Que tal começar o ano com Cristo no governo da sua vida? Muitas vezes, iniciamos o ano cheios de projetos, sonhos, propostas de mudanças e conversões. Porém, no decorrer dos meses aquela empolgação inicial vai enfraquecendo. Não conseguimos atingir nossas metas. E muitas vezes, empenhamos nossas forças e tempo em coisas que não são essenciais.
Corra, mas não sem rumo
A exemplo de São Paulo, precisamos correr com objetivo, para alcançar um prêmio que vai além das satisfações nesta terra. Uma coroa incorruptível: “Assim, eu corro, mas não sem rumo certo. Dou golpes, mas não no ar”(I Cor 9, 26). Para isso, precisamos permitir que Cristo assuma o governo de nossas vidas, reine sobre nossa inteligência, vontade e ações.
“Ao longo de toda a vida pública de Jesus, os seus gestos de domínio sobre a natureza, sobre as doenças, sobre os demônios, sobre a morte e o pecado, demonstravam a sua soberania divina”(CIC 447). Precisamos permitir que Ele, o Pantokrator (Aquele que governa todas as coisas) também reine sobre nós, assuma o controle, como diz o salmista: “O coração do rei é uma água fluente nas mãos do Senhor: ele o inclina para qualquer parte que quiser. (Pr 21,1).
Um coração governado por Cristo é um coração livre, maleável, dócil, que se abandona em sua vontade, pois sabe que tem um Deus Vivo, Operante e Poderoso, capaz de realizar muito mais do que podemos imaginar.
Entregue o controle
Por falar em controle, vire e mexe eu brigo com meu filho, porque ele pega o controle da televisão e não dá pra ninguém. Podemos estar agindo assim também com Deus. Estamos apegados ao controle da nossa vida: “Pode deixar que eu dou conta”, “não precisa não, eu vou conseguir sozinho”. Outras vezes, apoiamos nossa confiança em pessoas, bens, status, situações.
“Desde o princípio da história cristã, a afirmação do senhorio de Jesus sobre o mundo e sobre a história significa também o reconhecimento de que o homem não deve submeter a sua liberdade pessoal, de modo absoluto, a nenhum poder terreno, mas somente a Deus Pai e ao Senhor Jesus Cristo: César não é o «Senhor». «A Igreja crê… que a chave, o centro e o fim de toda a história humana se encontra no seu Senhor e Mestre”(CIC 450).
Ele é o nosso pastor
Com este governo interno ele, qual “pastor e bispo das nossas almas” (cf. 1Pd 2,25) não só tem cuidado de cada um em particular, mas também de toda a Igreja; tanto quando ilumina e fortalece os sagrados pastores para que fiel e frutuosamente se desempenhem de seus ofícios, como quando – em circunstâncias particularmente graves – faz surgir no seio da Igreja homens e mulheres de santidade assinalada, que sejam de exemplo aos outros fiéis, para incremento do seu corpo místico”(1)
Pela vida de oração, vamos dando espaço para o governo de Cristo na nossa história. Eu passo a conhecê-lo, Ele não é mais um deus estranho ou distante, mas sim, o meu Senhor. “O Senhor é fiel em suas palavras, e santo em tudo o que faz. O Senhor sustém os que vacilam, e soergue os abatidos. Todos os olhos esperançosos se dirigem para vós, e a seu tempo vós os alimentais. Basta abrirdes as mãos, para saciardes com benevolência todos os viventes”(Sl. 114,13-16).
Vamos sendo gerados por sua palavra, corrigidos no nosso proceder, saciados pelo seu corpo e sangue, vamos crescendo em virtudes, vencendo os desafios diários, vamos seguindo seus passos. Não tenhamos medo de estar debaixo do governo do Senhor! Ele nos ama e nos quer bem! “Com a confiança de uma criança, entrego-me hoje a Vós, Senhor Jesus e meu Mestre.” ( Santa Faustina).
Deus abençoe!
Andressa Aparecida da Silva
Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator
Referências:
1.Carta Encíclica Mystici Corporis, 38
Catecismo da Igreja Católica (CIC)