Espírito Santo de Deus – Quem Ele é?

Espírito Santo

Muitas culturas religiosas tentam definir quem é Deus. É comum encontrarmos a figura paterna de Deus e a figura de um Messias, mas não a figura do Espírito Santo. 

O Espírito Santo é exclusivo da tradição judaico cristã. Apenas nas Sagradas Escrituras temos a revelação de quem é a terceira pessoa da Santíssima Trindade.

Deus é único, e da sua natureza única participam 3 pessoas. Três pessoas iguais, mas distintas. São iguais quanto a unidade, onipotência. No entanto, uma pessoa não é a outra. Têm missões diferentes e convivem entre si. 

A essência divina é única e cada uma das pessoas da Santíssima Trindade participam de um modo que lhe é próprio. É possível identificar quem está no protagonismo da ação.

O Pai contém Nele o Filho e o Espírito. O Espírito contém Nele o Pai e o filho. O Filho contém Nele o Pai e o Espírito. 

Podemos pensar numa definição de Espírito Santo como dom de Deus. O Espírito é dado e também é doador. No mistério da Santíssima Trindade, o Pai e o Filho se fazem um só na pessoa do Espírito Santo.

São Gregório de Nacianceno dizia: O Pai é o amante, o Filho é o amado e o Espírito Santo é o amor. 

O Espírito Santo faz parte do que nos foi revelado nas escrituras como sendo Deus. Nunca chegaríamos a descobrir isso pela nossa razão.

O Pai e o filho se amam desde toda eternidade. Esse amor de um para com o outro é o Espírito Santo. Apenas o Filho e o Espírito têm uma missão divina. E o Pai? Por missão divina entendemos o envio e a vinda de uma pessoa divina à Terra para cumprir aqui uma missão. A missão supõe o envio e a vinda. Essa vinda é revelada na sagrada escritura. E o Pai, não tem missão? Ao Pai se atribui a criação. Deus age trinitariamente. No entanto, para criar, o Pai não veio a Terra, pois esta nem existia.

O Pai não tem uma missão, mas é Aquele que envia. Porque o Pai é quem envia, é um mistério, pois não há subordinação nem de tempo. Assim, atribui- se protagonismo da criação ao Pai.

A missão do filho é de fácil entendimento para nós. A salvação é uma missão conjunta do Filho e do Espírito Santo. Santo Irineu, dizia: “O filho e o Espírito são como as duas mãos do Pai.” A missão do Filho é clara para nós nas escrituras. Ele foi prometido por Deus, que inicialmente se revela como um só. Não era prudente falar para um povo politeísta que Deus é um só mas são três pessoas.

Deus se revela como um só por muito tempo. Foram 2500 anos que Deus se revelou de forma oral e mais 2500 anos de forma escrita, no antigo testamento. A revelação do Pai vai indicando uma segunda pessoa. O filho de Deus, Salvador, Messias. Sinalizando assim a missão do Filho de Deus.

A sagrada escritura confirma que Jesus é o Messias. No livro do profeta Isaías, encontramos detalhes da vinda de Jesus. O modo como morreu, como foi transpassado, muitos detalhes.

As promessas a respeito do Messias são variadas. Na carta aos gálatas está escrito que quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou seu filho, nascido de uma mulher, submetido a lei.

Não temos dificuldade em entender a missão do Filho: Ele assumiu nossa salvação, derramando o seu sangue para selar a nova aliança, com o sangue de Deus. Morreu nossa morte para termos a vida que pertence a Ele.

Pelo sacrifício do Filho de Deus para vencer a morte e o pecado somos salvos. Essa é a missão do Filho. O sangue de Jesus atua sobre o pecado e a morte e nos livra, nos salva.

O Filho se encarnou pela missão do Espírito Santo. Vamos assim, entender a missão conjunta. Maria é concebida pelo poder do Espírito Santo.

O Espírito Santo tem participação na missão: Ele gera o Salvador, milagrosamente. O Espírito tem uma missão especial na obra da salvação.

 Sua missão é vista como o poder de Deus que é anunciado na encarnação, no Evangelho de Lucas e também no dia da Ascensão de Jesus ao céu.

