Uma das maiores provas de amor que podemos dar a Deus é a nossa obediência incondicional à Sua vontade. E quem é melhor para mostrar essa vontade do que a Santa Igreja, que Ele mesmo constituiu e nos deixou como sinal?
Você, provavelmente, já tenha escutado discursos como: “Eu sou católico, mas não sou a favor de tudo que a Igreja fala”. Ou algo como: “A Igreja precisa rever muitas coisas, pois os tempos evoluíram”. De fato, não é segredo nenhum que o mundo moderno questione e ataque a autoridade da rocha instituída por Cristo no mundo. Diante desta realidade complexa, cabe a mim mesmo a sincera pergunta: até que ponto a minha obediência à Igreja é um valor inegociável?
Em primeiro lugar, é preciso ter bem estabelecido o fato de que a doutrina e os ensinamentos da Igreja Católica são infalíveis. Não, irmão, não estou exagerando. A nossa Igreja é guiada e protegida pelo Espírito Santo, estando imune de erros em matéria de fé ou de moral. Você nunca lerá alguma notícia informando que a Igreja mudou seu entendimento em relação à existência do inferno ou sobre a Imaculada Conceição da Santíssima Virgem, porque é impossível que ela erre em matérias específicas. Perceba que é um verdadeiro milagre uma instituição de 2000 anos jamais ter voltado atrás em seus ensinamentos ou mesmo ter entrado em contradição, mesmo em uma teologia tão ampla e detalhada!
A Igreja é santa
Entretanto, isso não significa que alguns representantes da Igreja não cometam erros ou injustiças (muitas vezes terríveis). Em outras palavras, pode ser que a doutrina católica seja absolutamente segura, mas que o seu pároco não seja um exemplo de santidade. Pode ser que os dogmas jamais entrem em contradição, mas que algum teólogo conhecido dê uma opinião desastrosa na mídia. Significa dizer que a Igreja é santa e sem manchas, mas que seus filhos são pecadores e falíveis.
Vamos usar um exemplo concreto. Imagine um fórum, em que os Juízes atuam no julgamento de inúmeros processos. Imagine que, durante anos, dezenas de Juízes tenham passado por ali e realizado um excelente trabalho, julgando com justiça e equidade. Porém, em certo dia, aparece um Juiz corrupto e mal-intencionado, que passa a utilizar seu “poder” para fazer injustiças. É evidente que haverá muitas críticas. Contudo, é preciso distinguir: o fórum e as leis não são culpados, vez que permanecem os mesmos de antes. O verdadeiro culpado é o Juiz corrupto, que se utilizou de algo bom para praticar o mal.
Agora use o mesmo esquema em relação à Igreja. Perceba que todas as crises já enfrentadas pelo catolicismo não foram causadas pela sua doutrina, pela sua estrutura hierárquica ou pelos seus ensinamentos. Crises são provocadas por homens falhos, que muitas vezes se utilizam de algo santo para justificar suas más intenções.
As portas do inferno jamais prevalecerão contra sua Igreja
A grande estratégia do inimigo de Deus, principalmente nos tempos atuais, é mostrar uma caricatura da Igreja às pessoas. Professores universitários pintam a Igreja como sendo perversa e movida apenas por interesses políticos; “psicólogos” modernos tratam a Igreja como opressora das liberdades; militantes dos “direitos da mulher” chamam a Igreja de retrógrada pela sua postura contrária ao aborto ou aos meios anticoncepcionais. A intenção clara de todo este exército é fazer com que as pessoas não confiem mais na autoridade da Igreja.
Mas não se engane, meu irmão. Lembre-se da promessa de Cristo, de que as portas do inferno jamais prevalecerão contra sua Igreja (Mt 16, 18). Não importa o tamanho da crise e nem o poder dos inimigos da época, a obediência firme e incondicional aos ensinamentos da doutrina católica é o meio mais seguro para a salvação das almas. Vejamos o exemplo dos santos, que amaram e defenderam a Igreja até o fim.
O cuidado com as rebeldias
Pode acontecer de, algumas vezes, as leis ou as doutrinas da Igreja não fazerem sentido naquele momento. Pode ser que, na sua cabeça, haja soluções mais efetivas do que aquelas propostas pela doutrina. É principalmente nesses momentos que surgem dissidências terríveis.
Não se engane, meu caro. Pode ser que um “reformador” tenha a melhor das intenções no início. Entretanto, é preciso ter em mente que a rebeldia é extremamente perigosa e, não raras vezes, leva as pessoas a se tornarem inimigas de Deus. Os exemplos são diversos: Lúcifer se rebelou por entender que os planos de Deus seriam uma “injustiça” aos anjos; Eva entendia que seria “justo” ela ser como Deus, e por isso comeu o fruto proibido; Lutero queria pôr fim às “injustiças” praticadas pelo clero do seu tempo, então rachou o cristianismo. Em todas essas ocasiões, as catástrofes foram gigantescas.
Apesar de todos esses exemplos parecerem longínquos, precisamos fazer um sério exame de consciência e perceber se não fomos, também nós, infectados por essa rebeldia, disfarçada de “senso crítico”, que muitas vezes penetra nossa razão sem percebermos. Você crê sinceramente em TUDO aquilo que ensina e crê a Santa Igreja Católica? Você seria capaz de obediência cega à doutrina católica, mesmo não estando racionalmente convencido?
Obediência ao Rei dos Reis
Meu irmão, não estou dizendo que você precisa fechar os olhos para as imperfeições e crises causadas pelos falsos “católicos”. Infelizmente, muitas ideologias e abusos acabaram invadindo o terreno santo da Igreja – e os fieis devem, sim, zelar pela pureza da doutrina e pela defesa da verdade. Mas esse justo combate deve ser pautado nos ensinamentos bimilenares guardados pela Tradição, e não em rebeldias irresponsáveis.
A Igreja, por meio da sua doutrina infalível, é a voz de Cristo para o mundo. Sejamos, pois, absolutamente fieis a essa voz. Assim, teremos a garantia de triunfar juntos ao Rei dos Reis!
Um forte abraço!
Rafael Aguilar Libório
Discípulo da Comunidade Católica Pantokrator
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