Lutar para vencer os desafios que são impostos no nosso cotidiano é algo inato ao ser humano.
Como lutamos nossas lutas? Quais as armas que usamos? Como vamos para nossas batalhas?
O herói se apoia em suas próprias forças para lutar tomando para si a responsabilidade de ser protagonista na luta do bem contra o mal. As vitórias exacerbam seu ego, fazendo com que confie plenamente em suas forças. Forças limitadas devido às fragilidades do ser humano.
Já, ao contrário dos heróis que lutam com suas próprias forças, os santos, lutam com as forças do alto. Para ser considerado santo, uma das etapas, é a confirmação das virtudes heroicas da fé, praticadas de forma contínua. Pela fé, o homem entrega-se livremente a Deus, procurando conhecer e fazer sua vontade.
Diante disso, enfrentamos nossas lutas buscando ser heróis, buscando uma vanglória ou buscando ser santos, proclamando como Nossa Senhora: “O Todo Poderoso realizou grandes obras em meu favor, seu nome é santo” (Luc 1, 49), reconhecendo o poder e glória de Deus?
Uma vida vivida santamente, não precisa de atos grandiosos. Viver o cotidiano de acordo com as virtudes heroicas da fé já é algo bem exigente. Supõe deixar Deus agir e ser Deus em nossa vida, vencendo a cada instante nosso egoísmo, preguiça, falta de amor e esperança.
Ir para a batalha do dia a dia, enfrentar os desafios com fé que Deus está junto com você, age em você. Ter autoconhecimento das suas fraquezas e dificuldades, e assim consciente de que você não é nenhum super herói. Mas muito pelo contrário, é fraco e pecador, necessitado da graça de Deus, pode ser o começo para viver e vencer santamente.
Minhas batalhas a vencer
Deixo Deus me vencer quando eu contrario as vontades da minha carne que me levam muitas vezes a não querer servir como sou chamada. Sem esperar nada em troca, amando como Jesus me ama.
Como é difícil muitas vezes abrir mão do descanso que me é lícito, das minhas opiniões e vontades e até mesmo da minha justiça. Como é difícil não calcular. Mas o amor não sabe calcular, como nos diz Santa Teresinha do Menino Jesus.
“Se o grão de trigo não cai na terra e não morre, fica sozinho. Mas se morre, produz muito fruto.” (João 12, 24)
Para que o fruto da santidade brote na minha vida é preciso que eu morra muitas vezes. Fazendo o que não é minha obrigação, nem vontade. No entanto, nessas ações que sou chamada a realizar, colocar uma grande intensidade de amor a Jesus. Santa Teresa D’Ávila nos ensina que só podemos medir nosso amor por Deus, à medida que servimos e amamos as pessoas por amor a Ele. Amar sem distinção de pessoas, sem esperar ser retribuído.
Eu consigo em todas as situações?! Infelizmente, não. Muitas vezes, principalmente com meus próximos mais próximos, nesse caso meu marido e minhas filhas, ainda caio, me canso quando acho que já fiz demais, quando quero também ser servida, quando desejo impor minha vontade, quando quero ouvir outra resposta.
Mesmo assim não desanimo, corro para os braços de Jesus misericordioso que está sempre pronto a me acolher e perdoar, dizendo: “Vá e não volte a pecar“. Deus sempre me dá uma chance e nessa dinâmica de misericórdia, aprendo com Ele a ser também misericordiosa.
Reforço minha fé de que Ele tem poder para fazer nova todas as coisas e a cada dia me fazer uma mulher nova, capaz de um amor simples e surpreendente.
Fique com Deus!
Thais Casarini
Postulante da Comunidade Católica Pantokrator
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