Vivemos num tempo em que dizem que todos devemos ter liberdade de expressão, e de opinião. Entretanto, o que mais me impressiona é que a maioria das liberdades aceitas na sociedade carecem de certas características: não têm nenhuma ligação com uma adequada formação familiar, bom caráter, boa conduta, honestidade exemplar e integridade. É como se nada disso tivesse valor algum.
A liberdade nos dias de hoje, vivida pela maioria das pessoas, atingiu um altíssimo grau na perda de seus reais valores. A ausência do bom senso comunitário e a presença de uma acentuada individualidade egoisticamente vivida se sobressaem, não importa onde nem como.
Acredita-se que o importante é ser livre, mesmo que para isso, você enlameie sua própria vida e a dos outros ao seu redor. Quanto mais rebeldes, quanto mais revolucionários, mais recebemos a atenção da sociedade. É o caminho que as coisas têm tomado hoje em dia. O importante é chocar com a minha opinião, sair do “normal” e trazer possibilidades desafiadoras para agredir a sociedade, obter um lugar nela e se impor! Não importa como!
São João Paulo II disse; “A liberdade, em todos seus aspectos, deve se basear na verdade”. Quero repetir aqui as palavras de Jesus: “E a verdade vos libertará” (Jo 8,32).
Opinião – O valor da verdade
E nós, como cristãos? O que devemos fazer? Como devemos agir diante destas situações? Não devemos simplesmente ouvir certas coisas e não nos posicionarmos. Devemos respeitar sim as divergências, mas nunca deixar de dizer o valor da verdade. A verdade que explode dentro do nosso coração que crê em Deus e em Sua Palavra. Não podemos fechar os olhos para esse amor gratuito, que nos para leva longe, nos confins! Somente ele pode alcançar muitas almas, principalmente aquelas que não creem.
Para que isso aconteça de maneira ponderada e inteligente, sinto que devemos usar um caminho muito simples e amoroso, ensinado pela nossa querida Santa Teresinha: Amar, amar e amar! “E minha vida é um único ato de amor!” (Santa Teresinha do Menino Jesus).
Ouvimos sempre, e claramente, que devemos ser livres! Cada um pode decidir o modo de viver a sua crença, seu ir e vir! Sim, mas a que preço? Sempre ouvi algo que hoje tem muito mais sentido para mim, e entendo perfeitamente o que quer dizer no meu dia a dia: “a minha liberdade termina onde começa a liberdade do outro!”.
Não impor ao outro a minha opinião
Não preciso e nem devo impor ao outro a minha opinião, que me aceite como eu sou. Agindo assim, eu tento fazer com que as pessoas simplesmente aceitem as minhas posições e avaliem o que elas causaram no interior de cada uma delas. Devo viver livremente no que acredito, mas nunca posso deixar de pensar no outro que vive ao meu lado. Não estarei eu invadindo a sua liberdade? E principalmente, qual é a consequência que estamos trazendo para dentro da sociedade?
Então, se temos divergências de opiniões, temos que ter a liberdade de expressar nossos pensamentos, sem sermos tachados de “beatos” e de “carolas”, simplesmente porque cremos “num impossível e intangível” que o mundo não vê, não entende e não crê.
Busca do conhecimento da Palavra e da doutrina católica
Creio que para termos um bom nível de discussão e argumentação, temos que buscar e conhecer concretamente tudo sustentado pela nossa fé, a Bíblia e os documentos da igreja. Precisamos conhecer a verdade e deixá-la penetrar em nossos corações. “Se quiserdes ser eficazes pregadores da Palavra, deveis ser homens de fé profunda, e ao mesmo tempo ouvintes atuantes da Palavra” (São João Paulo II).
E se encontramos muitos que não irão respeitar o nosso conhecimento da Palavra, ou que vão simplesmente nos julgar colocando em dúvida a nossa fé – diferente da deles – temos que saber nos posicionar sem entrarmos em discussões supérfluas. Atitudes violentas não são armas adequadas para defendermos o que cremos. “A violência nunca resolve os conflitos e não diminui as suas consequências dramáticas”. (São João Paulo II)
Segundo Santa Teresinha, “Nada é pequeno se feito com amor”! Então creio firmemente, que através do amor, podemos viver as divergências que esta vida nos impõe. E ainda, podemos usar desse amor para tocar o coração dos que estão ao nosso redor e que ainda não bebem dessa graça!
Uma das maneiras de amar através das divergências é saber dialogar dentro de um respeito correto e usando desse amor tão forte. Assim, cumprimos nosso papel, e sem que nos desgastemos de maneira agressiva, para convencer alguém que o que eu penso é coerente. Cito aqui uma frase da nossa querida Santa Teresinha, que muito me ajuda a viver na boa direção do amor: “Não sou um guerreiro que combateu com armas terrestres, mas com a espada do Espírito que é a palavra de Deus”.
A lógica do amor
Então toda a minha maneira de ser e de tentar convencer alguém sobre o que consegui captar na Palavra de Deus, a minha opinião, deve ser através da lógica do amor, da caridade, da paciência, da tolerância, do perdão e sobretudo da ação do Espirito Santo de Deus. Assim, então, aprendi que cada gesto, conversa e assunto deve ser banhado pelo sangue do cordeiro e ungido pela Graça do Espírito Santo de Deus, o único capaz de transformar tudo com exatidão e plena perfeição espiritual, segundo o próprio Deus!
Que nós estejamos abertos à esta ação do Espírito Santo, para que a nossa vivência seja real e eficaz e que possamos, através dela, atingir os que estão ao nosso redor com toda a autoridade do nome de Jesus e toda Graça vinda do céu.
Peço nesse instante que este Espírito desça sobre você e que faça o que Ele quiser, na hora que quiser e da maneira que Lhe aprouver, se este for o desejo mais sincero do seu coração. Que Deus encha o seu coração dessa força e sabedoria para que a sua vida dê verdadeiros frutos de amor!
Que Deus o abençoe!
Leila Engels
Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator
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