Ano Paulino – Um convite à evangelização, à comunhão e à unidade

Na noite de 28 de junho, véspera da festa dos Apóstolos Pedro e Paulo, diante do túmulo do Apóstolo dos Gentios, o Papa Bento XVI abriu oficialmente o Ano Paulino, que durará até o dia 29 de junho de 2009, com o intuito de celebrar os dois mil anos do nascimento de São Paulo Apóstolo († 67). Os historiadores situam o nascimento de Saulo, convertido depois em Paulo, entre 7 e 10 anos depois de Cristo. O jubileu naturalmente terá Roma como centro, em particular, a Basílica de São Paulo Fora dos Muros e o lugar do martírio, em Tre Fontane. Mas envolverá a Igreja inteira, a partir de Tarso, cidade natal de Paulo, e dos demais lugares paulinos, meta de peregrinação na atual Turquia, como também na Terra Santa, e na ilha de Malta, onde o Apóstolo esteve após um naufrágio e onde deixou a semente fecunda do Evangelho. Na realidade, o horizonte do Ano Paulino não pode deixar de ser universal, porque São Paulo foi por excelência o apóstolo daqueles que, com relação aos hebreus, eram “os afastados”, e que, “graças ao sangue de Cristo”, se converteram nos “próximos” (cf. Ef 2, 13). Por isso também hoje, em um mundo cada vez “menor”, mas onde muitíssimos ainda não encontraram o Senhor Jesus, o jubileu de São Paulo convida todos os cristãos a serem missionários do Evangelho.

São Paulo “não é uma história passada, irrevogavelmente superada, mas Paulo quer falar conosco, hoje”, afirmou o Papa, durante a solene abertura do Ano Paulino. “Por isso eu quis convocar este especial ‘Ano Paulino’: para escutá-lo e aprender agora dele, como nosso mestre, na fé e na verdade, na qual estão radicadas as razões da unidade entre os discípulos de Cristo”. Precisamente, refletir sobre o “Mestre dos Gentios”, afirma o Papa, “abre o olhar para o futuro, para todos os povos e todas as gerações. Paulo não é para nós uma figura do passado, que recordamos com veneração. Ele é também nosso mestre, apóstolo e anunciador de Jesus Cristo também para nós”.

O Papa convidou a refletir sobre três aspectos da vida do Apóstolo: seu amor a Cristo e sua valentia na hora de pregar o Evangelho; sua experiência da unidade da Igreja com Jesus Cristo; e sua consciência de que o sofrimento vai inseparavelmente unido à evangelização. O Papa refletiu que “sua fé é a experiência do ser amado por Jesus Cristo de maneira totalmente pessoal; é a consciência do fato de que Cristo enfrentou a morte não por algo anônimo, mas por amor a ele, Paulo. Sua fé é o impacto do amor de Deus sobre seu coração. Paulo era alguém capaz de amar, e todo seu atuar e sofrer se explicam a partir deste centro.”

Bento XVI mostrou sua alegria pelo “caráter ecumênico” deste Ano Paulino, em cuja abertura estiveram presentes, além do Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, representantes das Igrejas de Jerusalém, Antioquia, Chipre, Grécia, assim como de outras igrejas e comunidades do Oriente e Ocidente. De fato, o Patriarca Bartolomeu I acompanhou o Papa durante a inauguração da Porta Paulina.

O Ano Paulino prevê a realização, em todo o mundo, de uma série de eventos litúrgicos, culturais e ecumênicos, bem como várias iniciativas pastorais e sociais, tudo sob a inspiração da espiritualidade paulina. Mas a dimensão ecumênica do Ano Paulino merecerá especial atenção. Com efeito, o Apóstolo dos Gentios foi particularmente empenhado em levar a Boa Nova a todos os povos, promovendo a unidade e concórdia de todos os cristãos. Que ele possa guiar-nos e proteger-nos na busca humilde e sincera da plena unidade de todos os membros do Corpo místico de Cristo.

Kátia Maria Bouez Azzi
Consagrada na Comunidade Católica Pantokrator

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