Em tempos difíceis, como o que temos enfrentado, devido ao coronavírus que tem se espalhado pelo mundo, deixando dezenas de mortos, precisamos nos lembrar que temos um refúgio e proteção: o Senhor.
Este vírus, como tantas outras situações que nos fazem nos deparar com nossa limitação e fraqueza humana, antes de nos levar ao desespero, deve nos recordar que temos um Deus que cuida que de nós. Como São Paulo, podemos afirmar: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8,31).
É claro que diante de uma pandemia, muitos cuidados devem ser tomados pelo governo e por cada indivíduo, com a finalidade de conter a disseminação de um vírus. Contudo, somada a todas as medidas necessárias, deve estar nossa fé. Ainda que o mal ao nosso redor pareça crescer a cada dia mais, lembremo-nos que Deus está acima de todas as coisas e que Sua presença é constante, conforme a promessa de Jesus: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20).
Temos sido orientados a ficar em nossas casas, com a finalidade de nos proteger de contaminação e evitar que a propagação do vírus cresça ainda mais. Essa medida tem sido tomada por muitos países e tem se mostrado eficaz.
Se nossas casas, que hoje existem e amanhã podem não mais existir, dão a nós certa segurança e proteção, quanto mais o Deus Altíssimo que existe desde sempre e para sempre?!
Deus Altíssimo, minha proteção
No Salmo 90/91, o salmista afirma ser Deus seu refúgio e proteção e que nesta verdade está a sua confiança:
“Quem habita ao abrigo do Altíssimo e vive à sombra de El Shaddai, diz ao Senhor ‘Sois meu refúgio e proteção, sois o meu Deus no qual confio inteiramente’” (Sl 90 /91)).
No decorrer desse Salmo, vemos o salmista descrever diversos males, desgraças e pestes das quais o Senhor livra aqueles que n’Ele confiam, justamente pelo fato de estes estarem abrigados sob a sombra das asas de Deus.
A fidelidade de Deus sempre cuida de nos defender. Nisto deve estar enraizada nossa fé: “Ele continua fiel, e não pode desdizer-se” (2Tm 2,13). Deus prometeu que sempre estaria conosco, que nossas vidas estariam sempre sob Seus olhos (cf. Is 49,15-16). O “sempre” aqui citado diz respeito inclusive aos mais difíceis momentos, como esse que temos enfrentado.
Agora é o momento oportuno para clamarmos ao Espírito Santo o dom da fé, para crermos além das evidências. Se tudo evidencia a morte, tragédia, destruição, nossa fé deve nos encher de esperança e nos apontar para a vida, para o céu.
A tribulação que vivemos deve nos levar a nos gloriar no Senhor, como nos ensina uma vez mais São Paulo em Rm 5,3-5: “Não só isso, mas nos gloriamos até das tribulações. Pois sabemos que a tribulação produz a paciência, a paciência prova a fidelidade e a fidelidade, comprovada, produz a esperança. E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”.
“Enraizados e fundados em Cristo… firmes na fé” (cf. Cl 2,7), unidos em oração aos nossos irmãos espalhados por todo o mundo, confiemos no Senhor que nos ouve e está atento a todas às nossas necessidades.
Se neste tempo de grande aflição, nós nos apegarmos a Deus com fé, em breve poderemos exclamar com o profeta Jonas: “Em minha aflição, invoquei o Senhor, e ele me ouviu” (Jn 2,3).
Em comunhão com o Papa Francisco, nosso pastor, clamemos a presença e intercessão da Santíssima Virgem das Dores que nos acompanha em nossas tribulações:
“Ó Maria, Tu sempre brilhas em nosso caminho como sinal de salvação e esperança. Nós nos entregamos a Ti, Saúde dos Enfermos, que na Cruz foste associada à dor de Jesus, mantendo firme a Tua fé. Tu, Salvação do povo (romano), sabes do que precisamos e temos a certeza de que garantirás, como em Caná da Galiléia, que a alegria e a celebração possam retornar após este momento de provação. Ajuda-nos, Mãe do Divino Amor, a nos conformarmos com a vontade do Pai e a fazer o que Jesus nos disser. Ele que tomou sobre Si nossos sofrimentos e tomou sobre Si nossas dores para nos levar, através da Cruz, à alegria da Ressurreição. Amém. Sob a Tua proteção, buscamos refúgio, Santa Mãe de Deus. Não desprezes as nossas súplicas, nós que estamos na provação, e livra-nos de todo perigo, Virgem gloriosa e abençoada”.
Edvandro Pinto
Discípulo da Comunidade Católica Pantokrator
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