Celibato, por que não? Ou seria melhor dizer: Celibato, porque sim! Esse é um estado de vida que divide opiniões, tem aqueles que acham lindo, outros já acham que essa é uma escolha de pessoas reprimidas e desiludidas com o casamento. Enfim, você vai ouvir inúmeras coisas por aí sobre o celibato. Mas hoje pretendo mostrar a vocês o que de fato é viver como celibatário.
O fundador da minha comunidade costuma fazer uma metáfora interessante sobre o celibato que compartilho aqui com vocês. Como somos todos chamados a viver as Núpcias do Cordeiro na eternidade, ele nos diz que os casais casados ouvem o barulho da festa da eternidade que o celibatário vive por antecipação aqui na Terra.
Gente, percebam que mistério belíssimo é isso. A pessoa que foi chamada, disse sim e vive esse estado de vida é um sinal para todos nós de que tem um tesouro muito valioso e que vale a pena vender tudo o que temos para comprá-lo. E ao contrário do que muitos dizem, o celibatário não é uma pessoa recalcada, desiludida e que escolheu se “esconder do amor” para sempre e vive triste por isso. Ela, na verdade, escolheu se entregar total e exclusivamente ao Amor dos amores.
No comum da vida, ninguém é criado para ser celibatário, todos nós de alguma forma desde muito jovens nutrimos sonhos de constituir família em algum momento da vida. E hoje, no mundo do sexo livre, dos aplicativos de relacionamento, da era do “solteiro sim, sozinho nunca”, só de pensar na possibilidade de guardar a castidade para sempre chega a ser escandaloso, imagina então viver essa entrega total da castidade no celibato. É o fim do mundo.
E é justamente para chocar o mundo que Deus nos concede a graça de termos celibatários, como se Ele olhasse para o mundo perdido nos escândalos sexuais, na falta de amor, na desesperança e dissesse através dos celibatários: “Olhem filhinhos, a promessa de amor eterno que tenho para vocês é assim, plena. Não tenham medo de Mim”.
Conta-se que São Bernardo de Claraval, que foi padre, quando disse para a família que iria seguir a vida religiosa, os primos foram lá ter uma conversa com ele para dissuadi-lo dessa ideia. Por fim, os primos foram juntos com ele para o mosteiro, tamanha era a certeza e graça que a vocação dele irradiava.
Percebam que não é um duelo de qual estado de vida é melhor que o outro. Mas uma questão de onde poderemos servir melhor e mais plenamente ao Senhor. O celibato é uma oportunidade de uma entrega total e exclusiva a Deus e a Seu serviço. Então repito:
Celibato, por que não? Ou seria melhor dizer: Celibato, porque sim!
Se você ainda vive o discernimento do seu estado de vida, não se feche para essa possibilidade. Peça ao Espírito Santo a sabedoria necessária para que você descubra qual o chamado que o Senhor tem para sua vida. Não tenha medo de Deus, Ele sempre nos chama para aquilo que nos fará mais feliz e plenamente realizado.
Deus te abençoe.
Fernanda Guardia
Consagrada na Comunidade Católica Pantokrator