A graça de Deus é um presente que recebemos, mesmo que não mereçamos e, de fato não merecemos, mas o Senhor em Sua infinita misericórdia e amor nos concede. É uma benevolência de Deus, que nos concede, mesmo quando não temos mais o direito. Podemos buscá-la por uma vida de entrega a Deus, de busca por maior intimidade através da oração, dos sacramentos, da Palavra e da intercessão dos Santos.
Não é por nossas forças , nem por nossos méritos ou esforços, mas sim pela força e poder de Deus que nos capacita e fortalece a sempre perseverar. Neste sentido, não podemos nos esquecer das palavras de São Pedro: “Mas crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (II Pd 3,18a).
A graça de Deus deve me fazer humilde
Vejamos o exemplo de Maria que, mesmo sendo aclamada pelo Anjo Gabriel como a Cheia de Graça, não se sentiu especial ou que teria algum privilégio, mas ao contrário, se colocou a serviço. Ela que foi saudada, reconheceu-se a serva do Senhor, mesmo sendo aquela que foi escolhida para a mãe de Jesus, disse: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim, segundo a Sua palavra”.
Ela se colocou a serviço, nos ensinando a sermos humildes… Subiu às pressas as montanhas para ajudar sua parenta, Isabel, que estava grávida de João Batista. Maria, a Cheia de Graça, se pôs a servir, a levar esta graça de Deus à Isabel, que cheia do Espírito Santo, exclamou: “Que honra receber a mãe do meu Senhor”…(Lc 1,42).
A graça de Deus em nós, não deve ficar retida, devemos deixar que atinja outras pessoas com nossa fidelidade a Ele e serviço aos irmãos. A graça de Deus em nós, não fará de nós pessoais especiais, até porque a graça é de graça. É Deus quem a dá, pela Sua infinita bondade.
Eu aposto na graça de Deus?
Quanta graça Deus já manifestou em nossas vidas?! Será que somos agradecidos a Ele por tudo que tem feito em nossas vidas? Como respondemos à manifestação de Deus em nossas vidas? Com fidelidade ou ingratidão?
Não podemos descuidar, deixar de rezar, por não ter vontade, tempo. A graça de Deus é maior que minha vontade. A graça de Deus é muito maior que minha infidelidade, meu pecado.
Nunca podemos desacreditar da fidelidade de Deus. Ele é Deus todo poderoso (O Pantokrator), Aquele que quer muito mais me ter sob Seus cuidados, sob Suas asas; Aquele que quer muito mais me salvar, mesmo quando não me sinto digno ou capaz. Pois como diz São Paulo, “Mas onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5,20b).
Devemos estar atentos à graça
Somos livres para aceitar ou não a graça de Deus e fazer Sua vontade, mas é necessário estarmos atentos. Santo Agostinho disse: “Eu tenho medo da graça que passa sem que eu a perceba”. Podemos deixar passar a graça se não estivermos atentos e não percebermos que passou, se colocarmos outras coisas em nossas vidas no lugar que é de Deus.
Podemos também, perder a graça pela recusa, pela não aceitação de Jesus Cristo como nosso único Senhor e Salvador. Como diz o Parágrafo 679 do Catecismo da Igreja Católica (CIC): “É pela recusa da graça nesta vida que cada qual se julga já a si próprio (659), recebe segundo as suas obras (660) e pode, mesmo, condenar-se para a eternidade, recusando o Espírito de amor (661)”.
Nossos corações devem estar voltados a Deus, a deixá-lO fazer a Sua vontade em nossas vidas. Devemos abrir os nossos corações e deixar que o Senhor nos converta, nos transforme, nos tire do erro, do pecado.
Taciane Oliveira Fardin
Postulante da Comunidade Católica Pantokrator