A missão do Espírito é a manifestação do poder de Deus na história. Na encarnação, o anjo diz a Maria que o Poder do alto iria se manifestar. Já no final do Evangelho de Lucas, lemos: “Aguardem até que seja derramado do alto o poder de Deus. Permaneçam a espera porque há um poder prometido que vai se cumprir em vocês.”

Em Atos dos Apóstolos, Jesus promete no dia de sua Ascensão que irá enviar o Espírito Santo e eles receberão poder.

O Espírito Santo vem para manifestar o poder de Deus. Ele gera, conduz, assiste, ressuscita Jesus. Jesus vai ser o doador do Espírito Santo.

De maneira semelhante ao Filho, o Espírito Santo também foi anunciado pelos profetas. No entanto, a completa revelação do Espírito nos é dada por Jesus. 

Alguns profetas como Joel, Isaías, Ezequiel nos dão algumas características da vinda do Espírito Santo como dom. O Espírito Santo sempre esteve presente na história. Em Pentecostes comemoramos uma especial vinda do Espírito Santo que a partir daí passa a ser possível um relacionamento novo com a Pessoa do Espírito Santo.

No antigo testamento o Espírito tinha um modo de se manifestar que é modificado a partir de Pentecostes. Ele só atuava na vida de profetas, Reis, sacerdotes, patriarcas. Essa manifestação era por um determinado tempo.  Passada a missão, cessava a manifestação.

A presença do Espírito Santo na vida das pessoas, como hoje ainda é na vida dos não batizados era uma presença natural apenas. Estava presente para sustentar a vida.
Ninguém sabia que o Espírito Santo era uma pessoa divina. Foi Jesus quem revelou isso.

Quando a Sagrada Escritura diz que o Espírito de Deus estava agindo na vida daquelas pessoas, era o mesmo que dizer que Deus estava agindo. Metáforas indicavam a vinda do Espírito: fogo, óleo, dedo de Deus e muitas outras expressões.

O Espírito Santo esteve sempre presente e agora nos é enviado. Se cumpre a promessa.

O Nosso credo diz que o Espírito Santo é da mesma substância que o Pai e o Filho. O Espírito Santo é uma pessoa divina. Além de ser Deus, ele é uma pessoa. Não é uma pomba, uma força, um sopro. O que nos garante que o Espírito Santo é uma pessoa?

Quem nos revela que o Espírito Santo é uma pessoa é Jesus Cristo. Antes de Jesus Cristo ninguém imaginava que o Espírito Santo fosse uma pessoa. Há atributos que nos revelam que o Espírito Santo é uma é pessoa.

O Evangelho de São João é rico nessas revelações. São João foi o último que escreveu o Evangelho e nele encontramos muitas informações que não encontramos nos outros Evangelhos.

No começo do Evangelho, João registra a conversa que Jesus teve com Nicodemos: “Se você não nascer de novo da água e do Espírito, você não terá parte comigo.” Utilizou o símbolo da água. Utiliza também do vento. Símbolos que o povo estava acostumado.

No capítulo 4, Jesus conversa com a Samaritana: “Se soubesses quem te pede de beber, você que me pediria e eu te daria de uma água que quem bebe não volta a ter sede.” Se trata das coisas de Deus.

No capítulo 7⁰ temos a festa dos Tabernáculos no último dia da festa que é o dia descrito no Evangelho, o sacerdote derramava a água no altar e lembrava a Deus que ele havia prometido derramar seu Espírito. Nesse dia Jesus se colocou de pé diante do altar e disse: “Quem tiver sede, venha a mim e beba. No seu interior vão fluir rios de água viva para a eternidade.”

João completa: Ele dizia isso a respeito do Espírito Santo que haveria de ser dado, mas que ainda não havia sido dado, pois Jesus não havia sido glorificado. A condição para o dom do Espírito era a glorificação de Jesus. Santo Irineu nos ajuda a entender isso. A barreira da carne e do pecado precisavam ser eliminadas para que Jesus justificasse a presença do Espírito Santo em nós. Antes estávamos condenados, mas depois da glorificação de Jesus, faz sentido termos o Espírito Santo habitando em nós.

