“Por isso, a criação aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus.”(Romanos 8,19).
A passagem Romanos 8,19 sempre cativou o meu coração. Na verdade, esta passagem me impele a refletir sobre a magnanimidade e força da Fé em Nosso Senhor Jesus Cristo. Fé que me impulsiona a lutar, diariamente, para testemunhar a graça e alegria que é viver minha vida orientada pelos ensinamentos de Cristo, buscando a santidade no ordinário da vida cotidiana.
Vivemos num tempo extremamente desafiador! Presenciamos um período marcado pelo individualismo, ceticismo e indiferença. Constantemente e periodicamente somos bombardeados por ideologias que ferem a alma e vida humana em sua essência e dignidade. De forma sútil, somos conduzidos a viver de excessos: excesso de medos, de desconfiança, de tecnologia, informações, excesso de necessidades materiais, excesso de tolerância ao mal e excesso de solidão.
A criação aguarda ansiosamente a manifestação autêntica de Fé dos cristãos e da nossa fé em Jesus Cristo! E isso fica nítido a partir do momento em que pensamos o quão comum é encontramos pessoas intimidadas pelo desânimo, tristeza, desconfiança que sofrem demasiadamente e estão necessitadas de um sorriso singelo ou de uma palavra de esperança e encorajamento ou que precisem ser ouvidas, cuidadas e amadas.
Quantas pessoas aguardam serem contagiadas pela Fé que move e remove montanhas. Pela Fé inabalável que permite que os sofrimentos sejam vividos na serenidade e esperança por dias melhores. Pessoas que desejam ser motivadas pela frase poética de Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Sim! Tudo vale a pena quando a alma estiver alimentada pela Fé em Cristo, nosso Senhor e Salvador, porque a alma que está alimentada e saciada nela é uma alma magnânima.
Esta que é uma virtude teologal que recebemos no sacramento do Batismo, capaz de mover – e que deve mover – os corações humanos e intimidar o mundo. Não o contrário! O mundo não pode nos intimidar com seus desafios e mentiras!
Muitas vezes, pergunto ao Senhor: “Mas, como eu sendo frágil e miserável, posso intimidar o mundo com minha Fé?” A resposta do Senhor é sempre simples e estável: “Viva-a e a testemunhe onde estiver e com quem estiver, nas situações corriqueiras do seu dia a dia, com simplicidade e alegria”. Rezando e refletindo sobre a resposta do Senhor, concluo que para a nossa Fé conseguir intimidar o mundo é necessário o fiel comprometimento com o chamado do Senhor. Cristo faz no silêncio dos nossos corações o urgente chamado a proclamarmos e a testemunharmos em nosso mundo, este que é composto por nossa família, por nossos amigos, colegas de trabalho e pessoas passam rapidamente pela nossa história.
Testemunhar a Fé é um chamado de comprometimento que Deus faz-nos regulamente. Comprometimento que nos convoca a crescer na intimidade com Ele através da oração, da vivência coerente dos santíssimos Sacramentos, da meditação das Sagradas Escrituras e do Rosário.
Certa vez, São Maximiliano Kolbe disse que a indiferença é um dos maiores pecado do século XX e certamente, tal realidade se repete em nosso século. Não podemos ser indiferentes ao apelo de Deus e da criação, este que nos chama a intimidarmos o mundo com nossa Fé e alegria que brota da luta cotidiana de manter-se fiel a Deus, a Seus ensinamentos e a Sua santa Vontade.
Testemunhar a Fé é um ato de coragem! Como o próprio Cristo ensina na passagem de São João: “Coragem, Eu venci o mundo.” (Jo 16, 33). Diariamente, o Espírito Santo vem inspirar nossa alma e coração com palavras similares às palavras de Cristo: “Coragem! Em Cristo, você também pode vencer o mundo!”. É absolutamente reconfortante saber que nunca estamos sozinhos em nossas batalhas cotidianas. O apelo de Deus e, consequentemente, da nossa alma em tal “intimidação” não é um solitário eco sem ação. É possível! É real para quem tem Fé em Cristo!
Que o Espírito Santo irradie nossos corações com a graça de uma Fé renovada diariamente em cada Eucaristia e oração. Que nunca nos falte a Fé para intimidarmos o mundo para a honra e glória de Deus, agora e sempre! Amém.
Marcia Maria Tognetti Correa
Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator