eucaristia.

Após o início de todas essas negações radicais dos protestantes sobre a presença de Jesus, começaram então os milagres Eucarísticos, e um dos mais conhecidos é o milagre extraordinário na cidade de Cássia, perto de Sena, na Basílica dedicada a Santa Rita, ocorrido em 1330. Os relatos históricos contam que um camponês doente pediu para chamar o padre e que lhe trouxesse a Comunhão. Porém, de maneira muito desleixada e profana, este sacerdote pegou a Hóstia consagrada e colocou-a entre as páginas do seu Breviário e foi à casa do enfermo. Após receber a confissão do camponês, ele abriu o livro para pegar a Hóstia, mas para sua surpresa, viu que a Partícula estava tingida de tanto sangue que chegou a molhar as duas páginas entre as quais a Hóstia estava colocada. O sacerdote, confuso e arrependido, foi imediatamente a Sena, ao convento agostiniano, para pedir um conselho ao padre Simão Fidati, oriundo de Cássia, conhecido por ser um santo varão. Depois que o padre escutou o relato do sacerdote, concedeu-lhe o perdão e pediu para ficar com as duas páginas manchadas de sangue. As páginas estão expostas até hoje na Basílica de Santa Rita.

Outro milagre muito conhecido é o de Lanciano, ocorrido por volta do ano 750 D.C. Os relatos nos dizem que um monge sacerdote duvidou da presença do Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Cristo na Hóstia consagrada. Ao celebrar a Santa Missa e proferir as palavras de consagração, viu a Hóstia transformar-se em carne e o Vinho em Sangue. Este evento foi testemunhado pelos fiéis presentes. Mesmo depois de 1200 anos, a Carne ainda se encontra intacta e o Sangue, de forma coagulada, dividido em cinco partes desiguais que pesam tanto todas juntas quanto cada uma delas.

Em 1970, o Arcebispo de Lanciano buscou autorização de Roma para realizar estudos sobre a “Carne e Sangue Milagrosos”. O Doutor Edoardo Linoli, Diretor do Hospital de Arezzo e Professor de Anatomia, Histologia Patológica, Química e Microscópica Clínica, conduziu estudos científicos detalhados sobre as relíquias. Após um ano, o resultado apresentado trouxe um relatório minucioso sobre os estudos realizados.

As conclusões dos estudos científicos sobre o milagre de Lanciano foram surpreendentes e extraordinárias:

  1. A “Carne Milagrosa” é constituída por tecido muscular do miocárdio, ou seja, tecido do coração.
  2. O “Sangue Milagroso” foi analisado cromatograficamente e demonstrou-se ser verdadeiro sangue, com certeza absoluta e indiscutível.
  3. Os estudos imunológicos confirmaram que a Carne e o Sangue são de natureza humana, pertencendo ambos ao grupo sanguíneo AB, o mesmo grupo sanguíneo do homem do Santo Sudário e característico das populações do Oriente Médio.
  4. As proteínas presentes no sangue estão distribuídas de forma semelhante às do esquema proteico do sangue fresco normal.
  5. Não foram encontrados traços de infiltração de sais ou substâncias conservantes nas seções histológicas, o que seria esperado se tivessem sido utilizadas técnicas de mumificação antigas.

Essas conclusões apoiam a autenticidade e a natureza sobrenatural do milagre de Lanciano, conforme relatado pela tradição cristã.

Em 1973, o Conselho Superior da Organização Mundial de Saúde nomeou uma comissão científica para verificar as conclusões do professor Linoli. Essa pesquisa reproduziu exatamente os mesmos exames realizados por ele, complementados por outros. Os trabalhos duraram 15 meses e foram realizados 500 exames. Concluiu-se que os fragmentos recolhidos em Lanciano não se assemelhavam a tecidos mumificados. Quanto à natureza dos fragmentos da Carne, a comissão declarou que se tratava de tecido vivo, pois respondia rapidamente a todas as reações clínicas próprias dos seres vivos. A Carne e o Sangue do Milagre de Lanciano permaneceram com características semelhantes às recém recolhidas de um ser humano. O relatório das pesquisas científicas da Comissão Médica da OMS e da ONU, publicado em dezembro de 1976 em Nova York e em Genebra, concluiu que a ciência, consciente de seus limites, não conseguia explicar este fenômeno.

Existem inúmeros milagres espalhados pelo mundo em que a ciência apresenta resultados semelhantes aos encontrados em Lanciano. Portanto, os milagres da Igreja são tão gritantes, fantásticos e maravilhosos que são perenes, ou seja, atravessam séculos. O milagre de Lanciano é a prova disso, assim como vários outros, como os corpos incorruptos. Mesmo com tantas evidências, muitos ainda não acreditam. Por que o mundo não crê? Esta é a pergunta que muitos terão que responder a Deus no dia de seu julgamento.

Que nosso Senhor Jesus Cristo, que vive e reina por todos os séculos e séculos, nos abençoe hoje e sempre. Amém.

 

Leandro Ruyz

Postulante da Comunidade Pantokrator

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