Ser catequista é um chamado de Deus, um dom. É a missão de apresentar a Boa Nova a todo coração que está sedento de Deus e da Sua Verdade, Revelação e Doutrina. O coração humano tem sede de Deus e deseja conhecer Seus ensinamentos e fazer uma experiência verdadeira de amor com Ele. O catequista, com muita humildade, sabedoria, coerência de vida e conhecimento, tem a missão de ajudar esse coração sedento a fazer um encontro com Deus e, progressivamente, amadurecer na fé e na intimidade com Deus. Trata-se de uma missão que precisa ser regada por muita paciência, determinação e grande docilidade ao Espírito Santo, porque é Ele quem capacita, inspira e alimenta o coração do catequista.
Na vivência espiritual do catequista, assim como de todo cristão, é preciso estar atento ao caminho que o Espírito Santo indicar.
A vida interior, o relacionamento com Deus precisam ser o eixo de sustentação de todos os aspectos da vida do catequista. É uma forma de relacionar-se com Deus. A Espiritualidade ajuda a encontrar o equilíbrio em todos os aspectos da vida humana inspirados pelo amor e ação de Deus.
Os alicerces da espiritualidade catequética
A espiritualidade catequética é constituída pelos seguintes alicerces:
- Experiência com a Trindade;
- Familiaridade e conhecimento da Bíblia;
- Vivência sacramental (participação fiel à Santa Missa e recepção dos Sacramentos);
- Intimidade com Maria;
- Coerência e testemunho de vida;
- Amor a Deus e à Igreja.
Ao fazer uma analogia, podemos pensar que a espiritualidade é o oxigênio do coração do catequista, ou seja, é a dimensão que o auxilia a enxergar a vida com seus afazeres, suas dificuldades, seus objetivos e desafios à luz da fé católica. Viver a própria espiritualidade ajuda a descobrir a presença amorosa da Trindade escondida no cotidiano, o que facilita para o despertar de um novo olhar para a vida.
Sem espiritualidade, a catequese corre o risco de tornar-se somente um encontro de transmissão de conteúdo catequético – é o conhecer por conhecer que não gera vida, não gera transformação. Com o apoio oracional, todo conhecimento adquirido gera vida conversão e crescimento na santidade.
Outro ponto importante da espiritualidade catequética é o conhecimento da Boa Nova, isto é, da Bíblia, que é a Palavra Viva de Deus. O catequista se alimenta das Sagradas Escrituras . Logo, concluímos que as dicas de práticas de como cultivar diariamente a espiritualidade do catequista é fundamentada na prática dos itens apresentados a seguir:
1- Vida de Oração e Lectio Divina diária – o catequista necessita buscar crescer na intimidade com Deus. A vida espiritual d precisa frutificar no coração e ânimo do catequista para que ele consiga testemunhar com fidelidade e alegria, os ensinamentos e projetos de Deus;
2- Adoração ao Santíssimo Sacramento periodicamente – é necessário cultivar a humildade na dependência de Deus. A adoração a Jesus Sacramentado insere o catequista na dinâmica do amar e se deixar ser amado por Deus;
3- Terço meditado diário (exercício de intimidade com Maria) – Maria é Mãe de Deus e da Igreja. Maria educou o Cristo fiel e zeloso da Palavra de Deus. Buscar a intimidade com Maria auxilia muito na construção da doação e dedicação que o catequista tem com seus catequizandos. Muitas vezes, o catequista é aquele que ouve, acolhe e aconselha o catequizando. É o pastoreio que também faz parte da missão do catequista;
4- Vivência da Santa Missa – toda missa é uma catequese. É um dos privilegiados momentos onde o catequista é catequizado;
5- Vivência Sacramental em dia (sacramentos da Reconciliação e Eucaristia) – os sacramentos são alimentos da alma tão necessários para o amadurecimento da santidade, sabedoria, temperança e perseverança, virtudes tão necessárias ao catequista;
6- Adquirir conhecimento (estudo regular) da Bíblia, do Catecismo da Igreja Católica, da Doutrina da Igreja e de Encíclicas – o catequista é uma autoridade e, por isso, não pode transmitir conceitos incorretos.Todo catequista é chamado a falar a Verdade revelada por Deus de forma amorosa, apropriada e eficaz – com discernimento e exatidão.
Concluindo, o catequista é aquele que fala do que conhece, estuda e vive. Ele precisa fazer de sua vida e experiência de Deus um testemunho vivo que edifique e gere um novo ardor no coração de seus catequizandos. O catequista necessita traduzir, para a linguagem própria de cada turma (seja de crianças, adolescentes ou adultos) e transmitir os ensinamentos de Cristo com amor, esperança e alegria!
Ser catequista é um dom de Deus que precisa ser cuidado com muita responsabilidade e amor para que gere os frutos desejados por Deus no coração e vida de cada filho(a) que lhe foi confiado.
Márcia Maria Tognetti Correa
Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator e Catequista