Nos capítulos 14, 15 e 16 de João, Jesus nos revela o Espírito Santo. Jesus trata o Espírito Santo como uma pessoa e atribui a Ele ações que só uma pessoa pode fazer. Jesus deixa de usar o nome do Espírito conhecido por eles “Sopro” e passa a usar um pronome pessoal reto: ELE. “Ele dará testemunho de mim; Ele vos recordará tudo que eu disse; Ele estará com vocês eternamente; Ele é que convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo”. Veja, são todos pronomes pessoais.

Capítulo 17: “Pai é chegada a hora, glorifica teu filho. Convém que eu vá para que Ele venha.”

Capítulo 18 e 19: Processo de glorificação de Jesus.

Capítulo 20: Aparece na reunião dos Apóstolos. Jesus diz que está glorificado. Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio. E sopra sobre eles o Espírito Santo. O cumprimento da promessa acontece 40 dias depois desse dia. Após a Ascensão de Jesus, ele diz que os Apóstolos irão receber unção e poder. Pedro, aquele que era iletrado, se levanta e faz o primeiro discurso dogmático da igreja, traz o texto de Joel, dizendo que está se cumprindo. A promessa do Espírito é para todas as pessoas. A partir de Pentecostes o Espírito Santo habita nossa vida, Ele que assume o comando da continuidade da salvação. Por isso a salvação é uma missão conjunta do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Como viver permanentemente com o  Espírito Santo? 

Para viver a permanente efusão do Espírito é preciso admitir que precisamos de mais. Sabemos que Deus pode nos dar mais Espírito Santo, mas às vezes não pedimos, achamos que está bom, que já temos o suficiente. 

Santo Agostinho dizia: “Só Jesus não precisa de mais Espírito Santo”. Claro, Jesus é um com Ele. No entanto, nós precisamos, não porque o Espírito Santo seja limitado, mas nós somos limitados em recebê-lo. Eu e você precisamos de mais Espírito Santo para nossa fé não arrefecer.

Paulo escreve para os Tessalonicenses 5, 19: ”Não apagueis o Espírito Santo”. Santo Tomás de Aquino, doutor da Igreja, nos diz: “Cada nova missão deve corresponder a uma nova efusão do Espírito.” Qualquer nova missão que você for enviado, o Espírito tem uma nova efusão para sua vida. Constantemente você precisa de uma nova efusão.

Você precisa admitir que precisa de mais Espírito Santo, após admitir você precisa pedir. Como Jesus nos ensina, temos que pedir. A bíblia diz que Deus dá o Espírito Santo àqueles que o pedirem. Devemos pedir como quem carece, como quem tem necessidade. 

São Boaventura diz que o Espírito Santo vem onde é amado, onde é convidado, onde é esperado.

Papa Paulo VI em uma audiência em outubro de 1974 nos disse: “Queria aqui recordar as principais condições que se deve encontrar no homem para que ele receba o Espírito Santo. Ele sopra onde quer, mas não rejeita quem o espera, quem o chama, quem o acolhe.” De alguma forma Ele vai se manifestar na sua vida. Essas reflexões têm sentido apenas se impactar nossa vida, se nos tornar mais íntimos do Espírito Santo de uma experiência contínua. Quando alguém te procura para pedir auxílio e você não souber o que fazer, ore com essa pessoa e explique que ela precisa pedir mais do Espírito Santo. 

Você pode começar agora a fazer essa experiência, se colocando com humildade na presença de Jesus que é o batizador e dizer: Senhor, estou necessitado e creio que podes conceder mais Espírito Santo na minha vida. Eu quero fazer melhor aquilo que o Senhor tem determinado pra mim. Eu quero cumprir minha missão de maneira mais eficiente e que as pessoas se edifiquem com meu trabalho apostólico. Por isso eu renuncio aquilo que está atrapalhando a presença do Espírito Santo na minha vida. O Senhor sabe que tem áreas que não entreguei ainda e não deixei o Espírito Santo possuir-me por inteiro. Quero ser conduzida por Ele. Vem em meu socorro. Dai-me a porção adequada e uma renovada efusão na minha vida.

Thais Casarini
Discípula da Comunidade Católica Pantokrator

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