Muito da Vida em Cristo – e da busca por ela – se resume em “amar o próximo como a si mesmo”, de tal forma a relação com o outro se torna fundamental para a vivência da santidade, já que é no próximo que encontramos a personificação de Jesus. Mas hoje a busca por amar está materializada e baseada em ações caritativas e, por incrível que pareça, é um tanto egoísta, pois muitas vezes está mais alicerçado em “um cumprir metas” do que na essência daquele amor construído na empatia – na capacidade de se colocar no lugar do outro. Há a percepção de que amar é muito sobre dar o material, perdeu-se da realidade do amor que é sacrifício, doação e que está no perdão.
Compaixão
A compaixão caiu no esquecimento de muitos de nós e isso se dá pela associação que há entre perdão e frouxidão. Aparentemente, ter piedade pela dor do outro é uma coisa para ingênuos e, nesse cenário em que estamos mergulhados, não há qualquer resquício de gentileza e empatia. Sentir compaixão não é um ato para “trouxas”. É, na realidade, uma grande demonstração de fortaleza e coragem, pois no meio de tanta dor e ódio, há a capacidade de se importar e querer diminuir a dor alheia. Isso não significa que ao se colocar no lugar do outro ganhamos um fardo ou temos a necessidade de carregar o sentimento do mundo nas costas. É, na realidade, uma das maiores expressões de amor.
Ela tem um poder transformador, quando recebemos de alguém a pura compaixão, não importa o nível do sofrimento em que estejamos, a dor em grande parte se dissipa. Isso acontece não porque somos seres humanos ótimos, mas pelo simples fato de que a compaixão é movida pelo amor de Cristo em nós. Ele foi o que teve mais compaixão por nós e quis se colocar em nosso lugar, viu a miséria e a dor a que estávamos eternamente fadados, fez-se homem e se sacrificou por nós. Compaixão que movimenta o amor e amor expresso em sacrifício e doação.
O exercício
Exercite a compaixão. Peça ao Pai a graça de amar através da doação e da capacidade de se colocar no lugar do outro. Não é fácil e exige muita persistência, mas Nele tudo podemos. Difundir a empatia e a compaixão em um mundo tão vaidoso e egocêntrico é um passo de coragem e mais uma forma de testemunhar ao mundo a grandeza e beleza que é pertencer a Ele.
Ana Clara Gonçalves
Engajada na Comunidade Católica Pantokrator
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